A PSP registou 816 crimes que envolvem catalisadores ou cabos de carregamentos elétricos.
A Direção-Geral de Política da Justiça (DGPJ) acaba de divulgar o relatório referente à criminalidade registada pelas autoridades policiais em Portugal: 2023 foi o mais violento dos últimos 10 anos, com mais de 371 mil crimes registados. Entre os mais frequentes, estão vários relacionados com o automóvel, mas em duas vertentes distintas. Continuam a aumentar os números de crimes por condução de veículo com taxa de álcool igual/superior a 1,2 g/l e condução sem carta (39.712 crimes); e também aumentaram os furtos de ou em veículo motorizado (28.369).
Nesta categoria, só um dado específico parece mostrar uma tendência de abrandamento, o roubo de catalisadores de automóveis, que disparou em Portugal durante a pandemia.
Só no primeiro semestre de 2021, a Polícia de Segurança Pública (PSP) registou 3206 queixas registadas por este tipo de crime. E, entre janeiro e maio de 2022, eram cerca de 500 por mês as ocorrências relacionadas com o furto de catalisadores. O crescimento exponencial do fenómeno levou mesmo à criação das Equipas Regionais de Investigação à Criminalidade Automóvel (SRICA), «especializadas de investigação criminal para análise das ocorrências, das tendências reportadas e dos fluxos subsequentes». Com resultados muito positivos na diminuição deste tipo de crime. Ou estarão os amigos do alheio a mudar o foco?
Em resposta à revista Carros e Motores, fonte da PSP revelou que aos 4.770 crimes de furto de veículo motorizado (mais 70 de roubo de viatura), contabilizados no ano passado, por aquela polícia, há ainda a somar 816 crimes onde estão envolvidos catalisadores ou que são relativos ao roubo de cabos de carregamento. E que devem ser mais, uma vez que apenas as ocorrências formais entram nesta estatística.
Tudo indica que, à semelhança do que já acontece noutros países da Europa, com o aumento do número de automóveis elétricos nas ruas, o roubo de cabos de carregamento para vender no “mercado negro” possa vir a ser um problema. São mais fáceis de roubar que os cabos de alta tensão e possuem igualmente uma parte de cobre.