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Teste – Renault Clio Esprit Alpine E-Tech Full Hybrid 145 – E se for este o melhor…

… utilitário híbrido? O restyling do Renault Clio volta a trazer para a ribalta a sua versão híbrida autorecarregável de 145 CV, uma das mais competitivas e eficientes da gama. Será melhor que o também bem-sucedido Toyota Yaris Hybrid? Aqui ficam as valências do renovado híbrido gaulês.

Há vida para lá da Toyota, e sim, referimo-nos a veículos híbridos. A marca japonesa soube posicionar-se muito bem no mercado dos Full Hybrid, mas são mais os construtores que propõe essa alternativa mecânica, como a Renault (em breve Peugeot, Opel ou Citroën terão híbridos no segmento). Pouco depois do seu lançamento comercial, a quinta geração do Clio colocou no mercado uma mecânica deste tipo, tornando o compacto da Renault ainda mais interessante. Renovou-se no final de 2023 e não abandonou a versão E-Tech, que assegura baixos consumos, boas prestações e um preço elevado, mas, até certo ponto, competitivo.

O que muda?

Vamos começar pelo que mudou no renovado Clio. Pouco, mas suficiente para se perceberem diferenças. À margem do seu design, claramente distinto à frente, e de um habitáculo que utiliza materiais sustentáveis, é exatamente o mesmo carro. Convém destacar o sistema multimédia com ecrã de 9,3” desta versão topo de gama, não pelo rendimento ou conteúdo, porque é o mesmo do anterior, mas porque agora conta com ligações Andoid Auto e Apple CarPlay sem fios. Bem melhor.
Sem ir mais longe, esta versão Esprit Alpine traz tudo: cruise control adaptativo, condução semiautónoma, carregador por indução para smartphone, faróis LED… aquilo que não tem é precisamente o espírito desportivo que diz ter. Isto da Alpine é meramente estético, pois o restyling é igual ao de qualquer outro Clio.
Por outro lado, é o mesmo automóvel prático e fácil de conduzir de sempre, um utilitário de apenas 4 m (ganha 3 mm em comprimento pela mudança do para-choques) e habitabilidade correta. No habitáculo cabem quatro adultos de tamanho médio de forma confortável, contudo existem opções mais amplas neste segmento. A bagageira perde alguma capacidade, dada a posição da bateria do sistema híbrido: passa dos 340 litros de outros Clio para apenas 254 litros.

Muito eficiente

Agora sim, e entrando na matéria propriamente dita, o Clio E-Tech é um automóvel deveras eficiente. Até porque o é em qualquer situação. O sistema híbrido é composto por um motor a gasolina de quatro cilindros e 94 CV (mais três do que antes) e de um par de motores elétricos para um total de 143 CV. A caixa automática é única: só tem quatro relações, não tem embraiagem nem sincronizadores.
E não vale a pena chatearmo-nos muito, em andamento é um híbrido de condução trivial. Até melhor do que é habitual no mercado. Os primeiros metros são percorridos em modo elétrico e consegue-o por um bom período de tempo. Em cidade contribui para baixar de forma notória os consumos que não sobem assim tanto em autoestrada.
A eficiência do conjunto é elevada, mesmo em alta velocidade, onde alcança um nível de prestações mais do que correto. Em termos gerais é célere e de consumo contido. A média durante o nosso teste ficou-se pelo 4,9 l/100 km.

O mesmo chassis

É de funcionamento muito interessante. Por exemplo, o motor a gasolina não se sente tanto lá dentro em aceleração forte como no Yaris, ainda que a caixa precisasse de ser mais reativa quando se pede bruscamente por um pico de potência. Para finalizar, não tem qualquer ajuste adicional do chassis, contudo é um automóvel ágil, que curva rápido e sobre carris e com um refinamento muito caraterístico de um segmento superior.

Texto Eduardo Lausín
Fotos Paulo Calisto

CONCLUSÃO

Não é assim tão barato (custa mais de 28 mil euros, o que por um Clio…), mas tendo me conta que o sistema híbrido e a qualidade geral são superiores aos do seu principal rival da Toyota, este Clio E-Tech postula-se como a alternativa híbrida mais interessante do seu segmento.

FICHA TÉCNICA
RENAULT CLIO E-TECH ESPRIT ALPINE 145

TIPO DE MOTOR                        Gasolina, 4 cilindros em linha, inj. indireta

CILINDRADA                                1.598 cm3

POTÊNCIA                                     94 CV às 5.600 rpm

BINÁRIO MÁXIMO                     148 Nm às 3.200 rpm

TRANSMISSÃO                            Dianteira, caixa auto. multimodo de 14 modos

SISTEMA ELÉTRICO

TIPO DE MOTOR                        Dois motores elétricos, síncronos permanente

POTÊNCIA (e-Motor)                49 CV (36 kW)

BINÁRIO MÁXIMO                     205 Nm

POTÊNCIA (HSG)                        24 CV (15 kW)

BINÁRIO MÁXIMO                     50 Nm

BATERIA                                        Iões de lítio, 1,2 kWh, 230 V

AUTONOMIA                               N.D.

SISTEMA HÍBRIDO

TIPO DE MOTOR                        Elétrico-gasolina

POTÊNCIA (TOTAL)                    145 CV

BINÁRIO (TOTAL)                       N.D.

 

VELOCIDADE MÁXIMA 180 km/h

ACELERAÇÃO                               9,3 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                    4,3 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)            97 g/km (misto)

DIMENSÕES (C/L/A)                  4.053 / 1.798 / 1.439 mm

PNEUS                                           205/45 R17

PESO                                              1.273 kg

BAGAGEIRA                                 301 l

PREÇO                                           28.370 €

GAMA DESDE                              19.420 €

I.CIRCULAÇÃO (IUC)                  144,05 €

LANÇAMENTO                            Setembro de 2023

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