O futuro da SEAT parece que vai ser substituído pela… CUPRA. É verdade, a marca premium que surgiu em 2018 durante o mandato de Luca di Meo, permitiu a marca espanhola aumentar as suas margens de lucro (teve lucros operacionais de 33 milhões em 2022), embora tenha reduzido vendas face a 2021.
A razão destes lucros foi as ascensão meteórica da CUPRA em 2022, que aumentos as encomendas em 92,7%, com 152 900 unidades vendidas. O peso da CUPRA é tão grande que o Formentor já é o modelo mais vendido da toda a SEAT, com mais de 97 mil matrículas no ano passado.
Neste contexto, com a marca de origem espanhola a seguir o caminho de um público com maior poder de aquisição (a CUPRA pretende posicionar-se entre a Volkswagen e a Audi), o grupo alemão está a potenciar a Skoda como marca generalista, não esquecendo a Volkswagen. Assim, avança também a internacionalização da Skoda, sobretudo em países em vias de desenvolvimento, ficando a seu cargo a liderança da oferta do grupo no Sudeste Asiático em países como o Vietname, Malásia, Indonésia ou Tailândia; e o Norte de África, uma área em que o consórcio havia designado para a SEAT, mas de imadiato deixou nas mãos da Skoda.
A marca Chéquia está ainda a aumentar a presença na India, país onde duplicou as suas vendas em 2022 com cerca de 51 900 unidades matriculadas, convertendo-se no seu terceiro mercado mais importante, atrás da Alemanha e da Chéquia.
Por outro lado, o Grupo Volkswagen está a acelerar a eletrificação de todas as suas marcas exceto a SEAT, para a qual não há nenhum modelo deste tipo anunciado para os próximos anos. A Skoda, por seu lado, já tem o seu modelo elétrico, o Enyaq iV, que está a fazer grande sucesso.
Por seu lado, a CUPRA já anunciou vários modelos elétricos para os próximos anos, para além do CUPRA Born, que já se vende: o Terramar, o Tavascan e, a joia da coroa, o UrbanRebel, que será produzido em Barcelona.
Para a SEAT não existe um plano claro, mas o britânico Wayne Griffiths, presidente da marca, em declarações reproduzidas pela Automotive News Europe, assume que, o futuro da outrora marca generalista de automóveis, passará pela sua transformação num conceito mais abrangente e relacionado com a micro-mobilidade.
Nesta nova realidade, o negócio da Seat centrar-se-á já não na venda de automóveis, mas na oferta de serviços de mobilidade, propostos através do aluguer e partilha, não só de automóveis, mas principalmente de uma gama cada vez maior de scooters elétricas, disponibilizada através da submarca Seat Mó.