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Não fazem fumo, mas têm um lado negro. É o que dizem estes estudos sobre a aposta única em carros elétricos.

Grande estudo levado a cabo pela PwC Strategy& para a CLEPA, a Associação Europeia dos Fornecedores da Indústria Automóvel, indica que um único foco no veículo elétrico levaria à perda de meio milhão de empregos na União Europeia. Segundo avança o Jornal de Negócios, a indústria de componentes em Portugal poderá perder até 9 mil dos cerca de 62 mil empregos atuais.

De acordo com a análise da CLEPA, mais de 30 mil postos de trabalho foram suprimidos em toda a indústria em 2024, comparando com os pouco mais de 15 mil em 2023.

Cenário que tende a agravar-se, uma vez que os 226.000 novos empregos previstos na produção de motores para veículos elétricos (assumindo uma cadeia de baterias na UE), representam uma perda líquida projetada de 275.000 empregos (-43% empregos) até 2040.

Mais: projeta-se que 501.000 empregos nos fabricantes de componentes para motores de combustão interna (ICE) se tornem obsoletos se a tecnologia for descontinuada até 2035.

A corrida ao “ouro branco”

O lítio é agora chamado de “ouro branco”, pela sua importância na transição energética, que iria colocar um ponto final na dependência do “ouro negro”, o petróleo. Está longe de ser consensual.

Existem muitos tipos diferentes de baterias EV baseadas em iões de lítio, com químicas diferentes. A maioria de seus ânodos é feita de grafite, enquanto os cátodos são feitos de lítio misturado com outros metais em proporções variadas. Os mais populares são NMC (Níquel Manganês Cobalto), NCA (Níquel Cobalto Óxido de Alumínio) ou LFP (Lítio Ferro Fosfato). As baterias de estado sólido, que deverão ser a próxima grande novidade no mundo dos veículos elétricos, também utilizarão lítio.

Resumindo, é um mineral com aumento constante na sua demanda.

Com as estimativas sobre a quantidade de lítio existente no nosso planeta a aumentar e a quantidade necessária para cada veículo elétrico a diminuir, não há uma resposta definitiva sobre a sua finitude.

Enquanto são necessários de 2 a 3 gramas de lítio para produzir a bateria de um smartphone, um acumulador de um carro médio precisa de 8 kg, o que nos diz que os recursos conhecidos deveriam ser suficientes para 11 mil milhões de EVs.

Além disso, alguns avanços tecnológicos de baterias no horizonte podem reduzir drasticamente a necessidade de mais lítio. As inovações na reciclagem do lítio e na sua revitalização e reutilização também deverão aumentar significativamente a oferta.

Mas o que temos atualmente com a utilização massiva deste material é uma preocupação crescente com o impacto ambiental que decorre do processo de mineração e também com implicações sociais, tendo em conta as regiões em que o processo decorre.

Até o fim desta década o consumo mundial de lítio para baterias de carros eletrificados deverá crescer de atuais 350 mil para 3 milhões de toneladas por ano, segundo calcula a Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo.

A Agência Internacional de Energia, ligada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, estima que a demanda global de lítio deverá crescer 40 vezes nos próximos 20 anos, colocando a classificação do minério na mesma categoria do petróleo como elemento de segurança energética mundial.

Emissões a subir em vez de descer

Um novo estudo da Universidade de Princeton indica que o processo de refinação de minerais essenciais para a produção das baterias de carros elétricos pode aumentar as emissões de dióxido de enxofre (SO2) em até 20% em comparação com os níveis atuais. A investigação foi levada a cabo em dois países, na China e na Índia, com resultados muito semelhantes: mais emissões de SO2, composto que é um precursor de partículas finas e contribui para problemas cardiovasculares e respiratórios.

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