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Teste – AUDI A3 SPORTBACK 30 TFSI 110 CV S LINE – Evolução de carácter

A acompanhar o estilo mais arrojado, a nova geração A3 exibe argumentos mais tecnológicos e competência de condução alicerçada num chassis de grande valia. O objetivo da marca é ‘agarrar’ a liderança entre os compactos familiares premium. Na entrada de gama, a versão 30 TFSI de 110 CV abre o ‘apetite’…

Tantas vezes acusada de falta de arrojo na reinterpretação dos seus modelos, a Audi respondeu com o A3 de nova geração, um familiar compacto de linhas mais ousadas, numa abordagem moderna e plena de carácter, procurando demarcar-se dos seus rivais, desde logo, pelo visual. Atributos como a grande grelha dianteira ‘Singleframe’, os grupos óticos estilizados com tecnologia LED ou as linhas de carácter nas laterais reforçam a ideia de que houve uma intenção mais vincada de tornar esta quarta geração mais apelativa e distintiva. Se o exterior convence, o interior também.

Qualidade premium
O desenho do habitáculo obedece a um estilo moderno, presente em detalhes como os puxadores das portas em ‘lâmina’, as saídas de ar da climatização horizontais ou na conjugação dos dois ecrãs disponíveis – um para a instrumentação (personalizável) e outro, tátil, de 10,1” para o sistema de infoentretenimento e centro de comando de múltiplas funções do veículo. Resistindo, bem, à tentação de levar a climatização para o ecrã tátil, o novo A3 Sportback tem botões dedicados na consola central.

Desapareceram, por outro lado, os controlos rotativos para o sistema multimédia. Ou seja, agora é mesmo tudo feito no ecrã central. Também o botão físico de volume cedeu o seu lugar a um comando tátil posicionado atrás da alavanca da caixa: estranha-se à primeira, mas depois torna-se fácil de usar, ainda que o posicionamento não seja ideal. Destaque ainda para a excelente posição de condução e para os bancos desportivos do equipamento S line da unidade ensaiada.

O rigor de montagem e a qualidade dos materiais é elevada, embora na zona inferior do habitáculo se verifique uma maior presença de plásticos rijos, mesmo que de boa aparência. A habitabilidade também evoluiu ligeiramente, sobretudo nos lugares posteriores, embora o ganho não seja substancial; dois adultos de até 1,80 m de altura não terão problemas em acomodarem-se com amplitude mais do que suficiente para as pernas. Já a largura, aconselha preferencialmente dois ocupantes, até porque o túnel central é volumoso.

Motor da poupança
Na base da oferta a gasolina encontra-se a versão 30 TFSI, que assenta na motorização 1.0 turbo de três cilindros com 110 CV, uma redução de 6 CV em relação à versão anterior deste bloco, naquela que é uma consequência das normas de emissões de CO2 mais restritivas. Uma “decisão” que não mudou por aí além os seus traços: um bloco com energia e decisão acima das 1.500 rpm e até às 3.500, permitindo acelerações convincentes e desafogadas, mesmo que sem deslumbramentos. É nessa faixa que este motor se explora de forma mais interessante, pelo que, quando na mudança mais adequada, responde com afinco. A caixa manual de seis velocidades, com escalonamento algo longo para privilegiar os consumos, tem cursor com ótimo tato, manuseando-se com precisão, o que acaba por ser bom, atendendo ao facto de que as recuperações obrigam, algumas vezes, ao seu recurso, sobretudo quando se pede maior prontidão de resposta. Destaque ainda para a sensação geral de suavidade, sem trepidações ou queixumes, mesmo quando o sistema start-stop reativa o motor após paragem.

Os modos de condução Audi drive select permitem alterar ligeiramente o carácter do A3, sem transfigurá-lo: mais reativo no acelerador quando em modo ‘Dynamic’ (além de direção mais ‘pesada’), ou mais suave quando no ‘Comfort’ (havendo equilíbrio no modo ‘Auto’), podendo ainda ser personalizado no ‘Individual’. O consumo moderado pode ser bom argumento, podendo situar-se com facilidade na casa dos seis litros, como foi o caso neste teste, com um valor médio de 6,8 l/100 km. Não é fantástico, mas realista.

Aspeto bastante positivo deste A3 Sportback é o seu chassis, que exibe enormíssima competência em toadas mais dinâmicas (apesar do eixo de torção atrás), oferecendo confiança e segurança ao condutor nas estradas sinuosas. A isso não é alheio o facto de ter uma altura ao solo rebaixada em 15 mm inerente ao equipamento S line, razão pela qual adota uma postura mais firme, embora não comprometa grandemente o conforto dos ocupantes. Com rolamento de carroçaria muito contido e direção precisa e informativa, este modelo assume-se como uma proposta direcionada para quem faz do prazer de condução um argumento de compra – mesmo que nesta versão de 110 CV ‘sobre’, claramente, chassis.

Em termos de relação preço/equipamento, o A3 Sportback não destoa de uma norma segundo a qual muitos opcionais são relevantes e… dispendiosos. Aos 32.859 € do preço acrescentam-se ainda 7.830 € de opcionais para um total de 40.689 €. Para quem prezar maior dinamismo, valerá a pena olhar para a versão acima, com 150 CV.

Texto Miguel Silva
Fotos Paulo Calisto

CONCLUSÃO
O motor 1.0 TFSI é o mais modesto da gama, mas revela-se cumpridor e desenvolto em utilização quotidiana (sem deslumbramentos desportivos). Evoluindo nos pontos mais importantes, o A3 Sportback revela atributos para se tornar numa referência no segmento em termos de qualidade, tato da condução e tecnologia.

FICHA TÉCNICA
AUDI A3 SPORTBACK 30 TFSI S LINE

TIPO DE MOTOR Gasolina, 3 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 999 cm3
POTÊNCIA 110 CV às 5.500 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 200 Nm entre as 2.000 e as 3.000 rpm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa manual de 6 velocidades
V. MÁXIMA 204 km/h
ACELERAÇÃO 10,6 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 5,7 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 130 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.343 / 1.816 / 1.449 mm
PNEUS 225/45 R17
PESO 1.295 kg
BAGAGEIRA 380-1.200 l
PREÇO 32.859 €
GAMA DESDE 28.631 €
I. CIRCULAÇÃO (IUC) 103,12 €
LANÇAMENTO Maio de 2020

 

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