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Apesar do estilo conservador, o novo Clio muda praticamente de A a Z. Plataforma, tecnologias e design interior foram totalmente repensados e modificados. Eis o primeiro contacto aos comandos da versão 1.3 TCe com caixa EDC no nível de equipamento de cariz mais desportivo que substitui o anterior GT Line.

Geração após geração, o Clio ganhou o hábito da metamorfose. Até agora a estratégia da Renault tem funcionado, pois em 30 anos de vida, a marca francesa já vendeu mais de 15 milhões de unidades do seu utilitário. Um sucesso em Portugal, na Europa e no Mundo, até porque em 2018 a marca comercializou cerca de 450 mil unidades um pouco por todo o lado.

            Assim que o projeto BJA (Clio V) chegou ao estirador, a direção da Renault decidiu capitalizar o sucesso alcançado com a geração IV (X98), o primeiro modelo desenhado por Laurens van den Acker. Uma orientação à “alemã” cujo objetivo passa por fazer perdurar a identidade do modelo no tempo, assim como a VW faz com o Golf, por exemplo. É precisamente por isto que o Clio V tem mais vantagem em parecer um restyling do que uma nova geração. A silhueta geral é praticamente a mesma, mudando apenas o aspeto dos puxadores das portas traseiras, que permanecem camuflados, mas são de maiores dimensões. Ainda assim, a Renault diz que 85% dos componentes do Clio V são novos.

Afinal, o que muda?

Visualmente, recebe novas óticas em forma de C e um capô com dois vincos. No seio da gama, a versão RS Line tem um toque mais desportivo: cores específicas, jantes de 16” (17” em opção), grelha em ninho de abelha, escape desportivo e difusor traseiro mais radical, sem esquecer as siglas RS Line espalhadas pela carroçaria.
            Se as alterações do lado de fora parecem ser mínimas, no interior o caso muda de figura. O utilitário francês viu todo o tablier ser alterado em função da qualidade, mas também do design. Foi totalmente redesenhado e surge mais moderno e tecnologicamente evoluído. A qualidade é evidente nos plásticos inferiores e superiores e existem várias superfícies mais macias. Aqui, o ambiente específico RS Line permanece discreto. Apenas os pedais em alumínio, os bancos mais desportivos e o volante com a sigla RS recordam-nos que esta é uma versão mais irreverente. Mas há mais novidades, como a posição do comando da caixa automática EDC num patamar mais elevado, o ecrã vertical de 9,3” tátil de alta definição e o comando de acesso rápido do Multisense (opcional). Este tablet vertical inaugura o interface EasyLink (opcional por 500 €, de série traz um ecrã de 7”) que é muito mais rápido que o anterior R-Link, e os comandos do ar condicionado automático são provenientes do Dacia Duster. O espaço a bordo é razoável para quatro ocupantes, mas, ainda assim, quem viaja atrás terá de ter algum cuidado para “arrumar” as pernas. A bagageira tem 340 litros de volumetria, um valor dentro da média do segmento e que cresce face à geração anterior.

Coração Mercedes-Benz

A Renault optou por colocar debaixo do capô deste RS Line um motor de 4 cilindros a gasolina 1.3 TCe de 130 CV, desenvolvido em colaboração com a Daimler. Trata-se de um propulsor cheio e linear, mas que a baixos regimes e em condução urbana perde alguma vivacidade por causa da caixa automática de dupla embraiagem EDC que nunca revela uma suavidade digna de quem rola em pára-arranca. A partir daí mostra todo o seu esplendor. Em estrada e autoestrada parece um motor mais potente, até porque pujança é coisa que não lhe falta, todavia a transmissão volta a “falhar” na hora de fazer umas acelerações mais rápidas. Basta um “kick down” para perceber que a caixa revela algumas hesitações. Ao ritmo de bom pai de família, esta versão responde a todas as necessidades com conforto acústico e sem vibrações. Demarca-se do anterior três cilindros por consumos mais reduzidos que nos levaram a alcançar uma média de 6,8 l/100 km durante o teste num percurso misto e abrangente.

            Ao volante, é imperial na forma como absorve as irregularidades, propondo um bom nível de conforto, e consegue ser divertido de conduzir em estradas com mais curvas, até porque a direção é precisa e eficaz e o trem dianteiro aponta para o interior da curva sem hesitar. De referir que este novo Clio assenta na plataforma CMF-B da aliança Renault-Nissan concebida para acomodar uma motorização híbrida.             Resta falar no preço que nesta versão RS Line 1.3 TCe EDC sem opcionais começa nos 23.920 euros.

CONCLUSÃO

A evolução do Clio só não parece mais profunda porque as alterações na parte exterior assemelham-se apenas a um restyling. Mas, a verdade é que o utilitário francês evoluiu em aspetos tão dispares como a segurança, qualidade, multimédia, mecânica e plataforma. Está mais maduro, mais sólido e apresenta uma capacidade de rolar com este motor 1.3 TCe digna de automóveis de outros segmentos. Um carro de cidade transformado em familiar e cujos consumos são bastante comedidos. 

Texto Ricardo Carvalho / Fotos Paulo Calisto

Renault Clio 1.3 TCE RS LINE EDC

FICHA TÉCNICA

TIPO DE MOTORGasolina, 4 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA1.333 cm3
POTÊNCIA 131 CV às 5.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO240 Nm às 1.600 rpm
V. MÁXIMA200 km/h
ACELERAÇÃO9,0 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP)5,7 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP)129-131 g/km
DIMENSÕES (C/L/A)4.050 / 1.798 / 1.440 mm
PNEUS205/45 R17
PESO1.923 kg
BAGAGEIRA340 l
PREÇO26.470 €
GAMA DESDE17.790 €
IUC136,72
LANÇAMENTOSetembro de 2019

EQUIPAMENTO

SÉRIE: Airbags frontais, laterais (dianteiros) e de cortina; controlos de estabilidade e tração; sistema de assistência à travagem de urgência (AFU); ISOFIX; alerta de excesso de velocidade com reconhecimento dos sinais de trânsito; alerta de distância de segurança; sistema de assistência na transposição involuntária de via; sistema de travagem de emergência ativa com deteção de peões e ciclistas; sistema de ajuda ao arranque em subida; filtro de partículas; sistema de ajuda ao estacionamento traseiro; regulador e limitador de velocidade; Modo ECO; faróis de nevoeiro; faróis traseiros em LED com assinatura luminosa em forma de “C”; comutação automática de luzes estrada/cruzamento; luzes diurnas dianteiras; sensores de chuva e luz; Kit de enchimento de pneus; fecho centralizado das portas; retrovisores elétricos aquecidos e retráteis na cor da carroçaria; vidros elétricos; ar condicionado automático; cartão Renault mãos-Livres; volante multifunções em couro; assinatura RS Line; acabamentos em cromado; painel de instrumentos com ecrã TFT de 7’’; sistema multimédia Easy Link 7″ com, entrada USB, Bluetooth e funções Apple CarPlay e Android Auto; e jantes de liga leve de 16 polegadas.

OPCIONAIS: Pintura metalizada (entre 450 e 650 €); jantes em liga leve de 17” RS Line (500 €); estofos em couro RS Line (1.000 €); Pack inverno – inclui aquecimento dos bancos dianteiros e banco do passageiro regulável em altura (300 €); Pack Easy Parking inclui Easy Park Assist e câmara de marcha-atrás (600 €); Pack Vision 360 Parking – inclui Multisense e EasyLink 9,3″ ou Pack BOSE (1.080 €); Pack Conforto Plus (600 €); Easy Link 9,3’’ (500 €); Multisense (200 €); alerta de ângulo morto (250 €).

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