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A Hungria, a porta de entrada de eleição para alguns dos “amigos” da Rússia, está mais uma vez sob os holofotes. A primeira fábrica da BYD está a ser alvo de uma investigação europeia que poderá custar caro ao gigante chinês.

Os acontecimentos geopolíticos são, no mínimo, agitados, sobretudo na Europa. E a guerra na Ucrânia também tem ramificações para a indústria. O principal construtor chinês, a BYD, escolheu a Hungria como local para a sua primeira fábrica na Europa.

Uma escolha que está provavelmente longe de ser aleatória, dado que a Hungria é o país menos hostil à Rússia no Velho Continente. E, por conseguinte, o mais próximo politicamente dos amigos da Rússia, como a China. Mas este ponto de entrada privilegiado para os grandes construtores chineses, como a BYD, preocupa a UE, que decidiu investigar a fábrica húngara da BYD, que abastecerá o mercado europeu.

De momento, os volumes da BYD na Europa são muito reduzidos (mesmo que a marca pretenda aumentar rapidamente as suas vendas por um fator de 5) e não parecem constituir uma ameaça especial para os fabricantes históricos. No entanto, este facto não impediu a BYD de ter grandes ambições na Europa, estando prevista a abertura de novas unidades de produção. E, entretanto, terá obviamente de lidar com uma investigação sobre subsídios ilegais.

O Financial Times foi o primeiro a dar a conhecer a história: os investigadores da UE estão a investigar a fábrica da BYD para ver se o fabricante beneficiou de apoio financeiro do Estado chinês para se instalar na Europa. Este alegado financiamento é contrário às regras comerciais e confere à BYD uma vantagem injusta sobre os seus concorrentes.

Mas esta investigação, que os funcionários húngaros descobriram através da imprensa, não surpreende: “Não é surpreendente e é do conhecimento geral que qualquer investimento que ocorra na Hungria aparece muito rapidamente no radar da Comissão, que segue com atenção redobrada todas as decisões de auxílio estatal que ocorrem na Hungria”, explica Janos Boka, Ministro húngaro dos Assuntos Europeus.

Se a investigação concluir que a China concedeu uma subvenção ilegal para ajudar a BYD a instalar-se na Europa, o construtor poderá ser confrontado com três opções: vender parte da sua unidade industrial, reduzir a capacidade de produção ou pagar à Europa o montante das subvenções obtidas, para além de uma coima. Estes montantes ainda não foram, obviamente, avaliados.

Ricardo Carvalho

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