Revistacarros

Teste – Dacia Spring Extreme Electric 65 – Um novo incentivo

A partir de um acabamento mais vistoso e exclusivo desta versão, o Spring ganha brio e competência com um motor elétrico mais potente. A autonomia não sofre alterações, mas a melhoria nas acelerações permite-lhe mais agilidade dentro do perímetro urbano.

Afastado de voluptuosos SUV elétricos e de elevados números de potência ou de autonomia, o Spring nasceu em 2021 para ser solução às necessidades da mobilidade elétrica em ambiente de cidade, com um preço acessível e muito mais contido em relação ao que o segmento nos vinha a habituar.
Apesar de ainda não ser muito explorado, pelo menos não tanto como em outros segmentos, o carro elétrico em formato reduzido é uma excelente opção, e a Dacia reforça a sua aposta neste tipo de conceito com um Spring ainda mais capacitado. Mantém em comercialização a versão Electric 45, disponível nas versões Cargo (Van de dois lugares) e Essential.

O de 65 é comercializado apenas na versão Extreme, precisamente a que vê nestas imagens, e eleva a aposta da marca nos elétricos, tanto a nível estético e de equipamento, como mecânico. O design salta à vista. Não que mude muito, mas os pormenores em tonalidade cobre (barras de tejadilho, moldura dos faróis, designação Dacia atrás e logótipo nas jantes…) conferem-lhe um aspeto mais refinado, apesar de não perder a simplicidade que lhe assiste. Aliás, a simplicidade marca presença um pouco por todo o conjunto, não só do lado de fora, como no interior. É precisamente aí que encontramos alguns dos elementos decorativos no mesmo tom cobre caraterístico da declinação Extreme e uma lista de equipamento mais ambiciosa, representada sobretudo pelo sistema multimédia em ecrã tátil de 7” e sistema de navegação ou a compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay. Da mesma forma, os revestimentos em semi-couro melhoram o aspeto do pequeno Spring, cujas dimensões reduzidas se focam precisamente na cidade.

Formato urbano

Tem apenas 3,7 m de comprimento e largura de praticamente 1,6 m, simples para ser manobrado com toda a agilidade em espaços mais reduzidos, para além de se estacionar onde muito não conseguem. Por outro lado, o habitáculo dá à medida para quatro ocupantes. A posição de condição não é, de imediato, a de um ligeiro de passageiros, o volante não tem regulação e não há sequer um pousa pés, para além de irmos sentados numa posição elevada face ao para-brisas. Atrás, o espaço para pernas é limitado. A bagageira merece nota positiva, é funda, mas suficiente para os afazeres do dia-a-dia.

Definitivamente, o Spring responde à letra, se bem que este novo motor de 65 CV (face aos de 45 CV) lhe dá outra desenvoltura. Tecnicamente, este novo propulsor aumenta o regime de rotações até às 14 700 rpm (anteriormente era apenas até às 8500 rpm), e graças a um novo redutor é capaz de enviar mais binário para as rodas motrizes (as dianteiras). Na prática, este Spring já não se sente tão vulnerável no meio do trânsito, recupera muito melhor e arranca com mais rapidez. Nesse primeiro arranque não é lento e melhora consideravelmente face ao Spring Electric 45: 0-100 km/h em 13,7 segundos comparados com os 19,1 do modelo menos potente. A velocidade máxima está limitada aos 125 km/h, ainda que seja possível chegar ao 130 km/h, pelo menos no velocímetro.

Gasta pouco

O consumo mantém-se em valores muito baixos (o peso dá uma ajuda, pesa quase uma tonelada), entre os 12 e os 13,5 kWh, de acordo com o cenário de circulação, pelo que, mesmo com uma bateria pequena, como esta de 27,4 kWh, consegue superar os 200 km de autonomia sem grandes problemas (anuncia 224, menos 6 do que com o motor de 45 CV).
A dinâmica não é a mesma de um ligeiro convencional: tem um amortecimento filtrado, mas falta progressividade ao travão, a estabilidade e resistência ao vento e à alta velocidade são limitadas… circunstância que o limitam ao âmbito cosmopolita onde se move como “peixe na água” e, por isso, acaba por propor um custo de utilização muito apelativo.

Texto Juan Pablo Esteban
Fotos Paulo Calisto

FICHA TÉCNICA
DACIA SPRING EXTREME ELECTRIC 65

TIPO DE MOTOR                     Elétrico, síncrono de íman permanente

POTÊNCIA                              65 CV (48 kW)

BINÁRIO MÁXIMO                  113 Nm

TRANSMISSÃO                       Dianteira, caixa automática de relação única

BATERIA                                 Iões de lítio, 27,4 kWh

AUTONOMIA (WLTP)             220 km (305 km em cidade)

TEMPO DE CARGA                  5h a 7,4 kW AC (0-100%)

56 min. a 30 kW CC (0-80%)

VELOCIDADE MÁXIMA 125 km/h

ACELERAÇÃO                          13,7 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                 14,5 kWh/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)          0 g/km

DIMENSÕES (C/L/A)               3.734 / 1.579 / 1.516 mm

PNEUS                                    165/70 R14

PESO                                       1.050 kg

BAGAGEIRA                            270 l

PREÇO                                    22.050 €

GAMA DESDE                         20.400 €

IMPOSTO CIRCULAÇÃO (IUC) 0 €

LANÇAMENTO                        Julho de 2023

Exit mobile version