A partir do verão, a circulação rodoviária no centro de Lisboa vai ser restringida, designadamente no eixo Avenida Baixa-Chiado. As alterações visam cumprir o compromisso de redução de 60% nas emissões de dióxido de carbono até 2030 e a neutralidade carbónica até 2050.
Baixa-Chiado
Na Baixa-Chiado, o trânsito passará a ser exclusivo para residentes, comerciantes, cuidadores, detentores de estacionamento e garagens, veículos elétricos e motociclos, entre as 06h30 e as 24h00. Para aceder a esta zona será necessário um dístico e, no caso dos residentes, estacionar à superfície. Os acessos serão condicionados e controlados. Neste período não poderão circular veículos com mais de 7,5 toneladas, com exceção de pesados de passageiros autorizados, viaturas de higiene urbana e veículos de emergência. Por outro lado também é proibida a circulação de viaturas anteriores ao ano de 2000, com exceção de veículos de residentes e de cidadãos de mobilidade reduzida. As cargas e descargas também serão ordenadas com restrições de horários e locais de paragem.
Os veículos das forças e serviços de segurança, de proteção civil e serviços em missão de urgência, veículos funerários em serviço, motociclos, ciclomotores e velocípedes não precisam de dístico.
No âmbito desta requalificação, a Rua Nova do Almada, a Rua Garrett, o Largo do Chiado vão passar a ser exclusivamente pedonais.
A ZER abrange parte das freguesias de Santa Maria Maior, Misericórdia e Santo António, sendo delimitada a norte pela Calçada da Glória, Praça dos Restauradores e Praça do Martim Moniz, e a sul pelo eixo formado pelo Cais do Sodré, Rua Ribeira das Naus, Praça do Comércio e Rua da Alfândega.
Esta zona de emissões reduzidas é delimitada a nascente pela Rua do Arco do Marquês de Alegrete, Rua da Madalena e Campo das Cebolas, e a poente pela Rua do Alecrim, Rua da Misericórdia, Rua Nova da Trindade e Rua de São Pedro de Alcântara.
Avenida da Liberdade
As alterações na Avenida da Liberdade incluem a reposição do modelo original de circulação ascendente / descendente nas laterais, a redução dos lugares de estacionamento à superfície, a redução de uma via no corredor central entre os Restauradores e a Barata Salgueiro, assim como a criação de um passeio público entre os Restauradores e a Praça da Alegria. Segundo a autarquia, estas modificações têm o objetivo de reduzir a utilização desta artéria como eixo de saída da cidade.
Avenida Almirante Reis
A Avenida Almirante Reis também vai ser sujeita a uma intervenção, que inclui a criação de uma nova ciclovia direcional no acesso à Baixa, entre a Praça do Chile e o Martim Moniz, assim como uma requalificação geral, designadamente do Martim Moniz e da Praça da Figueira.
Para justificar a implementação destas medidas, a autarquia sublinha que o eixo Avenida Baixa-Chiado é a área da capital com maior cobertura de transportes públicos, com duas linhas de comboio, duas linhas de metro, duas estações fluviais, 15 carreiras da Carris, dez praças de táxi e mais de cinco mil lugares de estacionamento. As alterações vão permitir uma redução de 40 mil veículos na área, a partir de junho. Isto significa menos 60 mil toneladas de dióxido de carbono por ano.
A Zona de Emissões Reduzidas será implementada por gradualmente: em maio, serão registados os veículos autorizados, e em junho e julho tem início o funcionamento da primeira fase, que terá um caráter de informação e sensibilização. Em agosto, os acessos serão plenamente controlados à Baixa-Chiado.