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De um modo geral, a paisagem congelada da Sibéria não é considerada o ambiente natural para automóveis Lexus. No entanto, revelou-se o cenário ideal para uma experiência de condução incrível que testou as capacidades de condução de dois modelos muito diferentes: o SUV híbrido de luxo RX e o coupé LC, equipado com V8.

O local escolhido para esta aventura foi o Lago Baikal, o lago de água doce mais profundo do mundo. Congela a 1,5 m de profundidade em temperaturas que podem descer até 60 °C negativos. O gelo é tão espesso e forte que o lago faz parte da rede nacional de estradas da Rússia.
O grandioso cenário exigia um excelente piloto e por isso a Lexus recrutou o talentoso Nikita Shikov, um dos principais campeões de drift da Rússia. Do seu palmarés destacam-se as vezes em que foi vice-campeão da Russian Drift Series (duas vezes), vice-campeão da Formula Drift Russia e grande vencedor da Auto Exotics Cup. Apesar da sua vasta experiência, esta foi a primeira vez que conduziu um Lexus no gelo – um piso muito diferente das pistas de corrida a que estava habituado.
O RX tem um histórico impressionante como primeiro “crossover de luxo” do mundo, mas colocar este elegante SUV num teste radical foi um novo marco na sua história. Shikov admitiu que antes de pegar no volante teve dúvidas sobre o desempenho do sistema elétrico de tração a quatro rodas E-Four.
“Inicialmente, estava cético”, explicou, uma vez que a tração do RX está, por defeito, na dianteira. As rodas traseiras só entram em ação quando a eletrónica dos sensores detetam que as rodas começam a girar ou a escorregar. “No entanto, uma vez no gelo, descobri que o eixo traseiro se liga de forma muito rápida, para que possamos deslizar com força e segurança, a quatro rodas.”
De facto, Shikov conseguiu executar algumas manobras dramáticas, aproveitando a aderência da roda dianteira. Enquanto a velocidade real atingia os 100 km/h, as rodas giravam a mais de 180 km/h.
Com o seu motor V8 de 477 cv e tração traseira, a expectativa sobre o LC era muito diferente e, mesmo antes de chegar ao gelo, Shikov já estava impressionado: “A minha estreia ao volante deste grand tourer foi incrível. Ao conduzi-lo pelas estradas locais até ao nosso acampamento, conheci a sua personalidade, como veículo para viagens de longa distância e alta velocidade, ótima aerodinâmica, condução perfeita, cabine confortável e ergonomia ideal para o condutor”, continuou. “Quando estamos no gelo, sentimos imediatamente a tração traseira. Devido ao peso do automóvel e porque estamos a conduzir com pneus comuns, a aceleração não era o principal, mas sim a técnica de condução, descobrir os limites do carro.”
Shikov aproveitou a oportunidade para conduzir o LC no gelo de Baikal, com uma camada de neve na superfície. “A aderência era bastante boa, foi quase como conduzir no asfalto”, explicou. “Pude experimentar a forte personalidade do carro, com velocidades das rodas a girar até aos 280 km/h. As rodas traseiras deixavam trilhos impressionantes de neve, como as nuvens de fumo que fazemos quando deslizamos em circuito.”
Conduzir em lagos congelados “selvagens” obedece a medidas de segurança rigorosas. Não se devem usar cintos de segurança, o sistema de áudio deve estar desligado e as portas devem manter-se destrancadas; as condições do gelo também são cuidadosamente monitorizadas quanto a sinais de enfraquecimento.
Para as prestações espetaculares de Shikov, todos os sistemas eletrónicos de tração e estabilidade foram desligados, de modo a que o desempenho do modelo ficasse reduzido à sua forma mais pura e às capacidades do piloto.
Levar o RX e o LC até à Sibéria foi um verdadeiro teste de qualidade. Para o RX 450h, as temperaturas negativas de dois dígitos não puseram obstáculos à motorização eletrificada do modelo híbrido. Em todo o terreno, acidentado e gelado, provou ser muito fiável com a sua capacidade de tração às quatro rodas elétrica E-Four a superar os obstáculos que se apresentavam.
Projetado a pensar em longas e sinuosas estradas costeiras, para o LC, o lago congelado foi uma arena onde pode demonstrar as suas habilidades. Os condutores tiveram liberdade para explorar os limites e o potencial do coupé de tração traseira, sem riscos para o carro ou para o meio ambiente.

Ricardo Carvalho

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