O renovado Picanto está mais atrativo em termos de desenho e mais completo no que diz respeito a tecnologia. Testámos a versão de acesso com motor tricilíndrico de 63 CV, ideal para deslocações na cidade e arredores, ambientes onde se sente como peixe na água e cativa pela simplicidade, tamanho e tato geral.
O segmento A (citadinos) já não tem a fama que granjeou em Portugal há uns anos, embora ainda existam algumas opções para escolha. Entre elas este renovado Picanto renovado que, protagoniza uma espécie de “matar dois coelhos de uma só cajadada” ao incrementar tanto o seu atrativo físico como o seu potencial multimédia. E o mesmo se aplica à segurança, agora superior e mais completa.
Assim, o seu aspeto parece outro, apesar de a essência ser a do modelo anterior. Para além de uma dianteira mais moderna, em linha com modelos como o renovado Sorento, por exemplo, é um automóvel competente e ágil no seu habitat natural, a cidade e trajetos curtos.
Na prática, os seus 3,61 metros permitem, não só, estacionar em qualquer lugar, ajudado por um diâmetro de viragem de apenas 9,4 metros, como se revela muito fácil de conduzir. Sob o capô existe uma única opção atmosférica na forma de um três cilindros a gasolina com 1 litro de cilindrada e 63 CV de potência.
Manual ou automática
O bloco 1.0 CVVT ISG é mais do que suficiente para o que se espera dele. Associado a uma caixa manual de 5 velocidades, o seu modesto valor de binário máximo (93 Nm) acaba por chegar e sobrar para quem faz do dia-a-dia as ruas e vielas do ambiente urbano, onde se comporta na perfeição.
De referir que o Picante Urban pode igualmente estar acoplado a uma caixa automática (mais 1.000 €). Trata-se de uma transmissão com embraiagem pilotada, também de 5 relações. Não é a mais agradável do mercado, mas é a mais económica, e no segmento A o preço é fundamental. Em todo o caso, pode ser uma solução interessante para melhorar a qualidade de vida quotidiana.
Já em estrada, e face aos valores da ficha técnica, não é de admirar que não seja muito adepto de correrias. Ainda assim, cumpre em vias rápidas, como as que circundam a cidade, denotando mais dificuldade nas viagens longas onde o recurso à caixa de velocidade é ponto obrigatório para compensar a apatia do pequeno bloco. É verdade que a ausência do turbo é percetível, mas esta também não é a sua guerra.
Para compensar, gostámos da suavidade da direção (apenas 2,5 voltas de topo a topo), do tato da alavanca da caixa e do conforto dos bancos dianteiros. Trava bem (monta 4 travões de discos) e a suspensão contribui para o conforto geral, no entanto, o melhor de tudo é mesmo o consumo: apenas 5 litros em média em utilização mista durante o teste, inferior à homologação. Vale também a pena mencionar a sua oferta em matéria de dispositivos de segurança (ADAS), mais própria de segmentos superiores. Estreia assistência inteligente de limite de velocidade, travagem de emergência (que reconhece peões e ciclistas), assistente de manutenção na faixa de rodagem e alerta de fadiga do condutor.

Simples e competente
Lá dentro tem boa aparência e é altamente digital. Os plásticos são duros, mas estão bem montados. O volante multifunções em pele regula somente em altura. Por sua vez, o ecrã tátil multimédia, de 8 polegadas, é de série. É intuitivo e fácil de utilizar, e além disso o sistema de infoentretenimento inclui conetividade Apple CarPlay e Android Auto com fios. Existe ainda controlo por comando de voz, enquanto a aplicação Kia Connect dispõe de atualizações OTA.
Atrás é mais simples e comedido no espaço. Não é mau em termos da cota de altura e área para as pernas, mas três adultos apenas irão aguentar uma curta deslocação urbana. Mais. Nesses lugares há pouco luminosidade, o que pode ser algo problemático se tiver de colocar as crianças nas cadeiras; não se veem os “buracos” dos cintos à noite. Quanto à bagageira, é uma das melhores da sua classe, embora seja evidente que 255 litros não são suficientes para muito mais do que os sacos do dia-a-dia.
Texto E. Cano
Fotos Paulo Calisto
CONCLUSÃO
O Picanto é agora mais atrativo no design e completo em termos de tecnologia. Simples, agradável no tato geral, bem feito e peso pluma, consome o justo e estaciona-se em qualquer lugar. Notável na cidade e mais limitado fora dela devido aos seus modestos 63 CV, e o preço neste nível Urban é competitivo, até porque traz uma lista de equipamento muito completa.
FICHA TÉCNICA
KIA PICANTO 1.0 CVVT ISG 5P URBAN
TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, atmosférico
CILINDRADA 998 cm3
POTENCIA 63 CV às 5.500 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 93 Nm às 3.750 rpm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa manual 5 velocidades
VELOCIDADE MÁXIMA 145 km/h
ACELERAÇÃO 15,6 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 5,2 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 116 g/km (misto)
DIMENSÕES (C/L/A) 3.605 / 1.595 / 1.485 mm
PNEUS 175/65 R14
PESO 1.012 kg
BAGAGEIRA 255-1.010 l
PREÇO 16.409 €
GAMA DESDE 16.409 €
IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO 111,46 €
LANÇAMENTO Julho de 2024