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O segredo para aumentar a autonomia de um elétrico está na pintura

Embora a indústria automóvel europeia se encontre numa encruzilhada devido aos elevados custos de produção, à situação do mercado dos veículos elétricos, à quebra das vendas em certas regiões e ao aumento da concorrência, nomeadamente das marcas provenientes da China, os grandes construtores europeus continuam a trabalhar.

A Europa é uma das principais fontes de desenvolvimento, tecnologia e inovação para a indústria automóvel. O continente alberga o maior número de construtores de automóveis e empresas conexas do mundo e os seus laboratórios produzem muitos dos avanços que tornam os automóveis mais eficientes e mais seguros.

Um dos fabricantes que mais contribui para este desenvolvimento europeu é a Mercedes-Benz. A empresa alemã, uma das mais antigas do mundo, é considerada a inventora do automóvel e uma das principais responsáveis pela sua evolução ao longo do último século.
E agora, com a revolução que o carro elétrico está a trazer à indústria, a empresa não tem parado de trabalhar para implementar melhorias e novas soluções técnicas que otimizem a engenharia que alberga este tipo de veículo.
A Mercedes acaba de revelar alguns dos projetos em que os seus engenheiros estão a trabalhar e, sinceramente, é impressionante a capacidade da marca em continuar a surpreender-nos.

Um dos desenvolvimentos mais interessantes tem a ver com a pintura do automóvel. A marca propõe a utilização de uma tinta solar à base de nanopartículas na carroçaria dos seus veículos elétricos, que permite a passagem de 94% da energia do sol através do revestimento solar. Chama-se “Solar Paint”.

O revestimento solar, que se situa entre o painel da carroçaria e a tinta colorida, “poderia gerar eletricidade suficiente para percorrer mais de 12.000 quilómetros por ano” sem necessidade de ligar o carro a uma tomada de carregamento.
Esta pintura fotovoltaica baseia-se em módulos solares com 5 micrómetros de espessura e 50 gramas por metro quadrado, que aderem à superfície da carroçaria. As células não incluem terras raras nem silício, o que facilita a reciclagem e reduz os custos de fabrico, tornando-as mais baratas do que os painéis solares convencionais.

De acordo com a marca, “as células solares têm uma eficiência de 20%. Em condições ideais, uma superfície de 11 metros quadrados (equivalente à superfície de um SUV de tamanho médio) poderia produzir energia suficiente para percorrer 12.000 quilómetros por ano em condições ideais.
A energia elétrica gerada pelas células solares, que varia em função da sombra, da intensidade do sol e da localização geográfica, pode alimentar os motores do veículo durante a condução, mas também abastecer a bateria quando o consumo é superior ou, pelo contrário, quando o veículo está estacionado e recebe luz solar direta.

Para concluir, a marca está convencida de que esta tecnologia pode ser “uma solução muito eficaz para aumentar a autonomia eléctrica e reduzir as paragens para carregar o veículo”.

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