Site icon Revistacarros

Radares privados: O que são, como trabalham e quanto ganham por mês?

Novos radares móveis em carros particulares já multam na Europa. 

Em Portugal ainda não existem, mas em várias cidades europeias já multam. Em França, por exemplo, os radares móveis operados por condutores privados são uma realidade há vários anos. Esses “caçadores de multas” circulam pelas estradas em carros particulares, equipados com radares e câmaras, para detetar infrações de trânsito, principalmente excessos de velocidade. A profissão, que surgiu em 2017, tem ganhado popularidade e provado ser lucrativa, com salários atraentes e jornadas de trabalho relativamente curtas.

Como funciona o sistema?
Os condutores privados de radares móveis são contratados por empresas especializadas, como a Mobicom, que fornecem veículos equipados com tecnologia de ponta. Esses carros são camuflados, sem qualquer identificação visual, e os condutores não usam uniformes, o que os torna praticamente invisíveis no trânsito. No interior do veículo, uma tela no painel exibe as informações captadas pelo radar instalado na dianteira do carro.

Os condutores não têm liberdade para escolher as suas rotas. Estas são pré-definidas por sistemas de cartografia integrada, que ajustam automaticamente a velocidade de fiscalização de acordo com os limites de cada via. O processo é totalmente automatizado, dispensando a necessidade de um segundo operador a bordo.

Requisitos e condições de trabalho
Para se tornar um condutor de radar privado, é necessário cumprir certos requisitos, como ter pelo menos 10 pontos (de um total de 12) na carta de condução. O trabalho é realizado em turnos de aproximadamente 5,5 horas por dia, independentemente do horário ou das condições climáticas. Além disso, os condutores atuam sete dias por semana, incluindo feriados.

Quanto ganham?
A remuneração é um dos atrativos da profissão. Segundo o Diario Vasco, a empresa Mobicom oferece salários de 1.850 euros brutos por mês, além de uma bonificação adicional de 250 euros. O pagamento não está vinculado ao número de multas aplicadas, uma prática que seria ilegal. Os condutores também recebem ajudas para despesas como alimentação.

Expansão do serviço
O sistema de radares privados já está presente em várias regiões da França, incluindo Normandia, Bretanha, Nova Aquitânia e Hauts-de-France. A expectativa é que o serviço seja expandido ainda mais em 2025, alcançando áreas como Auvernia-Ródano-Alpes, Occitânia e Provenza-Alpes-Costa Azul. A popularidade da profissão e a eficácia do sistema têm incentivado o governo francês a ampliar o programa.

Críticas e controvérsias
Apesar do sucesso, a prática não está livre de críticas. Alguns argumentam que a fiscalização privada pode gerar conflitos de interesse e questionam a ética de “caçar” infrações como forma de sustento. No entanto, as autoridades francesas defendem o sistema, afirmando que  tem contribuido para a redução de acidentes.

Resta saber se o modelo francês servirá de exemplo para outras nações, e quando…

Exit mobile version