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TESTE – OPEL GRANDLAND X HYBRID4 ULTIMATE – Denominador comum

Pelas prestações bem poderia ser um novo desportivo desenvolvido pela OPC, mas este Grandland X eletrificado oferece mais do que prestações fulgurantes. Eficiência, suavidade e um tato de condução irrepreensível são o ponto de partida para o primeiro plug-in da Opel.

O Grandland X é um SUV jovem, de imagem aventureira, todavia mais conservadora que a do modelo que lhe serve de base, o Peugeot 3008. Claro que só um olhar clínico consegue descortinar detalhes do grupo PSA, mas é um facto que existem, na chave por exemplo e nos comandos dos vidros no habitáculo. Em tudo o resto, a Opel fez questão de manter, e bem, a sua identidade.
Do lado de fora surgem os faróis com a assinatura em LED que lhe conferem uma secção dianteira mais larga, enquanto atrás, a pequena asa na tampa da mala não nega as origens nos modelos de Russelsheim.
Até aqui nada de novo. É um Grandland X. Todavia, as siglas Hybrid 4 na tampa da mala e na base das portas dizem-nos que este não se trata de um Grandland X qualquer, mas antes de um híbrido plug in com tração às quatro rodas e uns expressivos 300 CV de potência. Sim, leu bem, são 300 CV!.

Como se chega até aqui?
Precisamente pela conjugação entre um bloco a gasolina de 1.6 litros sobrealimentado e com injeção direta que debita 200 CV e 520 Nm de binário e dois motores elétricos, um em cada eixo, de 109 CV à frente e 112 CV atrás alimentados por uma bateria de iões de lítio de 13,2 kWh. A unidade elétrica dianteira surge acoplada à caixa automática eletrificada de oito relações EAT8. A segunda unidade está integrada no eixo traseiro que tem um diferencial que permite obter a tração às quatro rodas.
Isto é a teoria. E na prática? A verdade é que existem dois Grandland X neste Hybrid 4. Um, mais amigável, hiper refinado e suave como poucos, seja qual for a fonte de energia que está a ser utilizada. Outro, explosivo, vigoroso e reativo pela sua impressionante capacidade de aceleração e de recuperação. Ambos têm como ponto de encontro o excelente aproveitamento energético. A cada quilómetro percorrido percebe-se o bom trabalho e cuidado que a Opel colocou na mecânica e no software, sendo este último o mais importante para que um automóvel com estas caraterísticas funcione de forma perfeita: desde o tato dos travões até à transição e conexão dos diferentes motores que somam forças em conjunto e ajudam na regeneração da travagem.
Existem quatro programas de condução que permitem gerir todo o sistema: 4WD, Desportivo (Sport), Híbrido e Elétrico. O modo híbrido, aquele que é o mais utilizado numa condução normal, escolhe a melhor combinação das fontes de energia. A suavidade de rolamento é uma constante, até quando o motor a gasolina assume o protagonismo e pretende pôr em jogo toda a potência deste Opel. Já no modo “Desportivo” sobressaem acelerações verdadeiramente alucinantes, todavia a sensação de ganhar velocidade facilmente também é evidente a velocidades médias. A autonomia elétrica anunciada é de 59 km (até à velocidade de 135 km/h), mas nunca conseguimos alcançar mais do que 42 km, ainda assim um valor suficiente para rolar em cidade sem gastar uma gota de combustível. O depósito tem 43 litros, logo é mais pequeno que o normal, por isso quando cheio tem uma autonomia de 400 km, o que permite fazer uma viagem só de ida para o Algarve.

Bons comandos
A posição de condução é elevada, os bancos, certificados pela AGR, são excelentes e com múltiplas regulações, e os comandos estão todos à mão de semear. Aliás, tudo funciona como em qualquer Opel, desde o computador de bordo ao sistema de Infotainment. O Grandland X oferece um amplo espaço para os ocupantes e práticos locais de arrumação. A diferença entre os materiais do meio do tablier para cima e para baixo é grande. A zona superior está forrada numa espécie de napa que emita pele, enquanto ma inferior só encontramos plásticos menos agradáveis ao toque e passíveis de criar ruídos parasitas.
A capacidade da mala oferece 390 litros (513 litros nas versões só com motor de combustão) e os bancos traseiros podem ser rebatidos na proporção 60/40 de forma a aumentar esta volumetria.
Assente na plataforma EMP2, a mesma do Peugeot 3008, o Grandland X HYbrid4 apresenta um comportamento neutro e muito previsível acompanhado de conforto acima da média, pois a Opel parece ter atenuado o efeito mais firme da suspensão traseira dos modelos do Grupo PSA. A direção é precisa e o pisar sólido e robusto, proporcionado um rolar equilibrado, mesmo a velocidades um pouco mais elevadas.
Sendo plug-in, e logo com tração integral, tem um preço elevado que chega aos 57.875 €. Para os clientes fiéis da marca será uma escolha óbvia, para os que procuram um SUV moderno e espaçoso, o Grandland X tem argumentos, mas as opções são tantas que o preço ditará o seu sucesso.

Texto Ricardo Carvalho
Fotos Paulo Calisto

FICHA TÉCNICA
OPEL GRANDLAND X HYBRID4 ULTIMATE
TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.598 cm3
POTENCIA 200 CV às 6.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 300 Nm às 3.000 rpm
TRANSMISSÃO Integral, caixa auto. 8 vel. (conversor de binário)

SISTEMA ELÉTRICO
TIPO DE MOTOR Dois motores elétricos, um em cada eixo
POTÊNCIA MÁXIMA 110 CV (fre.)/ 112 CV (tras.)
BINÁRIO MÁXIMO 320 Nm (fre.)/ 166 Nm (tras.)
BATERIA Iões de lítio, 13,2 kWh

SISTEMA HÍBRIDO
TIPO DE MOTOR Híbrido elétrico-gasolina
POTÊNCIA COMBINADA 300 CV
BINÁRIO COMBINADO 520 Nm
AUTONOMIA 59 km

V. MÁXIMA 235 km/h
ACELERAÇÃO 6,1 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 1,3 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 29 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.477 / 1.856 / 1.609 mm
PNEUS 205/55 R19
PESO 1.875 kg
BAGAGEIRA 390-1.528 l
PREÇO 57.875 €
GAMA DESDE 47.120 €
I. CIRCULAÇÃO (IUC) 137,14 €
LANÇAMENTO Março de 2020

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