De acordo com um estudo recente publicado pela American Chemical Society, aponta para um produto químico retardador de incêndios específico, utilizado na espuma dos bancos dos veículos, descoberto no ar das cabinas dos automóveis que pode aumentar o risco de cancro se for respirado.
O químico em questão é o fosfato de tris, conhecido simplesmente como TCIPP. Trata-se de um aditivo retardador de chama utilizado na espuma de poliuretano, que é habitualmente utilizada nos assentos de praticamente todos os carros que circulam atualmente. O estudo incluiu 155 participantes que conduziam veículos de 2015 ou mais recentes. Para determinar possíveis alterações relacionadas com as temperaturas, foram efetuados 101 testes no inverno e 54 no verão.
Os resultados foram bastante diretos. 99% dos veículos apresentaram vestígios de TCIPP no ar, o que corresponde a amostras de espuma de assento nas quais o aditivo estava presente. Em temperaturas quentes, a concentração de TCIPP no ar era duas a cinco vezes superior. Em suma, o calor promove a libertação de gases dos bancos, colocando mais do químico no ar.
De que quantidade exata de TCIPP estamos a falar? O estudo encontrou entre 0,2 e 11.600 nanogramas por grama. Um nanograma é a bilionésima parte de um grama, pelo que se trata de uma quantidade extremamente pequena. No entanto, um relatório toxicológico de 2023 encontrou possíveis ligações cancerígenas entre o TCIPP e os ratos. Portanto, mesmo uma pequena exposição pode ser problemática.
Em parte, é isso que o estudo procura determinar. Os efeitos dos produtos químicos retardadores de chama foram avaliados em várias situações, mas os investigadores dizem que o reino automóvel é uma “fonte pouco estudada”. Segundo a AAA, o condutor americano médio passa uma hora por dia num automóvel e o ambiente de concentração pode ser agravado por temperaturas mais quentes. O estudo recomenda que se abram as janelas se o carro estiver estacionado no exterior para reduzir a temperatura interior e promover um melhor fluxo de ar. Utilizar o ar condicionado e evitar a regulação da recirculação interior também pode ajudar.
Em última análise, o estudo conclui dizendo que é necessária uma avaliação mais aprofundada para compreender plenamente o âmbito do potencial perigo relativamente ao TCIPP nos automóveis.