Comprometida com o desenvolvimento do seu primeiro supercarro elétrico, a Ferrari não coloca em causa a primazia aos motores de combustão, mas alerta para o perigo potencial das marcas elétricas chinesas.
A Ferrari, como boa parte dos fabricantes de superdesportivos, debate-se com um dos dilemas mais desafiantes da sua história recente, o da eletrificação. Que, em teoria, estará obrigada a abraçar para não perder o comboio da modernidade, com tudo o que implicará em termos da abordagem mecânica para o futuro.
A marca de Maranello dará esse passo com a revelação do seu primeiro automóvel exclusivamente a baterias, que define também como um “apelo à ação” para os construtores europeus, uma espécie de aviso aos seus rivais sobre os modelos oriundos da China.
Isto, apesar de considerar que o seu negócio pouco ou nada se ressentir com a presença crescente de marcas chinesas na Europa. «A China não é para a Ferrari o que é para outras marcas de luxo», afirma, sublinhando que a tensão comercial entre a China e a Europa pode ser um sério revés para os interesses dos seus concorrentes.
“As pessoas estão a ver isto como uma guerra, mas para mim é uma boa competição.”, disse.
Para Vigna, a Ferrari é a menos exposta das marcas europeias. Outros fabricantes poderão ser afectados se a Europa finalmente aplicar um aumento de taxas após a decisão americana de taxar em 100% os carros elétricos chineses importados. Pode esperar-se uma contramedida chinesa que teria um grande impacto nas vendas de veículos europeus no Oriente.
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