O novo Bayon representa a Hyundai na importante categoria dos SUV de segmento B, veículos de índole urbana, onde o casamento entre pequenas mecânicas a gasolina e modernas caixas automáticas faz mais sentido.
SUV compacto à medida das cidades, mas mais ainda do bolso dos portugueses, o Bayon destina-se a uma clientela que valoriza o preço, mas não abdica de qualidade e condução confortável e segura, mesmo sem grandes emoções. E é tão bem-sucedido no segmento B que obrigou a Hyundai a “empurrar” mais para cima o Kauai (cresceu em todas as direções e também no preço), evitando assim a canibalização entre os dois modelos. No entanto, parece que o Bayon continua a querer fazer tudo igual ao “irmão” maior. A começar no estilo.
A mais recente modernização do Bayon foi cirúrgica, mas incluiu o redesenho da secção dianteira com a nova assinatura luminosa “Seamless Horizon”, que se caracteriza por uma faixa LED contínua na base do capô, a toda a largura do carro, tal como vimos no Kauai. O formato e o design dos para-choques dianteiro e traseiro, bem como a grelha dianteira (aberta na parte inferior), foram também redesenhados, conferindo maior robustez ao conjunto. A Hyundai, independentemente do segmento, procura impor-se definitivamente pela imagem. Não só a de enorme fiabilidade que passa, por exemplo, com a oferta de garantia de 7 anos (sem limite de quilómetros), mas também a que resulta deste design com bons rasgos de originalidade numa embalagem de medidas compactas.
Prático para a cidade
Com 4,1 metros em comprimento, o Bayon acolhe quatro adultos no seu interior em ótimas condições de conforto; um quinto elemento a bordo, sentado atrás no lugar do meio, sentirá mais o aperto resultante da presença do intrusivo túnel central no piso do carro. A bagageira oferece 411 litros, apenas menos 55 litros que no Kauai.
No habitáculo, há ainda muitos plásticos e forros de aparência sofrível, mas a Hyundai melhorou a apresentação. Por exemplo, as lâmpadas tradicionais foram substituídas por tecnologia LED, o que permite contar com iluminação ambiente frontal multicor ajustável. E o painel de bordo combina agora instrumentação digital de 10,25” com um ecrã tátil central, também com 10,25” de série (antes 8”), para o infoentretenimento. O sistema é compatível com Apple CarPlay e Android Auto e integra a última atualização da telemática Bluelink e mapas com atualizações Over-the-Air (OTA). Para o carregamento simultâneo dos dispositivos tecnológicos, além de um carregador sem fios na consola entre bancos, há duas portas USB-C – uma na frente e outra na traseira. Mesmo assim, o novo Hyundai não tem a mesma modernidade que se perceciona em alguns dos rivais mais diretos.
Compensará com a justa relação preço/equipamento. O novo Bayon traz uma série de dispositivos de condução semiautónoma, como o sistema de acompanhamento à faixa de rodagem, a assistência de prevenção de colisão frontal e o cruise control. Igualmente de série passa a estar o alerta de fadiga do condutor, que funciona em combinação com o alerta de saída do veículo na dianteira.
Motor de vendas
Parte do sucesso do Bayon está na simplicidade da fórmula. Em Portugal, continua disponível apenas com o motor 1.0 T-GDi, turbo a gasolina de 100 CV, associado a caixa manual de 6 velocidades ou automática de dupla embraiagem de 7 (7DCT), que equipa a unidade deste teste. Uma boa dupla.
O 3 cilindros revela funcionamento agradável e boa consistência nas prestações, sobretudo em circuito urbano. Embora não tendo potência para correrias desenfreadas, mostra genica mais do que suficiente em aceleração para garantir uma condução desembaraçada. E a presença da transmissão automática, conferindo descanso ao pé esquerdo, faz da condução um ato mais zen nos trajetos de todos os dias. A 7DCT garante passagens fáceis e sem arrastamento ou ruído exagerado. Estes sintomas podem ser sentidos no programa Sport, mas só quando puxamos realmente pela mecânica. Já no modo de condução mais ecológico, a atuação da caixa assume o escalonamento mais favorável para os consumos, com média registada de 6,4 l/100 km. Mas faz melhor: em relevo plano, é possível deslizar-se pouco acima do ralenti e baixar os gastos para cerca dos 5 litros.
Já dinamicamente, o Bayon, que é modelo teoricamente comprometido com o conforto, nunca o é plenamente. E não pode dizer-se que o problema esteja nas novas jantes de 17’’, mas sim num amortecimento mais firme do que o desejável, sobretudo em mau piso, onde a resposta é “seca”. A posição de condução também não é a mais envolvente.
Texto: Vitor Mendes
Fotos: Paulo Calisto
CONCLUSÃO
Por menos de 25.000 € aqui está um SUV de segmento B que pode fazer de familiar, tanto pela boa habitabilidade como pela generosa bagageira. É um automóvel compacto, mas com sentido prático apurado, ágil e capaz de performances e consumos apropriados às suas características de veículo para o quotidiano, que se pretende económico e rentável relativamente ao que custa.
FICHA TÉCNICA
HYUNDAI BAYON 1.0 T-GDI DCT PREMIUM
TIPO DE MOTOR Gasolina, 3 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 998 cm3
POTÊNCIA 100 CV entre as 4.500 e as 6.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 171 Nm entre as 1.500 e as 4.000 rpm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa auto. 7 vel. (dupla embraiagem)
VELOCIDADE MÁXIMA 176 km/h
ACELERAÇÃO 12,4 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 5,5 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 126 g/km (misto)
DIMENSÕES (C/L/A) 4.180 / 1.775 / 1.500 mm
PNEUS 205/55 R17
PESO 1.660 kg
BAGAGEIRA 411-1.205 l
PREÇO 25.965 €
GAMA DESDE 24.410 €
IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO 111,46 €
LANÇAMENTO Julho de 2024