Com que frequência é necessário substituir os amortecedores dos automóveis? Infelizmente para a sua carteira, a coisa certa a fazer é substituí-los muito mais cedo do que é habitual. E não é pelo facto do seu carro ser elétrico, híbrido, PHEV ou a combustão… todos os carros utilizam os mesmo tipo de amortecedores e têm de ser trocados.
Os amortecedores dos automóveis são a parte esquecida da manutenção regular de um veículo. A sua durabilidade teórica diz uma coisa, mas o que a grande maioria dos condutores faz não tem nada a ver com isso.
O amortecedor é um elemento chave na estabilidade de um veículo, porque o “piso” do pneu depende diretamente do seu bom funcionamento. É muito fácil de ver se nos baixarmos e olharmos para a roda do nosso carro. A sua haste está rodeada por uma mola helicoidal na maioria dos casos (no eixo traseiro, a mola é por vezes separada ou mesmo sem mola), embora também possa ser uma mola pneumática se o automóvel tiver uma suspensão pneumática regulável em altura.
Quando é que os amortecedores são substituídos?
O critério é um pouco confuso, dependendo de a quem pergunta. Digamos apenas que, em termos académicos, os amortecedores devem ser substituídos após 60.000 km, não muito mais.
Em condições normais, começam a tornar-se menos eficazes após 30.000 km e aos 80.000 km já estão demasiado perto do fim da sua vida útil. Naturalmente, também depende do tipo de utilização a que o automóvel está sujeito: cidade, estrada, ritmo de condução e, claro, cuidados.
Detetar quando devem ser mudados nem sempre é fácil, para além de saber a quilometragem percorrida. Um grande ressalto no conjunto compressão-extensão é um sinal claro de que já não estão em boas condições, tal como a deteção visual de fugas de fluido a sair pelo amortecedor.
A dura realidade
Na verdade são poucos os proprietários de automóveis que mudan os amortecedores no tempo correto. Mas porquê? No tipo de condução que a grande maioria dos condutores faz, essencialmente silenciosa e “funcional”, não há qualquer benefício claramente palpável em mudar os amortecedores. Os condutores não se aperceberiam da melhoria. Não se apercebem de que o investimento financeiro se traduz num aumento da segurança, como de facto acontece.
A outra razão está de acordo com esta última: o custo da substituição dos amortecedores. O custo de um amortecedor pode variar entre 75 euros para uma marca simples, pós-venda, para um carro normal, e 200 euros para um original, ou 400 euros para um de qualidade superior. Não vamos sequer falar de um de tipo adaptativo.
Multiplique este valor por quatro (ou pelo menos por dois, porque os amortecedores são sempre mudados aos pares, embora o ideal seja mudar os quatro ao mesmo tempo), acrescente os custos de mão de obra (entre duas e três horas para os quatro) e o custo do alinhamento da direção, que é necessário depois de soltar os amortecedores instalados. Por outras palavras, em resumo, a substituição dos amortecedores não é barata.
As consequências de não os mudar
Em condições normais, conduzindo normalmente do ponto A ao ponto B no seu trajeto diário, pode não notar muita diferença. Mas a realidade é que os amortecedores gastos:
– Provocam um aumento da oscilação da carroçaria, o que se traduz numa redução da estabilidade, do comportamento e do conforto.
– Aumentam as distâncias de travagem quando o condutor necessita de efetuar uma travagem de emergência.
– Deformam os pneus, reduzindo a sua vida útil.
– É claro que há formas de os cuidar. Evitar passar por cima de lombas e buracos a alta velocidade, não “calcar” os pneus e não carregar o carro com mais peso do que o adequado.