Numa decisão inesperada, o conselho de administração da fabricante sueca anunciou o regresso de Håkan Samuelsson como CEO, dois anos após a sua saída. O movimento, descrito por analistas como uma “jogada de emergência”, coloca o veterano executivo no papel de salvador, numa altura em que a marca enfrenta pressões tecnológicas, geopolíticas e concorrenciais sem precedentes.
Samuelsson substitui Jim Rowan, que deixa o cargo após três anos. O seu regresso surge num momento em que a Volvo recuou na sua ambição de se tornar uma marca 100% elétrica até 2030 – um sinal claro de que a transição para a mobilidade sustentável está a ser mais complexa do que o previsto.
“Volvo não está em crise, mas precisa de um líder que já provou ser capaz de a guiar em tempos difíceis”, afirmou Eric Li, presidente do conselho de administração. Samuelsson, recorde-se, liderou a empresa durante uma década marcada pela revitalização da marca, expansão global e a sua bem-sucedida entrada em bolsa.
Desta vez, porém, os obstáculos são maiores. A indústria automóvel enfrenta: a desaceleração do mercado de veículos elétricos (a Volvo já admitiu que continuará a vender modelos híbridos); a guerra tecnológica com rivais como a Tesla e as chinesas BYD e NIO; tensões geopolíticas, que complicam as cadeias de abastecimento.
Samuelsson não esconde a dificuldade da tarefa: “A Volvo precisa de agir rapidamente para manter a sua relevância. O meu foco será tornar a marca mais competitiva, sem perder a sua identidade de segurança e inovação.”
Rowan deixa legado digital, mas não resolveu todos os problemas
Jim Rowan, que liderou a transição da Volvo para os carros conectados e software, recebeu elogios pelo fortalecimento da presença digital da marca. No entanto, a sua estratégia agressiva para veículos elétricos mostrou-se demasiado ambiciosa…