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Começou uma guerra entre os Estados Unidos e a China para conceber o melhor motor de camião a gasóleo do futuro. Os chineses atacaram primeiro e agora os americanos ripostaram. É a nova Guerra Fria do século XXI na indústria automóvel.

Atualmente, os Estados Unidos e a China não estão apenas envolvidos numa guerra comercial, cujas consequências ainda não conhecemos. Na realidade, as duas potências estão envolvidas numa luta geopolítica que afeta várias áreas, incluindo a tecnologia. Porque quem controlar a tecnologia, controlará o mundo nos próximos anos.

A união entre a Kenworth e a Paccar permitiu aumentar a eficiência energética do motor, no âmbito do projeto SuperTruck 2 do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE).

Para tal, foi instalado um sistema de hibridação ligeira de 48 volts. Assim, o motor diesel é apoiado por um motor elétrico que funciona como motor de arranque e alternador/gerador, uma tecnologia que nos é familiar no mundo automóvel, uma vez que muitos carros estão equipados com ela.
Por sua vez, a máquina elétrica está ligada a uma bateria de iões de lítio de última geração que, para além de acionar a cambota, pode também ativar a gigantesca ventoinha de arrefecimento. Tudo isto se traduz numa redução significativa do consumo de combustível.


Mas não é tudo. O sistema elétrico é também responsável pelo aquecimento da válvula EGR e do sistema de escape, para que os sistemas antipoluição do camião funcionem corretamente e cumpram, assim, os níveis de redução de óxido de azoto estabelecidos pelo CARB (California Air Resources Board) para 2027.

Como resultado, o motor Diesel Paccar MX-11 atinge uma eficiência média de 55,7% em laboratório, um valor que supera o desempenho do motor a diesel da Weichai Power e, de acordo com ambos os fabricantes norte-americanos, está pronto para ser utilizado em veículos de produção.
Para já, a Kenworth testou o motor no seu SuperTruck 2, um protótipo de camião muito futurista, sem espelhos e com rodas carenadas, que poderá tornar-se realidade nos próximos anos.

De acordo com a empresa, este camião é 100% mais eficiente do que o T660 de 2009, outrora considerado o camião mais eficiente dos EUA, e melhora a sua aerodinâmica em 48% em relação a qualquer camião Kenworth atual.

Em comparação com um camião convencional, o SuperTruck 2 pode ser até 18,4 litros/100 quilómetros mais eficiente, o que não serve para melhorar substancialmente os seus registos de emissões, mas permite ao operador poupar alguns milhares de dólares em combustível.
Veremos se, nos próximos meses, os chineses voltam a surpreender com um motor diesel mais eficiente. Mas não há dúvida de que a guerra entre os EUA e a China também se deslocou para o setor automóvel.

 

Ricardo Carvalho

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