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É um dos carros elétricos mais esperados do ano, sobretudo porque o preço promete. O Dacia Spring é o elétrico mais barato do mercado, começa nos 17 000 euros e, aproveitando os incentivos do Estado, pode chegar aos 13 800 euros, mas será que vale a pena? Foi o que fomos perceber.

Elétrico e impecável

O Dacia Spring tem um aspeto impecável do lado de fora, com um estilo SUV que se torna apelativo, mesmo nos sempre insonsos tons de branco e cinzento. Mede 3,73 m de comprimento, 1,51 m de largura e tem 15 cm de altura livre ao solo. É um modelo eminentemente urbano e homologado para quatro pessoas. A colocação do motor elétrico à frente e das baterias debaixo do banco traseiro faz com que a altura ao teto a partir do banco dianteiro seja de 89 cm e atrás de 84 cm. Assim, um adulto com 1,70 m viaja de forma confortável. Infelizmente, a coluna de direção não regula nem em altura nem em profundidade e os bancos só têm regulações longitudinais, ou seja, a posição de condução não é a mais confortável.

Interior sem complicações

O tablier é do mais simples que conhecemos, os comandos são descomplicados (oriundos de outros modelos da marca) e ao centro do tablier encontramos o ecrã tátil. A versão de teste, que será utilizada para “car sharing”, já trazia sistema de navegação. No caso de não ter (versão Confort), replica o interface do smartphone através de uma ligação por cabo.
A instrumentação é… básica mas, na verdade, não lhe falta nada. Para se ter acesso ao consumo de energia e quilómetros percorridos, é necessário carregar num botão no painel, obrigando a colocar a mão por dentro do volante. Não é a solução mais cómoda, mas funciona e entende-se pela contenção de custos. Os acabamentos são corretos, é preciso manter a pressão no botão dos vidros elétricos para que abram (estão localizados na consola central), conta com ar condicionado manual e vários espaços de arrumação. Convém não esquecer que se trata de um carro de dimensões contidas, urbano, e que mesmo assim disponibiliza uma bagageira com 290 litros.

Leveza rara

Uma vez sentados e na posição de condução “ideal”, roda-se a chave na ignição, acendem-se as luzes do painel e está “Ready”. O comando da caixa de velocidades foi substituído por um comando rotativo que conta com três posições, a “D”, para a frente, a “N”, ponto morto e a “R”, de marcha-atrás. Realizamos um pequeno percursos pelo Porto e arredores, e o Spring revelou-se o veículo perfeito para uma utilização intensiva em cidade, para um ou dois ocupantes, levar as crianças à escola ou ainda ir às compras. É ágil nos movimentos e é capaz de fazer uma volta de 180º em menos de 9 metros, não adorna em excesso e a 100 km/h o ruído aerodinâmico é suportável. Em cidade revela-se silencioso e volta a mostrar a sua agilidade em curva. Estacionar é de uma facilidade atroz, até porque com a câmara de marcha-atrás e com estas dimensões, o Spring é um brinquedo.
Mas, para além das dimensões contidas e do peso (970 kg), o que contribui mais para a agilidade e facilidade de condução deste Dacia? O motor elétrico. Posicionado à frente, tem 33 kW (44 CV) e um binário de 125 Nm. Pode parecer pouca potência, mas é mais do que suficiente para a utilização deste Spring. Célere a acelerar (tudo disponível logo no arranque), mesmo em modo ECO, que limita a potência e a velocidade máxima em 10%, não se revela lento em nenhuma situação e a partir daqui é vê-lo deambular pelas ruas da cidade como se planasse, até porque com rodas de 14″ (e notam-se bem quando o miramos de frente ou de traseira, tal é a espessura), o Spring “voa”.

Consumos, autonomia e por aí fora…

Falando de “coisas” que realmente interessam num carro elétrico e neste ainda mais, o Spring utiliza uma bateria de 27,4 kWh a 240 V o que, de acordo com a Dacia, permite anunciar um autonomia de 305 km só em cidade… em condução interurbana a marca anuncia 230 km, todavia quando nos sentamos e com uma carga de 100%, marcava 215 km. A Dacia anuncia um consumo médio de 11,9 kWh aos 100, mas só conseguimos ficar pelos 13,4 kWh/100 km numa percurso de 55 quilómetros a uma velocidade média de 48,6 km/h, um valor muito competitivo, e convém referir que foi sem concessões e sem cuidados de maior.
Num ponto de carga rápida de 30 kW, o Spring demora 57 minutos a passar de 1 a 80 % da bateria com carga; numa tomada de 7,4 kW demora cinco horas, numa de 3,6 kW o tempo de carregamento é inferior a oito horas e numa tomada de casa de 2,3 kW demora 14 horas.

O preço é a chave

O citadino elétrico romeno já está a ser entregue aos primeiros cliente e a marca não tem tido mãos a medir. Está disponível em dois níveis de equipamento, Confort e Confort Plus, já muito bem apetrechados, por valores de 17 000 euros para o primeiro e 18 500 euros para o segundo. O objetivo é chegar ao top 3 de vendas no segmento dos veículos elétricos e, a ver pelo pacote, parece ser possível.

 

Ricardo Carvalho

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