Contas do CEO da Renault, que voltou a colocar o dedo na ferida. Na carta que endereçou aos principais líderes europeus, Luca De Meo não poupou críticas às estratégias do Velho Continente, em sentido contrário do que se pratica nos Estados Unidos e, sobretudo, na China. A Europa está demasiado preocupada em “regulamentar massivamente”, enquanto “os americanos estimulam, os chineses planeiam”.
De acordo com o responsável da marca francesa é urgente criar e proteger um ecossistema de mobilidade com baixas emissões de carbono, tendo formulado sete recomendações e oito medidas para desenvolver uma política industrial europeia competitiva. Sendo que, segundo as contas de Luca De Meo, a vantagem chinesa na produção automóvel é substancial. “Um automóvel do segmento C ‘made in China’ tem uma vantagem de custo de 6 a 7 mil euros (cerca de 25% do preço total) relativamente a um modelo europeu equivalente”. Sem esquecer o “tempo de ciclo de desenvolvimento de 1,5 a 2 anos na China, contra 3 a 5 anos na Europa”.
Resultado: em 2023, cerca de 35% dos automóveis elétricos exportados no mundo eram chineses. A “deslocação para a Ásia” é um dos grandes “desafios à liderança europeia no sector automóvel”, escreveu.