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O novo Duster deu um salto qualitativo enorme. É menos “simplista”, embora não deixe de o ser, porque entre as suas prioridades mantém o preço. Tecnologicamente sim, dá um passo em frente, sobretudo com esta versão híbrida auto-recarregável, uma solução que lhe assenta na perfeição.

O mesmo nome, a mesma filosofia, mas num carro completamente novo. Muito mais avançado e apetecível do que antes, a terceira geração do Dacia Duster é muito mais consistente para resistir à ameaça dos seus rivais, especialmente os de origem chinesa. O tamanho é praticamente idêntico ao do antecessor, mas a estética resulta, digamos, mais apelativa, sólida e aparente. Também o interior é agora mais evoluído, com uma apresentação totalmente digital que lhe assenta muito bem.
Contudo, continua a ser um carro centrado no essencial que aposta no que é necessário e prescindindo do supérfluo. Por isso, os plásticos são todos duros, embora aparentemente bem montados. Mais questionável é o facto da consola, onde se encontra a alavanca da caixa de velocidades automática e o comando do travão de estacionamento, não terem luz e precisarem de ser “apalpados” à noite. O porta-luvas principal também podia ser luz. A zona traseira continua a ser uma opção muito interessante em habitabilidade e conforto, graças ao amortecimento do banco e dos encostos, bem como à generosa abertura das portas. O espaço da bagageira é de 430 litros nesta “nossa” unidade, devido ao espaço que a bateria do sistema híbrido lhe “rouba”. Sim, o Duster perde o motor Diesel, mas em vez disso recebe esta eficiente versão híbrida auto-recarregável. Na prática, esta solução era um dado adquirido, porque já existe no Dacia Jogger e nos seus parentes próximos da Renault, Nissan e Mitsubishi. E assenta-lhe que nem uma luva. O único “senão” é que não pode ser combinado com a tração integral, o que nem é sempre bom num SUV de acusado perfil aventureiro.

Sistema híbrido

Sem alterações na lista de encargos: o motor térmico de 1.6 litros produz 91 CV e acrescenta dois geradores elétricos, um de 49 CV e outro de 20. O mais modesto é vital para ajustar a rotação entre a cambota e a transmissão automática, que carece de embraiagem e sincronizadores. Por isso, o arranque é sempre feito de forma elétrica.
Esta combinação resulta bastante refinada em movimento, uma vez que funciona a maior parte do tempo em modo EV. A bateria de 1,2 kWh de capacidade bruta é alimentada pelo efeito da travagem regenerativa, que pode ser intensificada através do modo “B” (Brake) da caixa de velocidades.O desempenho é satisfatório, sem mais. Acelera bem, mas chama a atenção a sua modesta velocidade máxima: 160 km/h. De facto, só em subidas prolongadas, e em raras ocasiões, podemos ficar sem bateria híbrida e, portanto, sem energia elétrica. Nesse cenário, os 91 CV são algo limitados, mas basta uma curta viagem em piso plano para carregar rapidamente a bateria.

Consumo exemplar

Sim, este sistema híbrido é uma mais-valia em refinamento e consumo: registámos 5,4 l/100 km de média real. Quase um terço do trajeto foi realizado em modo elétrico. Para tal, ativámos o modo ECO; não existem outros perfis de condução.
Dinamicamente, a nova plataforma representa uma espécie um antes e um depois na vida do Duster. A direção (2,75 voltas de topo a topo) não é suave e a sensação do pedal do travão pode ser melhorada, tal como a insonorização. O conforto sai reforçado pelo perfil mais macio da suspensão, ainda que isso signifique um pouco mais de oscilações da carroçaria nas curvas.
Outra melhoria é a incorporação de diversos assistentes de segurança, câmara perimetral e ligação de smartphone sem fios compatível com Android Auto/CarPlay. O preço, logicamente, aumenta com este acréscimo de elementos, mas não há nada tão acessível no segmento com uma mecânica equiparável.

Texto Eduardo Cano
Fotos Paulo Calisto

CONCLUSÃO
Esta nova geração, estética à parte, é muito mais apelativa e avançada tecnologicamente. A sua nova plataforma permite apostar na hibridização auto-recarregável, refinada em movimento e com um consumo real muito ajustado. Não há nada que se lhe assemelhe pelo mesmo preço. Mais uma vez, bem jogado pela Dacia.

FICHA TÉCNICA

DACIA DUSTER EXTREME HYBRID 140 4×2

TIPO DE MOTOR                    Gasolina, 4 cilindros em linha, atmosférico

CILINDRADA                           1.598 cm3

POTÊNCIA                               91 CV às 5.600 rpm

BINÁRIO MÁXIMO                  148 Nm às 3.600 rpm

TRANSMISSÃO                        Dianteira, caixa auto. multimodo

SISTEMA ELÉTRICO

TIPO DE MOTOR                    Dois elétricos, síncronos de ímanes permanentes

POTÊNCIA (e-Motor)              49 CV (36 kW)

BINÁRIO MÁXIMO                  205 Nm

POTÊNCIA (HSG)                     20 CV (15 kW)

BINÁRIO MÁXIMO                  50 Nm

BATERIA                                  Iões de lítio, 1,2 kWh (0,85 úteis)

SISTEMA HÍBRIDO

TIPO DE MOTOR                    Elétrico-gasolina

POTÊNCIA (TOTAL)                 140 CV (104 kW)

BINÁRIO (TOTAL)                    N.D.

VELOCIDADE MÁXIMA      160 km/h

ACELERAÇÃO                          10,1 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                 5,1 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)           114 g/km (misto)

DIMENSÕES (C/L/A)               4.343 / 1.813 / 1.661 mm

PNEUS                                    215/65 R17

PESO                                       1.455 kg

BAGAGEIRA                            430 l

PREÇO                                    29.000 €

GAMA DESDE                         19.150 €

I.CIRCULAÇÃO (IUC)               148,22 €

LANÇAMENTO                        Junho de 2024

Ricardo Carvalho

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