Há quem queira elétricos que andam sozinhos e sem volante, e há quem os queira com três pedais, à moda antiga.
Caixa manual para elétricos, isto existe? A resposta é… “nim”.
A solução de caixa manual em veículos exclusivamente a bateria já existe… em laboratório.
Está a ser testada pela Toyota, marca que registou um total de oito patentes referentes a esta tecnologia, e tem usado o Lexus UX 300e para desenvolver o conceito (ver vídeo).
Os japoneses têm mostrado interesse em perceber de que forma a configuração tradicional de três pedais e caixa manual pode contribuir para uma experiência de condução mais emotiva num elétrico. Mas a verdade é que ainda não transpôs a ideia para o mercado.
Até porque falta perceber se fará sentido.
Desde logo, porque, nesta fase, não será fácil justificar uma solução que, além de ser mais complexa e mais dispendiosa do que a convencional, também parece responder a um problema que ninguém tem…
Mais problemas do que soluções
A inclusão de uma transmissão manual aumenta a complexidade do sistema do veículo. A tendência na conceção de automóveis elétricos é para a eficiência e simplicidade, pelo que quaisquer caraterísticas adicionais que compliquem o sistema são geralmente evitadas.
Depois, há também o aumento do peso. Os automóveis elétricos beneficiam frequentemente de um peso inferior ao dos seus homólogos de combustão interna. A adição de uma transmissão manual pode aumentar o peso do veículo, afetando potencialmente a sua autonomia.
Mais: uma transmissão manual pode limitar uma das principais vantagens dos automóveis elétricos, que é a otimização da utilização da energia do motor elétrico, reduzindo assim a sua eficiência energética.
Uma num milhão!
A utilidade de uma transmissão manual num automóvel elétrico é discutível. Em termos práticos, pode ser considerada desnecessária, uma vez que os motores elétricos funcionam eficientemente com uma única mudança. No entanto, para os condutores que valorizam a sensação de controlo e a experiência de condução tradicional, um automóvel elétrico manual pode ser atrativo.
Embora não seja comum ou essencial para o funcionamento destes veículos, representa uma opção interessante para quem pretende uma transição suave da combustão interna para os automóveis elétricos sem perder a familiaridade da condução manual.
É pouco provável que a transmissão manual se torne um padrão no mercado dos automóveis elétricos, dado o ênfase na condução automatizada e simplificada. No entanto, como caraterística especial em modelos específicos, poderá servir para apelar a um nicho de mercado de consumidores que procuram reviver a experiência de condução tradicional num formato mais sustentável.