Revistacarros

Teste – Hyundai Santa Fe PHEV 1.6 Vanguard – Rumo ao topo

O Santa Fe é a expressão máxima de conforto e sofisticação na Hyundai. É o topo de gama da marca coreana na Europa, mas também cumpre funções de montra tecnológica no segmento dos grandes familiares de sete lugares. Está a nova geração à altura do desafio?

O Santa Fe, revelado em 2000, foi o primeiro SUV da Hyundai e o modelo que contribuiu para acelerar a credibilidade da marca. Agora, a quinta geração rompe claramente com a imagem do passado ao introduzir um design que está a dividir opiniões entre os que adoram o visual quase “militar” de linhas direitas e os fãs do mais arredondado e chique. Mas se há característica que também salta à atenção é o tamanho.

Mantendo a configuração de sete lugares, sendo a terceira fila composta por dois bancos rebatíveis sob o piso da bagageira, o novo Santa Fé cresce 4,5 cm em comprimento (total de 4,83 m), 6 cm em largura e 5 cm na distância entre eixos. Só a altura não muda. Com isto cresceu também o espaço e a qualidade de vida a bordo, sobretudo nas duas filas mais recuadas: na segunda (que pode deslocar-se sobre carris para frente ou para trás) há 15 mm adicionais para as pernas, enquanto a terceira fila adicionou 20 mm em comprimento (e o assento está em posição 30 mm mais alta). Estes dois últimos lugares (aos quais se pode chegar com facilidade porque a segunda fila avança com um único toque), convencem nas cotas da altura, mas continuam a ser apertados para as pernas, o que significa que se recomendam para pequenos ocupantes.

Já a bagageira mantém as medidas XL, num total de 628 litros (com os dois bancos adicionais rebatidos), sendo que, nesta versão híbrida plug-in, este valor é só 7 litros inferior (621), o que significa que continua a ser uma das maiores da classe.

Bateria na mala

A nova motorização híbrida plug-in continua a apostar na união de bloco turbo 1.6 TGDi a gasolina e propulsor elétrico, porém a potência máxima combinada sobe para 253 CV, graças ao maior rendimento do motor elétrica (91 CV). Já o binário máximo combinado não sofre alterações: 367 Nm passados às quatro rodas através duma transmissão automática de 6 relações. E, sob o piso da mala, está, então, uma bateria com 13,8 kWh de capacidade.

O contributo da unidade elétrica atribui ao SUV boas performances para automóvel com vocação familiar, ou máxima economia. A autonomia elétrica real de 50 km garante um consumo de 3 l/100 km. Após o esgotamento da carga (ou quase, porque se reservam automaticamente alguns kWh para os arranques e as manobras a baixa velocidade), é o motor a gasolina que faz literalmente as despesas.

Em estrada, a condução suave do sistema híbrido só vem confirmar o estatuto de grande rolador do automóvel que substitui, embora agora num patamar bem mais elevado de qualidade e sofisticação. No Santa Fe, a posição de condução é alta e não é especialmente envolvente. O volante tem ótima pega e o banco é confortável apesar do reduzido apoio lateral, mas a ótima visibilidade para todos os ângulos da estrada compensa bem alguma falta de envolvência. A direção tem um tato preciso e ligado ao asfalto e só perde algum feedback quando se acelera em traçados mais exigentes. A este ritmo, apesar de se sentir que tem um centro de gravidade alto, a inclinação lateral da carroçaria está muito bem controlada, mérito da suspensão que, mesmo privilegiando claramente o conforto, dá boa conta do recado.

Dizer que este Hyundai é um carro para levar para todo-o-terreno é, porventura, um pouco exagerado. Mas aquele que é o maior dos SUV da marca coreana, com 177 mm de altura livre ao solo, revelou-se muito bem comportado por maus caminhos. A tração integral adapta a distribuição do binário de forma automática.

Tiques de premium

A imagem geral é de robustez e a conceção muito moderna, logo a partir da versão Vanguard do nosso teste; a Calligraphy é a mais equipada. Um ambiente com a qualidade habitual de um topo de gama alimentada por um painel digital de desenho curvo a ocupar mais de metade do tablier. Engloba o painel de instrumentos com ecrã de 12,3” e o sistema multimédia com as mesmas dimensões, que integra todas as funções de navegação, multimédia e conectividade (Apple CarPlay e Android Auto). Há ainda um ecrã tátil de 6,6” para controlo da climatização que simplifica o processo de regulação das definições de aquecimento e arrefecimento – incluindo o fluxo de ar do banco traseiro.

Úteis são também as duas plataformas de carregamento sem fio para telemóveis, com indicador do estado de carga. Outra alteração para melhorar o interior: o seletor da caixa de velocidades foi movido para a coluna da direção para criar mais arrumação na consola central.

O arsenal de equipamentos de segurança e assistência ao condutor também foi alargado, mas há duas funções que destacamos: o sistema que vigia os bancos traseiros e avisa quando estes deixam de estar ocupados (através de um sensor ultrassónico), e o aviso de aproximação à traseira do Santa Fe no momento em que um ocupante se prepara para abrir uma das portas traseiras, situação em que as mesmas são bloqueadas até que a bicicleta/motorizada ou carro passe.

Texto Vítor Mendes
Fotos Paulo Calisto

CONCLUSÃO

Com uma dinâmica ao nível do que se espera de requintado familiar e com algumas apetências para fora de estrada, o novo Santa Fe subiu de nível em tudo o que tem para oferecer: os acabamentos são mais cuidados, a imagem é sofisticada, o interior é espaçoso e versátil, e a lista de equipamentos de conforto e segurança foi reforçada. As suspensões e a motorização híbrida confirmam o upgrade a toda a linha. Mas o posicionamento de preço também sobe.

FICHA TÉCNICA

HYUNDAI SANTA FE PHEV

TIPO DE MOTOR                        Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo

CILINDRADA                                1.598 cm³

POTÊNCIA                                     160 CV às 5.500 rpm

BINÁRIO MÁXIMO                     265 Nm entre as 1.500 rpm e as 3.500 rpm

TRANSMISSÃO                            Integral, caixa automática de 6 velocidades

SISTEMA ELÉTRICO

TIPO DE MOTOR                        Elétrico, síncrono de ímanes permanentes

POTÊNCIA                                     91 CV

BINÁRIO                                        304 Nm

BATERIA                                        Iões de lítio, 13,8 kWh

AUTONOMIA (WLTP)                54 km

SISTEMA HÍBRIDO

TIPO DE MOTOR                        Elétrico-Gasolina, PHEV

POTÊNCIA                                     253 CV

BINÁRIO                                        367 Nm

VELOCIDADE MÁXIMA 180 km/h

ACELERAÇÃO                               9,4 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                    1,7 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)             38 g/km

DIMENSÕES (C/L/A)                  4.830 / 1.900 / 1.770 mm

PNEUS                                                          255/45 R20

PESO                                              2.165 kg

BAGAGEIRA                                 621-1.942 l

PREÇO                                                          71.200 €

GAMA DESDE                              65.749 €

IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO (IUC) 148,22 €

LANÇAMENTO                            Julho de 2024

Exit mobile version