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Teste – Lexus LBX Cool – Concentrado de luxo

O LBX passa a ser o automóvel mais importante em décadas de história da Lexus no mercado europeu, desde logo por competir no segmento que mais acelera na região: o dos SUV compactos, onde pretende impor-se com motor híbrido que apela à economia de utilização e requinte à medida da imagem da marca.

A Lexus continua a diferenciar-se na paisagem automóvel quer pelo desenho, quer pelas qualidades dos modelos que produz. E o LBX, novo modelo de entrada na marca japonesa, é o exemplo mais recente dessa filosofia. Com apenas 4,19 metros de comprimento, 1,82 de largura e 1,56 m de altura, é o Lexus mais pequeno de sempre e também o mais acessível, gizado para atrair clientes mais jovens e tornar-se num automóvel de conquista. Mas, mantendo o padrão de qualidade premium que se exige a um modelo da marca.
O LBX foi desenvolvido com modelos-alvo como Audi Q2 e DS 3 e assenta numa variante muito otimizada da plataforma GA-B do Toyota Yaris Cross, com distância entre eixos aumentada, vias mais largas e melhoramentos no capítulo da rigidez, item determinante em todos os parâmetros mais relevantes, do conforto à dinâmica, da eficiência à segurança. Até a posição ao volante foi rebaixada, para uma maior envolvência na condução. O resultado é um modelo que, claramente, privilegia mais o dinamismo, aproximando-se do comportamento das berlinas e distanciando-se da postura tão típica do formato SUV, sobretudo em curva, onde este Lexus revela agilidade acima da média. Depois, uma direção que atua com precisão e consistência (desta vez a Lexus resistiu à tentação de a tornar demasiado leve), fator a que também não será alheia a plataforma de baixo centro de gravidade (para SUV), a garantir bom feedback e movimentos sempre controlados. E mais motor houvesse! A motorização híbrida do LBX está mais focada na eficiência do que propriamente nas prestações puras. O que, neste caso, está longe de ser um defeito.

Híbrido competente

A Lexus disponibiliza no LBX uma motorização híbrida com 136 CV e 185 Nm de binário que combina mecânica de 3 cilindros e 1.5 litros, motor elétrico, que tem a função de auxiliar a unidade térmica, mas que também pode propulsionar o veículo, e caixa eCVT com funcionamento muito melhorado – disfarça muito melhor a sensação de falta de relação entre o regime de rotação do motor e a velocidade do automóvel. Este sistema híbrido mostra todos os seus atributos em utilização urbana, pela suavidade registada nas velocidades mais baixas e por ser possível manter o motor térmico desligado mais de 60% do tempo, refletindo-se em consumos abaixo dos 5 l/100 km – não esquecer que o LBX permite que se force a circulação em modo puramente elétrico (EV), desde que exista carga na bateria. A resposta é pronta quando são pedidas acelerações mais vigorosas ou rolando em autoestrada, onde é fácil manter ritmos elevados sem qualquer sensação de esforço generalizado – a velocidade máxima está limitada a 170 km/h. E nesta versão, o LBX conta com patilhas atrás do volante que, além de controlarem o nível de regeneração, também funcionam como passagens de caixa simuladas, tornando a condução um “nadinha” mais animada. Mas não é para andamentos desportivos.

Japonês cool

Económico e divertido de conduzir, o LBX já reúne duas características que raramente andam de mãos dadas, mas a Lexus foi mais longe ao condensar nesta embalagem pequena o ADN premium da marca. Esse posicionamento explica a qualidade acima da média do habitáculo, entre os materiais e os acabamentos – o painel apresenta-se revestido a pele e tem pespontos realizados manualmente, segundo as práticas dos melhores artesãos nipónicos. A consola encontra-se orientada para o condutor, que tem todos os comandos fundamentais no volante ou ao alcance da mão, incluindo entre os bancos dianteiros. À frente, instrumentação de 12,3” personalizável, que pode ser complementada por um head-up display. Ao centro, um ecrã tátil de 9,8″ com a possibilidade de se conectar aos sistemas Android Auto e Apple CarPlay, dispondo de assistente virtual para responder a comandos por voz ou atualizações remotas (‘over-the-air‘) para melhorar ou acrescentar funcionalidades. A ergonomia geral é correta, os bancos são simples mas cómodos e é fácil encontrar posição do agrado a todas as estaturas, porém, o interior é muito escuro e falta iluminação na zona traseira. Nesta zona é pena que os ocupantes disponham de pouco espaço para as pernas e em largura (ancas e ombros), e a capacidade da mala (332 litros) também fique aquém das referências da categoria. Pormenor hi-tech interior: as portas abrem por intermédio do sistema ‘e-latch’ de acionamento eletrónico (pressionar em vez de puxar), que recorre ao Monitor de Ângulo Morto para verificar a aproximação de veículos pela traseira; detetando risco de a porta abrir e bater num veículo ou ciclista é emitido um alerta e impedida a sua abertura. Aliás, a tecnologia é bandeira do LBX, com destaque para o sistema ‘Predictive Efficient Drive’ que realiza a leitura dos dados de GPS do trânsito e da estrada para adequar o funcionamento do sistema híbrido. A que se soma a extensíssima lista de equipamentos integrados no Lexus Safety System+, com muitas assistências eletrónicas à condução.

Texto Vítor Mendes
Fotos Paulo Calisto

CONCLUSÃO

Claramente vocacionado para uma condução fluida e relaxada, fácil em ambiente urbano e com conforto acima da média em autoestrada, o LBX não abdica do “recheio” premium. A que se somam consumos muitíssimo convincentes, graças à sua componente híbrida muito evoluída. A imagem é outro trunfo fortíssimo do pequeno Lexus, que mesmo sendo o mais acessível da marca tem um posicionamento de preço elevado.

FICHA TÉCNICA
LEXUS LBX COOL

TIPO DE MOTOR                        Gasolina, 3 cilindros em linha, injeção direta

CILINDRADA                                1.490 cm3

POTÊNCIA                                     90 CV às 5.500 rpm

BINÁRIO MÁXIMO                     120 Nm entre as 3.600 e as 4.800 rpm

TRANSMISSÃO                            Dianteira, caixa automática eCVT

SISTEMA ELÉTRICO

TIPO DE MOTOR                        Dianteiro, síncrono de ímanes permanentes

POTÊNCIA                                     94 CV (69kW)

BINÁRIO                                        185 Nm

BATERIA                                        Níquel-hidreto metálico (NMH), 1 kWh

SISTEMA HÍBRIDO

POTÊNCIA TOTAL                       136 CV

BINÁRIO TOTAL                          185 Nm

VELOCIDADE MÁXIMA 170 km/h

ACELERAÇÃO                               9,2 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                    4,4 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)            100 g/km (misto)

DIMENSÕES (C/L/A)                  4.190 / 1.825 / 1.550 mm

PNEUS                                           225/55 R18

PESO                                              1.280 kg

BAGAGEIRA                                 332 l

PREÇO                                                          44.350 €

GAMA DESDE                              34.950 €

IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO (IUC) 148,22 €

LANÇAMENTO                            Maio de 2024

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