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Porque é que os volantes de madeira desapareceram?

Durante décadas, o volante de madeira simbolizou a elegância e o requinte do automóvel. Atualmente, tornou-se uma relíquia do passado, reservada a veículos mais antigos ou a automóveis excecionais. Então, porque é que desapareceram dos nossos automóveis modernos?

No início do século XXᵉ, o automóvel era ainda um objeto artesanal. Os fabricantes utilizavam os materiais nobres da época: couro, madeira, latão, etc. A madeira tornou-se o material preferido para os volantes por várias razões: Fácil de trabalhar e de esculpir à mão. Leve, o que facilita a condução; Harmonioso, porque combina com os painéis de instrumentos, que também eram feitos de madeira preciosa.

Num Bugatti Type 35, num Rolls-Royce Phantom ou mesmo num Citroën Traction topo de gama, o volante em madeira é uma assinatura de distinção.

Apesar das suas qualidades, a madeira tem os seus inconvenientes:

Fragilidade : pode rachar ou partir, nomeadamente com o passar do tempo, devido a variações de temperatura ou após um impacto.

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Manutenção : é necessário envernizá-la regularmente para evitar que seque e se parta.

Com o aumento da velocidade dos automóveis, a necessidade de robustez aumenta. Um volante partido no meio de uma manobra ou durante um acidente é obviamente inaceitável…

Apartir dos anos 50, a indústria automóvel mudou: o automóvel tornou-se um artigo de mercado de massas. A produção tinha de ser rápida, sólida e barata. O plástico moldado e o couro sintético são introduzidos. Estes materiais são :

Nos anos 70, mesmo as marcas de topo abandonam progressivamente a madeira maciça em favor de materiais mais modernos. O volante tornou-se um dispositivo de segurança e não apenas um objeto bonito.

Nos anos 90, os airbags para o condutor tornaram-se obrigatórios em muitos países. O papel do volante mudou: tinha de ser capaz de resistir a uma explosão controlada em poucos milissegundos. Um volante de madeira maciça não é compatível, pois corre o risco de se partir sob pressão e não permite uma integração fiável dos módulos de airbag. Atualmente, praticamente todos os automóveis no mercado estão equipados com um volante de plástico ou de couro, que incorpora airbags, comandos áudio, controlo de velocidade de cruzeiro, etc.

Algumas marcas não abandonaram completamente a elegância da madeira, mesmo na era dos airbags. A Alfa Romeo, por exemplo, oferecia volantes em madeira como opção em vários modelos equipados com airbags, como o 156 e o GTV.

Simplesmente porque já não se tratava de madeira maciça, mas de um revestimento de madeira sobre uma estrutura interna de metal ou plástico reforçado, concebido para se estilhaçar corretamente quando o airbag é acionado. Assim, o charme vintage da madeira manteve-se… sem sacrificar a segurança.

Atualmente, alguns construtores como a Rolls-Royce, a Bentley e a Aston Martin continuam a oferecer a madeira nos seus interiores, por vezes até no volante… mas sempre sob a forma de um folheado ultrafino.

Mas, apesar disso, o volante de madeira mantém uma elegância intemporal, recordando os tempos em que conduzir um automóvel era uma experiência quase aristocrática.

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