A ACAP (Associação Automóvel de Portugal) está a preparar uma medida polémica para travar uma prática perigosa e ilegal que tem vindo a aumentar no país: a remoção ou adulteração de filtros de partículas em carros a gasóleo.
Segundo as autoridades, esta prática faz com que os carros emitam dezenas de vezes mais poluentes do que o permitido, piorando a qualidade do ar e a saúde pública.
Atualmente, as inspeções (IPO) em Portugal apenas usam opacímetros, que medem a opacidade do fumo, mas não detetam a quantidade real de partículas ultrafinas – o que permite que muitos carros ilegais passem nas inspeções sem problemas.
A ACAP propõe que os centros de inspeção passem a utilizar equipamentos avançados, já usados noutros países da Europa, que contam o número exato de partículas por centímetro cúbico.
Carros sem filtro ou com filtro adulterado emitem muito acima deste valor e seriam reprovados na IPO.
Por que isto é importante?
Portugal tem um dos parques automóveis mais velhos da Europa (média de 14,1 anos), com muitos carros altamente poluentes. Se nada for feito, o país continuará a ser um “caixote do lixo” de veículos usados e poluentes, indo contra as metas europeias de descarbonização.
O que vem a seguir? A proposta será apresentada ao próximo Governo, que decidirá se avança com a medida. Se aprovada, Portugal poderá finalmente travar os carros que poluem ilegalmente.