Na revisão de meio de ciclo de vida do EQB, o SUV elétrico alemão ganha variante 250+ que, a exemplo do que sucede no irmão EQA, permite apresentar maior eficiência num modelo que continua a ter como um dos seus atributos o facto de oferecer sete lugares.
Sem proceder a uma revisão profunda do EQB, a Mercedes-Benz limou arestas ao seu SUV 100% elétrico e aplicou-lhe algumas das alterações que já tinha feito no mais compacto EQA, o que não é de estranhar, atendendo a que ambos partilham a plataforma e uma multitude de componentes.
Visualmente não há muito para apontar no renovado EQB, ainda assim, destaque para o novo padrão da grelha dianteira, que inclui barra luminosa horizontal entre os faróis com tecnologia LED High Performance, e para os para-choques também redesenhados. Os grupos óticos traseiros também receberam pequenas mudanças e as jantes têm maior oferta no design. Na essência, o EQB mantém o seu formato mais retilíneo num porte atlético que não se alterou.
Habitáculo atual
Apesar de o conceito já não ser novo, o desenho do habitáculo mantém-se atual, com os seus dois ecrãs contíguos de 10,25” a sobressaírem. O da instrumentação é personalizável na informação e no grafismo, alterando-se a partir de botões táteis no volante (que também é novo), numa solução que continua a não ser ideal – é comum passar a mão por um dos comandos táteis quando se está a virar o volante numa manobra e alterar o grafismo sem intenção. Já o sistema de infoentretenimento MBUX foi revisto no software e está mais rápido, valendo pontos pela simplicidade de interação e pelo desempenho rápido, também nos comandos por voz. A conexão aos sistemas Android Auto e Apple CarPlay sem fios está assegurada para maior integração digital, ao passo que o bloco de ajuste para o ar condicionado mantém-se independente, com comandos físicos.
O nível de construção é bastante elevado num ambiente em que a tonalidade preta predomina, por exemplo, nos bancos e no forro do tejadilho. Se os materiais selecionados são macios em grande parte do habitáculo, também se escondem plásticos mais duros na zona inferior, embora isso não lhe retire requinte na aparência.
Mas é na habitabilidade que o EQB dá cartas, tratando-se de modelo relativamente compacto (4.684 mm de comprimento) com bastante espaço numa segunda fila que permite regulação (60/40) longitudinal para dar mais espaço à bagageira ou, quando escolhida a terceira fila de bancos (opcional: 1.050 €) garantir que alguém aí consiga viajar – idealmente crianças, uma vez que para um adulto o posicionamento das pernas e o acesso não são fáceis. Seja como for, é uma solução útil para famílias mais numerosas, sendo que, como é usual, na configuração de sete lugares, a bagageira sai bastante limitada.
Motor singular
A versão EQB 250+ recorre a um único motor elétrico de 190 CV (140 kW) de potência, embora o valor que mereça mais destaque seja o do binário, 385 Nm. Com tração dianteira, este SUV revela boa capacidade de resposta em todas as ocasiões de utilização, valendo-se de entrega de energia muito intensa, mesmo no modo de condução mais eficiente “Eco”, o qual suaviza as prestações e a climatização. A aceleração e as recuperações não denotam esforço, e mesmo não tendo o carisma desportivo de outros modelos elétricos no mercado, conta com o programa “Sport” para conferir um ânimo redobrado; a direção fica menos assistida e o amortecimento mais firme (outro opcional).
Porém, a principal mais-valia desta versão é a de ampliar a autonomia fruto de uma bateria de 70,5 kWh (úteis) que autoriza até 536 km com uma única carga. No caso da versão ensaiada, com jantes de 20” e vários outros itens, a autonomia apontada é de 470 km, o que se afigura alcançável mediante condução disciplinada e recurso aos modos de regeneração disponíveis (selecionáveis a partir das patilhas atrás do volante). Aliás, no teste, obtivemos um consumo médio de 14,7 kWh/100 km, um registo bastante interessante e que lhe permitir ficar perto da autonomia oficial.
De resto, o EQB 250+ exibe uma postura mais orientada para o conforto dominante (mesmo com jantes de 20”), sendo mais atreito a toadas mais familiares e pacatas do que a ‘correrias’, pelo menos em percursos sinuosos, onde a inclinação da carroçaria é mais notória quanto maior for a velocidade de passagem em curva. Isto, apesar de ter um baixo centro de gravidade e de o chassis ter um ótimo desempenho.
O preço está em linha com a filosofia do segmento premium, começando nos 56.400 € para esta variante, embora a marca disponibilize muitos opcionais para equipá-lo a seu gosto. A unidade ensaiada tem um preço de 74.299 €.
Texto Miguel Silva
Fotos Paulo Calisto
CONCLUSÃO
Não havendo muitas opções 100% elétricas para sete, o EQB ocupa um espaço muito próprio no segmento, brandindo argumentos como qualidade tecnológica de primeira linha, ótimo conforto geral e conjugação interessante entre prestações e autonomia. A versão EQB 250+ acaba por ser uma “boa nova” para o modelo.
FICHA TÉCNICA
MERCEDES-BENZ EQB 250+ EDITION
TIPO DE MOTOR Elétrico, síncrono de íman permanente, dianteiro
POTÊNCIA 190 CV (140 kW)
BINÁRIO MÁXIMO 385 Nm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa automática de relação única
BATERIA Iões de lítio, 70,5 kWh (úteis)
AUTONOMIA (WLTP) 536 km
TEMPO DE CARGA 7h25 a 11 kW CA (0-100%)
35 min. a 100 kW CC (0-80%)
VELOCIDADE MÁXIMA 160 km/h
ACELERAÇÃO 8,9 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 15,7 kWh/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 0 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.684/1.834/1.654 mm
PNEUS 215/60 R18
PESO 2.105 kg
BAGAGEIRA 465-1.710 l
PREÇO 56.400 €
GAMA DESDE 56.400 €
IMPOSTOCIRCULAÇÃO (IUC) 0 €
LANÇAMENTO Janeiro de 2024
