… ou muito bem, numa tradução literal. A nova 508 SW não é só uma “carinha laroca”. Completa um envelope bem recheado de qualidade, eficiência e de uma desenvoltura acima da média com o motor 1.5 BlueHDI de 130 CV e caixa automática.
O lançamento da carrinha Peugeot 508 em 2011 quebrou alguns cânones no seio da marca francesa do Grupo PSA. Na época já era apelativa, grande e com um nível de conteúdo tecnológico elevado. Oito anos depois, é hora de conhecermos ao pormenor a nova geração da 508 SW, modelo que cativa esteticamente e é difícil encontrar alguém que não goste daquilo que vê à sua frente.
Para este teste escolhemos a versão de acesso Business Line, uma opção que a marca “construiu”, essencialmente, para agradar às empresas e que quando equipada com o motor 1.5 BlueHDI de 130 CV se torna numa escolha deveras apelativa. Então se a juntarmos à nova caixa automática EAT8, desenvolvida pela Aisin, temos um carro mais adequado para viagens longas, confortáveis e com consumos reduzidos.
3x3x3
Face ao modelo anterior, a nova 508 SW perde 3 centímetros em comprimento e ganha 3 em largura. Agora, quando comparada com a berlina, a carrinha tem mais 3 cm e melhora em todos os acessos, seja para passageiros, seja para bagagem. Os 530 litros da mala (menos 30 litros que a geração anterior) são mais do que suficientes para a colocarem no topo do segmento em matéria de volumetria (uma Volvo V60 tem exatamente o mesmo volume). Com os bancos rebatidos, a 508 SW chega aos 1.780 litros. A facilidade com que se arrumam bagagens é de assinalar, até porque o acesso é largo e o fundo totalmente plano.
Mesmo privilegiando a parte estética, a carrinha é bastante mais funcional do que a berlina. As portas continuam a não ter os aros, o que ajuda a reforçar o seu estilo coupé mais desportivo, mas a Peugeot fez alguns esforços para tentar manter o assento do banco traseiro numa posição elevada, e não é preciso fazer grande ginástica para nos sentarmos. Uma vez lá atrás, o espaço é suficiente: os joelhos não ficam “colados” às costas dos bancos dianteiros, o assento é confortável e tem a largura suficiente para que viajem três adultos de estatura média. Ainda assim, o melhor lugar para viajar na carrinha francesa é frente a frente com o volante.
Igual a si própria
Se o lado de fora cativa pela estética, o lado de dentro não é menos apelativo. Não existem alterações face ao quatro portas. Temos o posto de condução Peugeot i-Cockpit com o volante de dimensões reduzidas, o ecrã de 10,0’’ na consola com as teclas tipo piano de acesso direto, mais espaços de arrumação do que na geração precedente e bancos confortáveis e envolventes com regulação lombar elétrica. O painel de instrumentos digital agrada e pode ter diversas visualizações, e a melhor posição de condução depende muito da colocação do volante, até porque é sempre preciso descê-lo para que seja possível visualizar as informações do painel.
A qualidade dos materiais é de bom nível e as folgas de montagem praticamente não existem, colocando este modelo francês num patamar que consegue fazer “comichão” aos modelos alemães de imagem premium, principalmente nas versões acima desta, como a GT Line ou a GT.
Suave e confortável
A combinação motor 1.5 Diesel/caixa EAT8 é mais confortável do que económica, pelo menos numa condução mais empenhada. Se a transmissão reage cedo às solicitações do pé direito no modo “Confort”, já na opção “Sport”, o motor torna-se rugoso e menos agradável ao ouvido, mas a resposta ao acelerador é muito mais célere, a direção fica mais direta e a suspensão (pilotada de série) ganha um pouco de firmeza. Contudo, aqui, o grande objetivo é privilegiar o conforto e as jantes de 16 polegadas a isso ajudam.
A suavidade de rolamento é uma constante e os consumos rubricados em modo Eco são baixos (conseguimos fazer uma média de 5,4 l/100 km). O desempenho dinâmico foi outra área em que a 508 SW manteve a tendência “premium”. A renovada versão familiar da Peugeot evidencia boa reatividade e agilidade, mostrando que é muito apurada para uma condução empenhada em traçados sinuosos, só é pena que o ESP não seja nada permissivo e castre qualquer possibilidade de diversão numa estrada mais contorcida. Todavia, esta dinâmica positiva é acentuada pela direção bem calibrada e comunicativa q.b., agradando pela resposta precisa aos movimentos efetuados pelo condutor.
Resta falar no preço. Com caixa automática e uma lista de equipamento que se pode considerar simpática, esta versão destinada às empresas está dispónível a partir de 40 mil euros.
Texto Ricardo Carvalho / Fotos Paulo Calisto
Peugeot 508 SW 1.5 BlueHDi 130 EAT8 Business Line
FICHA TÉCNICA
TIPO DE MOTOR Diesel, 4 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.499 cm3
POTÊNCIA 130 CV às 3.750 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 300 Nm às 1.750 rpm
V. MÁXIMA 210 km/h
ACELERAÇÃO 10,1 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 5,5 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 126 g/km g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.778 / 1.859 / 1.420 mm
PNEUS 215/60 R16
PESO 1.480 kg
BAGAGEIRA 530-1.780 l
PREÇO 40.790 €
GAMA DESDE 37.920 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 146,79€
LANÇAMENTO Junho de 2019
EQUIPAMENTO
SÉRIE: Airbags frontais, laterais (dianteiros) e de cortina; controlo de estabilidade e tração, Active Suspension Control (suspensão pilotada); travagem de urgência (Active Safety Brake com câmara e radar); alerta de risco de colisão Distance Alert; alerta ativo de transposição de faixa de rodagem; reconhecimento de sinais de trânsito; ar condicionado automático bi-zona; vidros laterais traseiros e óculo traseiro escurecido; ajuda gráfica e sonora ao estacionamento dianteira e traseira; faróis em halogéneo com luzes diurnas em LED; contorno dos vidros laterais em alumínio; computador de bordo; vidros elétricos; volante multifunções em couro; retrovisores elétricos aquecidos e rebatíveis; Peugeot i-cockpit com painel de instrumentos digital; sistema multimédia com ecrã tátil de 10”, entrada USB, Bluetooth e navegação conectada 3D com reconhecimento vocal; recarga de smartphone sem fios; e jantes em liga leve de 16 polegadas.
OPCIONAIS: Pintura metalizada (590 €); rede de retenção de carga altas (200 €); portão da bagageira com sistema mãos-livres (850 €); acesso e ligação mãos-livres (400 €); alarme (350 €).