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A VW Amarok sempre foi a pick-up mais SUV de conduzir. A nova geração, e apesar de partilhar a base com a Ford Ranger, tem cunho próprio e chega num pacote muito apelativo que promete dar que falar. Ensaio à versão 2.0 TDI de 205 CV no nível Style.

Texto: Ricardo Carvalho
Fotos: Paulo Calisto

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Depois do lançamento em 2010, quando foi “atirada” para um dos mais difíceis segmentos de um mercado que vivia períodos conturbados, a Amarok conseguiu marcar o seu espaço. Foi líder, deixou de o ser, para passar, aos poucos, a ir dominando o segmento. E porquê? Porque a VW imaginou esta pick-up como se fosse um automóvel ligeiro, sem descurar a robustez de um veículo de trabalho.
Na nova geração e, por obrigação de sinergias e de poupanças de custos, a Amarok passa a ser produzida com base na Ford Ranger mais recente, ainda que a Volkswagen lhe ofereça o seu cunho pessoal.


Uma das chaves do novo modelo é o facto de crescer bastante em dimensões face à sua antecessora, para além de propor muita tecnologia e uma distância livre ao solo mais generosa, até porque a capacidade a vau é agora de 800 mm. Diferencia-se do modelo que lhe serve de base por incluir outros faróis dianteiros, faróis de nevoeiro e farolins, uma grelha redesenhada, outra linha de corte do capô e jantes de 21″ redesenhadas. A nova pick-up da Volkswagen mantém os guarda-lamas bem definidos, suspensão otimizada para uma utilização e uns pneus que se adaptam bem ao offroad. Como a distância entre eixos aumentou, os “overhang” viram-se reduzidos, o que acaba por ter um efeito positivo na capacidade todo-o-terreno.

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Look agressivo

Dito isto, a pick-up alemã mantém o look agressivo, quadrado e robusto e que herda rasgos dos últimos SUV da marca alemã com óticas que se fundem com a grelha, um capô de linhas vincadas e uma traseira que se destaca por farolins de grandes dimensões e um portão com a nova insígnia da marca que é acompanhada pelo nome do modelo.
No interior há mais mudanças e destaca-se um grande ecrã central tátil em formato vertical ao centro de design moderno, apesar da habitual tendência mais rude e robusta, própria deste tipo de veículos 4×4, mantendo alguns botões físicos. Os 173 mm adicionais na distância entre eixos também lhe dão um extra de espaço no interior, principalmente na segunda fila de bancos, para além de propor maior capacidade de carga para esta Amarok, que conta com uma caixa de excelente acesso, mas com um piso um pouco elevado.


Boa combinação motriz

Bem, bastam meia dúzia de quilómetros ao volante para percebermos que o tacto refinado e o rolar suave se mantêm, fazendo desta pick-up uma nova referência na condução. Para começar, vamos bem sentados. Depois, a VW conseguiu amenizar um dos efeitos indesejáveis associados às pontes traseiras rígidas suspensas e guiadas por molas de lâminas: o chamado “axle trump”, ou o coice sentido nas passagens de caixa devido à reação de binário. Ele existe, mas é menos sentido.
A direção, rápida, direta e corretamente assistida é outro ponto que marca a diferença, sobretudo porque o chassis tem uma afinação neutra e equilibrada, com uma frente fácil de inscrever, uma traseira estável e um rolamento de carroçaria bem controlado. O motor 2.0 TDI biturbo de 205 CV é “cheio” e pleno de força, até porque os 500 Nm de binário (sim, 500!) mantém o propulsor sempre em “modo” de aceleração, logo sempre disponível. É audível, mas a insonorização é boa e acaba por ser frugal a regimes mais baixos.
Nos consumos, também não é das mais exageradas, conseguindo-se valores de média abaixo dos 10 l/100 km.  A caixa automática tem 10 velocidades (herdada da Ford) é rápida, mas funciona melhor em modo D, normal, uma vez que em modo manual torna-se muito lenta e tem algumas quebras de regime que não acontecem nas passagens “normais”. No caso da unidade ensaiada, a tração é traseira inserível a partir de um comando rotativo na consola podendo escolher-se o “às quatro altas e baixas” com facilidade. O ponto mais negativo é o ruído aerodinâmico sentido a velocidades mais elevadas em autoestrada, que cresce de uma forma que chega a ser desconfortável, mas reduzir um pouco a velocidade para que entre numa toada mais sustentada.

FICHA TÉCNICA
Volkswagen Amarok 2.0 TDI Style

TIPO DE MOTOR             Gasóleo, 4 cilindros em linha, biturbo
CILINDRADA                             1.997 cm3
POTÊNCIA                       205 CV às 3750 rpm
BINÁRIO MÁXIMO           500 Nm entre as 1750 e as 2000 rpm
VELOCIDADE MÁXIMA                       180 km/h
ACELERAÇÃO                           10,5 seg. (0 aos 100 km/h)
CONSUMO (WLTP)                    8,9 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP)  233 g/km
DIMENSÕES (C/L/A)                  5.350 / 1.910 / 1.871 mm
PNEUS                            255/65 R18
PESO                                        2348 kg
BAGAGEIRA                    –
PREÇO                                      60 478 €
GAMA DESDE                           36 208 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC)                 56,57 €
LANÇAMENTO                          agosto de 2023

Ricardo Carvalho

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