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TESTE – TOYOTA GR SUPRA 2.0 SIGNATURE – Na sombra do… Supra

O Supra já foi, várias vezes, protagonista das páginas da Carros & Motores. Primeiro a apresentação à imprensa, depois o teste à versão equipada com o motor 3 litros e agora a terceira parte desta saga com a chegada de um 2 litros de 258 CV, cujo preço representa menos 15 mil euros. Será que compensa?

A quinta geração do Supra é a primeira numa linhagem de 42 anos a não utilizar um bloco de seis cilindros em linha. Neste caso estamos perante o B48B20 2 litros Turbo de quatro cilindros que é partilhado com o BMW Z4 30i, a nova geração G20 do roadster da marca de Munique. Debita 258 CV e disponibiliza 700 Nm de binário que são “domados” por uma caixa automática ZF de conversor de binário com oito velocidades.
Na prática, o novo propulsor perde 82 CV face ao seis cilindros original (3.0 litros) de 340 CV e anuncia uma aceleração dos 0 aos 100 km/h de 5,2 segundos (4,3 s no 3.0 litros). Felizmente as prestações em linha reta também são entusiasmantes. O motor tem uma curva de binário muito ampla e acessível, com o pico disponível entre as 1.550 e as 4.000 rpm, o que o torna um bloco muito cheio num leque de rotações bastante abrangente. Sobe de regime de forma rápida, com uma potência sensata que permite diversão, mas sem ser tão frenético como o mais potente. No fundo, nem sequer é preciso “espremer” o motor (a não ser que se pretenda), até porque tem um som bem encorpado nos regimes mais elevados.
Ainda em relação ao binário, este é mais do que suficiente para as situações do dia-a-dia, tornando a condução em modo “Normal” com a caixa de velocidades em automático numa experiência muito suave e relaxante.

Diversão top
Feitas as apresentações, não será difícil adivinhar o que sentimos ao volante de um automóvel em que um dos grandes trunfos está na forma como esconde as suas dimensões e o peso (menos 100 kg que o 3 litros). Assim, as curvas são executadas com uma facilidade e fluidez de movimentos assinalável, aproveitando toda a potência para estabilizar o chassis. Algo que se explica, em parte, pela distribuição equitativa do peso (50:50 entre os dois eixos), solução ideal para que a tração traseira se sinta numa condução mais empenhada, e um rácio de 1,55 entre as dimensões da distância entre eixos e da via traseira, o valor certo para um bom “drit”.
A direção tem bom tato e os travões demonstram potência, mas são pouco resistentes à fadiga. A caixa automática ZF de oito velocidades, com software Toyota, faz passagens rápidas e suaves, “obrigando” o condutor a recorrer ao modo manual a partir das patilhas no volante, aumentando a interação com a máquina e a explorá-la ao limite. O som do quatro cilindros ganha outra dimensão com o modo “Sport” ligado. Aí sim, a conversa muda de figura e o Supra deixa ouvir a sua “garganta” que canta a plenos “pulmões” à medida que vamos pressionando o acelerador. Nas reduções rápidas e de vidro aberto, ouvem-se alguns rateres que deixam o sorriso nos lábios ainda mais rasgado.

À lá BMW
No habitáculo, a maioria dos comandos e botões são os mesmos que a BMW utiliza nos seus modelos, como também o sistema multimédia com ecrã tátil de 8,8” e até a qualidade dos materiais, de bom nível por todo o interior.
Um dos pontos menos positivos é o facto do japonês ter perdido, pela primeira vez, os lugares traseiros (a parceria com a BMW a isso obrigou), mas o resto do habitáculo é espaçoso, até para ocupantes de estatura mais elevada, e os bancos são perfeitos na forma como envolvem o corpo e o deixam na posição correta para “atacar” a condução.
A bagageira tem 290 litros de volumetria e um acesso algo estreito. Em contrapartida, tem acesso a partir do interior, entre os bancos, devido à ausência de separador, descontando a barra anti aproximação montada imediatamente atrás dos encostos (liga as torres da suspensão posterior e melhora a rigidez do chassis, beneficiando, diretamente, tanto a estabilidade como a precisão em curva).
Esta versão menos potente do Supra está à venda no nível de equipamento Signature por 66.000 €, menos 15.000 € que o 3 litros. A diferença em termos de equipamento não é grande e este 2.0 tem poucos opcionais para escolher, mas, em contrapartida, muita emoção para oferecer. E a verdade é só uma: chega e sobra!

Texto: Ricardo Carvalho
Fotos: Paulo Calisto

FICHA TÉCNICA
TOYOTA GR SUPRA SIGNATURE

TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.998 cm3
POTÊNCIA 258 CV entre as 5.000 e as 6.500 rpm.
BINÁRIO MÁXIMO 400 Nm entre as 1.500 e as 4.000 rpm
TRANSMISSÃO Traseira, caixa automática 8 velocidades
V. MÁXIMA 250 km/h
ACELERAÇÃO 5,2 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 7,2 l/100 km (misto)
EMISSÕES de CO2 (WLTP) 156 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.379 /1.854 / 1.292 mm
PNEUS 245/40 R18 (fre.)
275/40 R18 (tras.)
PESO 1.470 kg
BAGAGEIRA 290 l
PREÇO 66.000 €
GAMA DESDE 66.000€
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 239,37 €
LANÇAMENTO Fevereiro de 2020

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