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Há quase 25 anos, quando saiu de vez das linhas de produção, o Renault 19 deixou um legado de mais de três milhões de unidades vendidas (76.8% a corresponderem ao modelo de dois volumes e 23.2% à carroçaria de três volumes), muitas delas ainda em circulação.


Apresentada em 1995, a primeira geração do Megane partilhava vários elementos com o R19, incluindo o chassis e algumas soluções mecânicas, mas a evolução era tão evidente e convincente que o ajudou a catapultar, desde o primeiro minuto, para um sucesso que acabou por ser um denominador comum ao longo das gerações que a sucederam.

Curioso é o facto da designação comercial “Megane” não ser propriamente recente. Com efeito, em 1988, no Salão Automóvel de Paris, a Renault desvendou um concept-car futurista que podia variar o formato da carroçaria (o vidro traseiro deslocava-se 35 cm) entre uma convencional berlina com três volumes e um hatchback. As linhas fluidas e elegantes, da autoria de Patrick Le Quément, denotavam uma preocupação acrescida com a eficiência aerodinâmica, enquanto, no habitáculo, o conforto e a sofisticação davam a nota dominante.

Curiosamente, a primeira geração do Renault Megane também se desdobrou originalmente em vários formatos de carroçaria, com destaque para uma berlina tricorpo e um hatchback, provando que nada na Renault acontece por acaso… A estes formatos juntou-se uma bem-sucedida carrinha (Break), um inovador monovolume (Megane Scénic), um Coupé e até um elegante Cabrio, baseado nesse mesmo coupé.

A história do Renault Megane como o conhecemos, começa no início da década de 90, com o projeto X64. Daqui para a frente, o desenvolvimento foi acelerado.

Ainda em 1992 são construídos os primeiros protótipos e, em 1993, já as unidades fabris da Renault de Douai (França) e de Palência (Espanha) eram devidamente equipadas para começar a fabricar os modelos de pré-produção. O placo escolhido para a apresentação foi o Salão Automóvel de Frankfurt de 1995, feudo das marcas rivais teutónicas, o que revela a confiança que a Renault depositava no seu novo modelo.

De facto, desde a primeira geração que o Megane é um daqueles raros exemplos na indústria automóvel em que o todo supera a soma das partes.

A evolução tecnológica que sempre pautou cada nova geração, encontrou expressão nos pré-tensores dos cintos com limitadores de esforço na primeira geração, no motor 2.0 IDE (o primeiro francês com injeção direta de gasolina), no omnipresente 1.5 dCi que ainda hoje dá cartas na economia de utilização, na conectividade alargada e nos sistemas de entretenimento R-Link, mas também na evoluída nova geração de motores turbo a gasolina (TCe) que, hoje em dia, combinam as prestações e o prazer de condução com níveis de eficiência recordistas.

A excelência no comportamento dinâmico sempre caraterizou a Renault e a gama Megane, em particular, com as diferentes gerações a terem alguns dos mais icónicos desportivos da história do automóvel. E se tudo começou com o Megane Coupé 16V, o “desafio” iria tornar-se mais sério, com a apresentação da primeira geração do Megane R.S em 2003.

Mais “sério” para a marca, mas, acima de tudo, para a concorrência, que passou a ter de lidar com um dos mais eficazes automóveis de tração dianteira da história e com um familiar desportivo que acumulou recordes por todas as pistas por onde passou…

O primeiro Megane R.S. deu o mote para uma família de modelos que, até hoje, dita o “ritmo” entre os chamados hot-hatch. Surgido com a segunda geração Megane, estava equipado com um motor 2.0 Turbo com 225 cavalos de potência, suficientes para cumprir os clássicos 0 a 100 km/h em apenas 6,5 segundos.

Esta geração R.S. ainda teve dois extremos curiosos: uma versão dCI com 175 cavalos e o R26 R, uma versão que pela sua raridade e referencial comportamento em estrada e em pista, entrou diretamente para o restrito clube dos “clássicos instantâneos”.

O Megane R.S. da terceira geração continuou o legado anterior, mas com uma superior dose de refinamento, prestações ainda mais impressionantes e o habitual nível de eficácia. Apresentado em 2009, este Megane Renault Sport oferecia 250 cavalos de potência, o que lhe permitia chegar às prestações dos muito mais leves antecessores Trophy, R26 e R26 R.

Para os amantes de versões extremadas e ainda mais focadas no comportamento, a Renault lançou o R.S. Trophy com 265 cavalos e uma série limitada apelidada R.S. Trophy R com 275 cavalos. Uma designação que se manteve na atual geração (a terceira do Megane R.S.), agora já com 300 cavalos e prestações verdadeiramente avassaladoras.

O pináculo da evolução da gama Renault Megane R.S. é, novamente, a versão Trophy R, um verdadeiro automóvel de competição com matrícula e “licença” para circular na via pública. Mantém os 300 cavalos da variante Trophy, mas as alterações no chassis, travões, peso e no apoio aerodinâmico explicam os recordes obtidos nos mais variados e exigentes circuitos do mundo.

Uma história de superação que desde sempre esteve inscrita no ADN do Megane e que tem dado provas irrefutáveis nos últimos 25 anos da história de um modelo que, não raras vezes, tem sido o preferido dos portugueses e não apenas do segmento.

Ricardo Carvalho

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