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O mercado dos usados tem vindo a crescer devido à crise dos semicondutores que afeta a produção da indústria e a entrega dos novos modelos.

Em Portugal, neste momento, os automóveis usados acima de 20 mil € assumem cerca de 37% do “share” dos anúncios do StandVirtual, de acordo com os dados do próprio site e através do barómetro desenvolvido em parceria com a ACAP (Associação do Comércio Automóvel de Portugal).

A subida dos preços dos usados tem resultado do aumento dos valores das compras por parte dos comerciantes e dos profissionais do setor, existindo uma diminuição significativa do «stock» dos modelos mais baratos e até aos 10 mil €, os quais alcançam cerca de 21% dos anúncios publicados.

Os automóveis entre 10 e 20 mil € continuam a ter uma representatividade bastante expressiva (41%), mas os modelos acima dos 20 mil € representam agora 37% desse mesmo universo (apenas 26% em 2019).

Note-se que, em agosto, verificou-se uma quebra de 12% no registo de carros usados face ao período homólogo de 2020. A descida em 2019 foi de 10%.
De janeiro a agosto deste ano, a quebra atingiu 14% nas transferências de propriedade, isto se se comparar com igual período de 2019 e de 2020.

Recorde-se ainda que o mercado de automóveis novos (ligeiros e pesados) registou uma quebra de 20,5% no mês de setembro de 2021 face a igual mês do ano de 2020, embora se tenha obtido um crescimento de 7,4% no acumulado (de janeiro a setembro). A análise comparativa com o ano de 2019 mostra uma queda de 27,7% em setembro de 2021 e de 33,9% no acumulado.

Todos estes números foram amplamente divulgados num «webinar» realizado pelo StandVirtual que também contou com a presença de vários especialistas do setor. Segundo alguns desses participantes há cada vez mais vendas através dos canais digitais e, nalguns casos, verifica-se a existência de uma elevada percentagem de carros importados, apesar das dificuldades ao nível das homologações junto do IMT.
De acordo com os especialistas, é provável que se assista ao aumento dos Diesel no mercado dos usados nos próximos anos, assim como ao dos modelos elétricos, plug-in e híbridos, além da decorrente transformação dos Diesel usados em veículos híbridos.

 

Ricardo Carvalho

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