A SSC, que já teve em seu poder o recorde do carro mais rápido do mundo em 2007, quer voltar a recuperar o título com este bólide de 1.775 CV.
Jerod Shelby tem em comum com o mítico Carroll Shelby o apelido, a nacionalidade norte-americana, a paixão por carros rápidos… e pouco mais. A SSC (anteriormente conhecida como Shelby SuperCars) chegou a ser processada pela Shelby American. Por isso, em 2012, Jerod teve de mudar o nome da empresa que havia fundado com o seu apelido em 1999 e deixá-la apenas com o acrónimo.
Caça recordes
Feitas as apresentações, o objetivo deste empresário com sede em West Richland, no estado de Washington, esteve desde sempre relacionado com o facto de se tornar no fabricante dos automóveis mais rápidos do mundo. Uma “corrida” que já leva 20 anos de recordes e que agora espera recuperar com este novo Tuatara.
E dizemos recuperar porque este minúsculo fabricante artesanal americano já derrotou o todo-poderoso Grupo VAG e o seu Bugatti Veyron, depois de atingir os 414 km/h no dia 13 de setembro de 2017 (o Veyron chegou aos 407 km/h). Claro que em Molsheim quiseram a vingança e recuperaram a coroa com o Veyron Super Sport, ao alcançar os 431,072 km/h. Atualmente, nenhum dos dois ostenta o recorde do carro de produção mais rápido do mundo, que está nas “mãos” do Koenigsegg Agera RS e dos seus 447,2 km/h. Porém, a SSC não atirou a toalha ao chão e está quase a colocar na rua a primeira unidade do Tuatara. Apresentado em 2011, o seu desenvolvimento foi atrasado por problemas financeiros da empresa. Normal, até porque só produziram um modelo em 20 anos (o Aero) do qual apenas conseguiram vender 24 unidades por mais de meio milhão de euros cada uma.
Todos os ingredientes
Tuatara significa em maori (um povo da Nova Zelândia) espigões nas costas e é também o nome de um lagarto exótico que habita naquele país. Não há dúvidas de que os apêndices aerodinâmicos traseiros que saíram do lápis de Jason Castriota (chefe de design da Saab até 2011) tiveram a sua quota-parte na escolha deste nome de réptil. A aerodinâmica é precisamente um dos pontos fortes do SSC, com um Cx de apenas 0,279, notavelmente melhor que o dos rivais diretos: Bugatti Chiron (0,36), Koenigsegg Agera e Hennesey Venom F5 (ambos com 0,33).
Contudo, não foram só as formas a receber cuidado especial, tanto o chassis como a carroçaria são em carbono para conseguir que o peso final do Tatuara se quedasse apenas nos 1.247 kg. Neste aspeto, realce também para o facto de a simplicidade mecânica não contemplar pesados sistemas híbridos ou transmissões integrais. É autêntico músculo americano, com um motor 5.9 V8 biturbo que envia uma brutal descarga de potência para as rodas traseiras através da caixa de velocidades manual computorizada de sete velocidades. Se utilizarmos como combustível o bioetanol E85, esta mecânica é capaz de render 1.775 CV, mas se consumir gasolina convencional de 91 octanas (apenas disponível nos EUA) a potência baixa para os 1.369 CV.
Com tudo isto, a SSC espera que o seu segundo modelo seja capaz de alcançar o mágico número de 482 km/h, o que o transformará no carro mais rápido do mundo. A primeira unidade já está a rolar em pista e espera-se que seja entregue ao feliz proprietário antes do final do ano. Veremos do que é capaz…
Texto José Armando Gómez
FICHA TÉCNICA
SSC TUATARA
TIPO DE MOTOR | V8 Biturbo |
CILINDRADA | 5.997 cm3 |
POTÊNCIA | 1.775 CV às 8.000 rpm |
BINÁRIO MÁXIMO | N.D. |
V. MÁXIMA | 483 km/h (estimada) |
ACELERAÇÃO | N.D. |
AUTONOMIA | N.D. |
DIMENSÕES (C/L/A) | 4.430 / 1.991 / 1.109 mm |
PNEUS | 245/35 YR20 (fre.) / 345/30 YR20 (tras.) |
PESO | 1.247 kg |
PREÇO | N.D. |
LANÇAMENTO | 2019 |