A CUPRA continua a escalar posições até alcançar o objetivo de se transformar numa marca premium de primeiro nível. Também por isso, os seus produtos são cada vez mais exclusivos, desportivos e…. caros.
Nesta edição levamos até si o CUPRA mais potente e dispendioso da atualidade, o Formentor VZ5 Taiga Grey que tem tudo para se transformar num objeto de desejo para muitos.
Texto: Ricardo Carvalho
Fotos: Paulo Calisto
O Formentor é, sem duvida, um acerto de design, prestações e imagem que apaixonou um mercado que procurava um automóvel diferente, apelativo e, sobretudo, desportivo. O apelido Taiga Grey, que diz respeito ao nome da cor, um cinzento opaco que consegue brilhar, inclui ainda pormenores como o sistema de escape, os travões especiais, as jantes de 20” ou os novos faróis Matrix LED dinâmicos, bem como diversos elementos em fibra de carbono que fazem desta versão uma obra de colecionador. Esteticamente, este VZ5 pouco ou nada difere do VZ ou mesmo de qualquer outra versão do Formentor, a não ser nestes pequenos detalhes do lado de fora.
Os escapes comprovam-no
Atrás, destacam-se as saídas de escape duplas, montadas de forma diagonal no difusor traseiro produzido em fibra de carbono e pintadas num tom cobre.
O VZ5 vê ainda ainda a altura da carroçaria baixar 10 mm, dispõe de jantes de 20” calçadas com pneus 255/35 nos dois eixos e que deixam ver o sistema de travagem proveniente do especialista Akebono, composto por uns discos perfurados de 375 mm à frente com pinças de seis pistões e de 310 mm atrás.
Abrimos a porta e respiramos um ambiente racing, com as bacquets forradas a couro Nappa castanho escuro, perfurados e com detalhes na cor cobre (Coper) da marca, que envolvem o corpo na perfeição, adaptando-se a ele como uma luva. O painel de instrumentos é composto por um ecrã de 10,25” totalmente personalizável e ao centro, no tablier, encontramos um ecrã de 12” tátil, a partir do qual se pode controlar o sistema de infotainment, assim como diversos parâmetros de configuração do Formentor, ou o sistema de climatização, entre muitas outras funções. Botões físicos há poucos. Os únicos que encontramos são do lado esquerdo do volante e para ligar as luzes, em caso de ser preciso.
Na consola central encontramos o seletor da caixa de velocidades minimalista “by-wire” do grupo, sendo mais do que suficiente para cumprir com a sua função, para além do comando através do qual podemos desligar de forma rápida o controlo de tração, assim como o espaço para carregar o smartphone por indução e ainda duas ficha USB-C. Se quisermos acionar a caixa de forma manual, basta “jogar” com as patilhas do volante, também ele desportivo.
Os lugares traseiros são amplos e podem dar guarida a três ocupantes,ainda que no banco central, e como em todos os compactos, o conforto não será o mesmo. A bagageira, por seu lado, propõe 420 litros de espaço pelo facto de possuir tração integral. Nas opções de tração dianteira, este valor sobe para 450 litros.
Coração com “nota” 5
Debaixo do capô encontramos o mesmo “coração” que palpita no Audi RS3, mas que aqui debita 390 CV, menos 10 CV que no modelo da marca de Ingolstadt. O binário chega aos 480 Nm, e surge associado a uma caixa DSG de 7 velocidades, dotada de Launch Control, com o qual se consegue rubricar uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 4,2 segundos.
Este motor de 5 cilindros leva o Formentor com destreza, muito por culpa do binário disponível desde rotações muito baixas, pelo que qualquer decisão que seja tomada é imediata, seja para fazer uma curva de forma rápida ou para um ultrapassagem “à queima”. Um dos detalhes que nos agradou é o facto da DSG não passar de caixa sozinha em modo manual, permitindo chegar ao redline praticamente até ao corte de injeção. Quando isto acontece e o conta-rotações sobe até às 7000 rpm, acendem uns LED´s vermelhos no painel que indicam este facto.
A potência é colocada no asfalto com grande fluidez graças ao sistema 4Drive dotado de tecnologia “Torque Splitter” e ao seu diferencial traseiro mecânico de controlo eletrónico que varia a partilha de binário entre as rodas, melhorando assim a motricidade. Para além de tudo, conta com um modo Drift com o qual é possível realizar saídas de traseira totalmente controladas, já que este sistema envia potência à roda de trás exterior à curva, permitindo que a traseira se solte com muita facilidade, exatamente a mesma com que se pode depois corrigi-la, por isso torna-se muito divertido de conduzir (quase) no limite. Quanto a consumos, não há milagres. Mesmo a andar devagar foi difícil baixar dos 11 l/100 km, sendo que quando se tentam as brincadeiras das derivas, o modo Drift ou o Launch Control, facilmente sobem para os quase 15 l/100 km, todavia se a gasolina for paga com gosto, então não há nada a temer.
A direção é direta, pesada e precisa, bem como comunicativa, transmitindo muito bem tudo o que se passa lá à frente, no eixo dianteiro, o que se traduz em passagens por curva muito controladas, sem medos. Vira como um compasso e é muito fácil de conduzir praticamente no limite. Convém não esquecer que um dos elementos chave para assegurar esta dinâmica de condução sem mácula é o DCC que permite até 15 níveis de configuração de forma totalmente personalizável através dos vários modos de condução, por isso este Formentor tanto pode ser um SUV para conduzir de forma “normal”, com tranquilidade ou transformar-se num verdadeiro desportivo de rua.
FICHA TÉCNICA
CUPRA FORMENTOR 2.5 TSI 390 CV DSG 4DRIVE
TIPO DE MOTOR Gasolina, 5 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 2.480 cm3
POTÊNCIA 390 CV entre as 5.700 e as 7.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 480 Nm entre as 2.250 e as 5.700 rpm
TRANSMISSÃO Integral, caixa auto. 7 vel. (DSG, dupla embraiagem)
VELOCIDADE MÁXIMA 250 km/h (limitada)
ACELERAÇÃO 4,2 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 10,2 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 231 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.450 / 1.839 / 1.511 mm
PNEUS 255/35 R20
PESO 1.683 kg
BAGAGEIRA 420-1.475 l
PREÇO 81 352 €
GAMA DESDE 36 142 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 414,80 €
LANÇAMENTO janeiro de 2023
