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Teste – BMW X5 xDrive 50e – Superlativo absoluto… híbrido

Elegante e vigoroso, o representante mais potente dos PHEV da família X5, assume-se como um SUV sublime e eficiente. Com 490 CV a partir da soma de um motor a gasolina e de um elétrico, alcança facilmente o estatuto de topo de gama, sem esquecer as valências de um desportivo que não tem a assinatura M, mas podia.

Texto: Ricardo Carvalho
Fotos: Paulo Calisto

A quinta geração do BMW X5 volta a subir na hierarquia e na fasquia dos PHEV, ganhando maturidade, em potência e em autonomia elétrica.
Face à geração lançada em 2018, o novo X5 muda pouco em termos estéticos e não adota a enorme grelha dos rins dos modelos mais recentes da marca. No máximo, esta nova grelha pode ser iluminada, o que é visualmente muito diferente (e surpreendente). Os faróis também foram redesenhados (estão agora mais finos). O para-choques é mais esguio para aligeirar o aspeto geral. Na traseira, apenas o design dos farolins foi alterado, com uma assinatura em “X”, como seria de esperar.

Mais tecnologia

No interior, a maior mudança vem do painel de instrumentos, que adota o “Curved Display”, um grande ecrã curvo que agrupa o painel de instrumentos e a interface multimédia central (14,9”). O sistema operativo é o iDrive OS 8.0 desenvolvido pela marca bávara, que é rápido e intuitivo. O sistema é compatível com Apple CarPlay (sem fios) e Android Auto (com fios). Oferece ainda uma série de aplicações como o YouTube, bem como canais de vídeo em streaming como o ABRP e a Amazon. Alguns outros aspectos também evoluíram: as saídas de ar, o seletor da caixa de velocidades e o próprio volante.
Apesar do seu tamanho imponente, o X5 não oferece um habitáculo gigante, especialmente na parte de trás, onde nos podemos sentar confortavelmente, mas sem desfrutar de um espaço muito generoso. Para além disso, o banco central continua a ser apenas um banco auxiliar. Este espaço limitado é também resultado da versão híbrida recarregável que nos ocupa, que alberga um conjunto de baterias, o que reduz a bagageira em 150 litros, limitando o espaço disponível a 500 litros.

Note-se que estas baterias também impossibilitam a colocação de dois bancos traseiros suplementares na bagageira (versão de 7 lugares). Ainda no que diz respeito ao espaço da mala, o X5 continua a contar com um painel inferior que abre para baixo e com porta da bagageira, ambos com acionamento elétrico. Todos as cadeias cinemáticas do renovado X5 são eletrificadas. A gama a gasolina é composta pelo 40i (381 CV) e pelo muito potente M60i (530 CV). Entre os dois, posiciona-se o híbrido recarregável 50e que sucede ao 45e, enquanto os motores Diesel são o 30d (298 CV) e o 40d (352 CV).
Estamos, obviamente, mais interessados na versão híbrida plug-in, que continua a ser atrativa do ponto de vista fiscal. Esta versão evoluiu significativamente, ganhando em requinte e, sobretudo, em autonomia elétrica. Combina um motor a gasolina de 3 litros e 6 cilindros, de 313 CV, com um motor elétrico de 197 CV, o que dá uma potência combinada de 490 CV – quase mais 100 CV do que o anterior X5 45e! O binário sobe para 700 Nm, garantindo um desempenho de topo e uma aceleração de 0-100 km/h de 4,8 segundos. Um foguete, para um veículo que pesa 2,4 toneladas!. É obra!

A capacidade da bateria também cresceu, passando para 29,5 kWh. A BMW anuncia assim uma autonomia eléctrica teórica entre 94 e 110 km. É impressionante, mas também é otimista, porque na realidade estamos a falar de 80 km em estradas mistas e 65 km em autoestrada (a 120 km/h). É certo que não é mau, especialmente porque a bateria também pode ser carregada mais rapidamente graças a um carregador de 7,4 kW. A operação demora, portanto, 4 horas e meia, mas nunca menos, porque o X5 50e não dispõe de um carregador de corrente contínua e, por conseguinte, de um sistema de carregamento rápido, como acontece com alguns dos seus concorrentes. Dado o peso e a dimensão do veículo, o consumo de eletricidade ronda os 30 kWh/100 km e por vezes mais, em autoestrada. Enquanto a eletricidade for utilizada, o consumo de combustível é nulo ou muito baixo. Se percorrermos 200 km de uma só vez com a bateria totalmente carregada, o consumo de combustível pode rondar os 5 litros/100 km. Mas sem eletricidade, não vale a pena esperar milagres do motor a gasolina de 3 litros, que, ainda assim, consegue realizar médias de 8,7 l/100 km. Como o depósito é grande, a autonomia total chega aos 900 km. Na verdade, este X5 é hipereficiente. Ao aproximar-se de outro veículo, de uma rotunda ou de um semáforo, por exemplo, a desaceleração é automatizada para recuperar o máximo de energia possível.

Um verdadeiro BMW

O equilíbrio é, portanto, natural e competente, seja qual for a estrada. É perfeitamente possível fazer uma zona de curvas de forma rápida, precisa e eficaz. Os pneus mistos 275/35 R22 à frente e 315/30 R22 atrás, garantem uma aderência reforçada em pisos secos e molhados. O som abafado do seis cilindros a gasolina ganha outra dimensão com o modo “Sport” ligado. Aí sim, a conversa muda de figura e o X5 ganha uma nova “garganta” que canta com uma sonoridade cativante à medida que vamos pressionando o acelerador.
Com esta informação, não deverá ser difícil adivinhar aquilo que sentimos ao volante deste automóvel de sangue quente. O seu grande truque e trunfo está na forma como esconde as dimensões e peso, curvando com uma facilidade e fluidez de movimentos assinalável, aproveitando toda a potência para estabilizar o chassis. A direção tem bom tato e os travões demonstram potência e boa resistência à fadiga. A caixa automática de oito velocidades faz passagens rápidas e suaves, “obrigando” o condutor a explorar o modo manual para levá-la ao limite. A condução deste X5 encanta tanto em ritmo de passeio como numa toada mais empenhada. Um verdadeiro transatlântico sobre rodas, eficiente como poucos e desportivo como sempre.

Conclusão

A forma como este X5 recebe os passageiros é… perfeita. Qualidade, luxo e requinte a bordo, sempre com um nível de conforto de topo. Mas ainda há muito mais, e esta versão PHEV de… 490 CV e 700 Nm de binário consegue consumos comedidos, reprises de desportivo e uma autonomia elétrica de até 110 km. Como não se pode ter tudo, o preço ressente-se.

FICHA TÉCNICA

BMW X5 xDrive 50e

TIPO DE MOTOR             Gasolina, 6 cilindros em linha, turbo

CILINDRADA                    2.988 cm3

POTENCIA                       313 CV entre 5000 e as 6500 rpm

BINÁRIO MÁXIMO           450 Nm entre as 1750 e as 4700 rpm
TRANSMISSÃO               Integral, caixa automática de oito velocidades

SISTEMA ELÉTRICO

TIPO DE MOTOR             Dianteiro longitudinal
POTÊNCIA MÁXIMA                   197 CV (80 kW)

BINÁRIO MÁXIMO           280 Nm

BATERIA                          Iões de lítio, 29,5 kWh

SISTEMA HÍBRIDO

TIPO DE MOTOR             Híbrido elétrico-gasolina

POTÊNCIA COMBINADA 490 CV

BINÁRIO COMBINADO    700 Nm

AUTONOMIA                    110 km

VELOCIDADE MÁXIMA 250 km/h

ACELERAÇÃO                           4,8 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                    0,8 l/100 km

EMISSÕES CO2 (WLTP)  18 g/km

DIMENSÕES (C/L/A)                  4935/2004/1755

PNEUS                             275/35 R22 (fr) 315/30 R22 (tr)

PESO                               2495 kg

BAGAGEIRA                    500 litros

PREÇO                            100 500 €

GAMA DESDE                            100 500 €

IMPOSTO CIRCULAÇÃO (IUC) 576,14 €

LANÇAMENTO                 julho de 2023

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