São modelos 100% elétricos propostos ao preço mais competitivo do mercado, por isso vão acumulando números de vendas, ainda que a um ritmo inferior ao previsto. O valor a pagar por eles já não supõe um investimento assim tão avultado, como mostra esta lista por nós criada.
Enquanto a União Europeia não se decide em relação ao futuro dos automóveis, porque, para além de ter confirmado que em 2035 proibirá a venda de veículos novos com motor de combustão… por outro lado, seguindo um “forcing” da Alemanha, deverá permitir a utilização dos e-fuel, neutros em carbono. Ainda ninguém sabe muito bem o que vai acontecer com estes e-fuel, por isso a realidade aponta para que em pouco mais de uma década todos os carros em comercialização sejam elétricos. O que não é em vão, até porque foi o caminho adotado pela maioria dos construtores ao anunciarem a sua decisão de deixarem de produzir motores de combustão já em 2030.
Fazível?
Agora, é preciso estar-se consciente da dificuldade da medida, pois as estimativas anuais para o Velho Continente em 2023 são de quase 14 milhões de carros novos. Em 2035, esse valor deverá subir para quase 100% de carros elétricos, sendo que este ano, 2023, este número não ultrapassará os 13%. Em Portugal, os carros elétricos começam a ter o seu peso no mercado e atualmente já se aproximam dos 10%.
As boas noticias é que, com a quantidade de novos modelos e de novas marcas a chegar, o preço de cada unidade começa a baixar. E há mais, o novo incentivo do Estado para a compra de elétricos. A aquisição de um automóvel ligeiro de passageiros que seja 100% elétrico dará direito a um apoio de 4 mil euros, sendo elegíveis as aquisições desses carros mas também os contratos de locação de duração superior a 24 meses. Mas o apoio só será concedido a veículos de até 62.500 euros (onde a nossa lista se inclui) e obriga a inscrição até dia 1 de novembro. Nas próximas páginas poderá ficar a conhecer os 10 carros elétricos mais acessíveis à venda (ou que serão comercializados ainda este ano) no mercado português.
MG4 ELECTRIC
O histórico construtor que anteriormente era britânico, renasceu graças a capital chinês e agora é uma empresa de mobilidade elétrica que tem no MG4 Electric o seu ponta-de-lança, sem deixar de lado os eletrificados como o SUV plug-in EHS. Em pouco tempo, o MG4 Electric começa a incendiar o mercado europeu e em Portugal vai-se vendendo à medida que a marca vai assentando alicerces.
Desde que foi lançado, o MG4 tem suscitado grande interesse do público, temperado por um preço que a marca desde sempre apelidou de competitivo. Tome nota, atualmente comprar a versão mais barata Standard custa-lhe 32 990 euros, sendo que convém não esquecer que até 1 de novembro poderá inscrever-se do novo plano de incentivo à compra de carros elétricos que pode chegar aos 4000 euros, logo à cabeça um desconto bem apelativo. Mas há mais, pois este compacto elétrico de 4,28 m de comprimento aglutina outras virtudes: design moderno e aspeto desportivo, um nível de acabamento idêntico ao de um VW ID.3, um rendimento competente (a versão de acesso já conta com motor de 170 CV) e uma autonomia de, pelo menos, 350 km oficiais no Standard com bateria de 50,8 kWh úteis, ou então 450 km da versão MG4 Comfort com bateria de 61,7 kWh, que vê a potencia subir para os 204 CV e que custa 37 590 euros.
DACIA SPRING
Como já vem sendo habitual com qualquer Dacia, o mercado recebe-os cheio de expetativa. E isto é extensível ao primeiro elétrico da marca romena, o mais barato do mercado não contando com os microcarros como o Yoyo ou o Citroën AMI. Este citadino de 3,73 m de comprimento é um dos modelos que mais tem sentido o peso da inflação. Atualmente o seu PVP situa-se nos 20 400 euros, enquanto quando foi lançado pouco passava dos 17 mil euros. Não obstante, como já referimos continua a ser o carro elétrico mais barato do mercado, e agora com as ajudas do estado, ficará ainda mais competitivo.
O Spring recebeu recentemente um novo nível de equipamento Extreme, de perfil mais aventureiro e que acaba por estrear a nova imagem da marca (secção dianteira e novo logótipo), bem como um motor mais potente, de 65 CV (tem reações mais rápidas). Nesta configuração custa 22 050 euros e mantém a bateria de 25 kWh presente no Spring de acesso, com motor de 45 CV. Um inovador pacote de células permitem-lhe anunciar uma autonomia de 230 km em WLTP, e que é capaz de superar os 357 km em cidade. Admite carregamentos em corrente contínua de até 30 kW (6,6 em corrente alterna).
RENAULT TWINGO ZE
O mítico citadino francês voltou a estar nas bocas do mundo mais recentemente por causa do polémico divórcio de Shakira e Piqué. De certeza que, desde esse momento, foram mais aqueles que repararam que se vende numa versão elétrica, mas também em duas versões com um só motor a gasolina. Mas, o que interessa para este dossier é a opção elétrica cujo preço começa nos 27 020 euros da versão Techno, mas existe uma Urban Night a partir de 27 920 euros. O Twingo ZE partilha a plataforma com o Smart forfour (que já não se vende) e é perfeito para andar em cidade com os seus 3,61 m de comprimento. O tamanho é contido, mas permite acomodar com algum conforto quatro adultos, ao mesmo tempo que propõe um bagageira de 188 litros. No que diz respeito ao rendimento, tem apenas uma opção de motor, de 82 CV e que está posicionado por cima do eixo traseiro. A batería é de 21,4 kWh de capacidade útil e a autonomía homologada é de 190 km, contudo a Renault diz que pode chegar aos 300 km, desde que em cidade. Admite carregamentos em corrente alterna de 22 kW, o que se traduz em 1,5 horas de espera.
SMART EQ FORTWO
A chegada do novo #1 fez com que estivéssemos a assistir ao final da vida comercial de uma referencia no que a mobilidade urbana diz respeito, sobretudo com os motores de combustão, a gasóleo e a gasolina. Desde de 2020 que apenas se vende com motor elétrico de 82 CV (60 kW) que locomovem com facilidade e agilidade os 2,69 m de comprimento. Este ms2otor síncrono alimenta-se de uma batería de 17,6 kWh, a mais pequena entre todos os elétricos em comercialização; anuncia uma autonomia em ciclo misto de 133 km. Pode ser carregado numa tomada de até 22 kW. Para ter uma ideia, numa tomada doméstica de 2,3 kW demora 8 horas a conseguir uma carga completa e com um custo inferior a 3 euros. Falando de preços, está à venda a partir de 22 845 euros.
FIAT 500E
A reconversão elétrica do icónico modelo italiano não o impediu de fazer sucesso. Ainda não vende mais que o seu irmão com motor a combustão, porque o 500 acaba por ser um dos preferidos do rent-a-car, mas o seu aspeto “fofinho” garante-lhe o sucesso junto do público feminino e não só. Design, facilidade de condução e a possibilidade de escolher entre dois motores são algumas das suas virtudes. Em Portugal, os preços começam nos 28 800 euros da versão RED sem a adição de quaisquer incentivos, por isso, no caso de conseguir uma parte dos 10 milhões de euros que o Estado Português tem para “ajudar” quem compra um elétrico, poderá ficar ainda mais barato. Este preço de arranque corresponde à versão de 95 CV com bateria de 23,7 kWh que anuncia uma autonomia de 190 km. Quem quiser mais, terá de desembolsar 35 180 euros para um 500e de 118 CV com bateria de 40 kWh e autonomia de 330 km.
NISSAN LEAF
Foi o primeiro ao tentar democratizar a eletromobilidade e o pioneiro na oferta de uma autonomia realmente eficaz. O Leaf superou a década de existência e ainda que o seu sucesso comercial tenho vindo a perder fulgor com a chegada de novas personagens ao mercado, continua a ser muito popular. Para tentar mantê-lo efetivo, a Nissan atualizou a gama Leaf em meados do ano passado introduzindo, entre outros, novas cores da carroçaria, novas jantes e um sistema multimédia mais moderno e conetado, a evolução do Nissan Connect que inclui assistente de voz Amazon Alexa. Mantém a dupla vertente mecânica, com um degrau de entrada de 150 CV e bateria de 40 kWh por um valor que começa nos 35 400 euros. Anuncia 270 km de autonomia.
MG ZS EV
A chegada do MG4 Electric quase que eclipsou as vendas daquele que era, até à sua chegada, o MG elétrico mais económico: o ZS EV (este modelo também se vende só com motor a gasolina 1.0 Turbo). Não obstante, os 35 990 euros, valor de entrada na gama deste SUV de 4,32 m posicionam-no acima do seu “irmão” MG4 Electric cerca de 3000 euros, apenas com a vantagem de propor mais espaço interior e uma bagageira superior que começa nos 448 litros (363 litros para o MG4). O ZS EV está à venda em duas versões. A denominada autonomia Standard, que é a mais barata e aliada ao nível de equipamento Confort. Curiosamente, e apesar de ter a bateria mais pequena, de 50,3 kWh, com a qual pode anunciar 320 km de autonomia, tem o motor mais potente de 177 CV e 280 Nm de binário. Por seu lado, a versão de topo do ZS EV, a Autonomia Long vê a potência baixar para os 155 CV, mas a bateria subir para os 70 kWh de forma a garantir uma autonomia de 440 km. Em ambos os casos, a carga máxima em corrente contínua é de 92 kW.
RENAULT ZOE
Em conjunto com o Nissan Leaf, o Renault Zoe é um dos veteranos destas lides elétricas. Se a chegada do Renault Twingo E-Tech, primeiro, e do Dacia Spring, mais tarde, tenham arrefecido um pouco a sua carreira comercial (exceto nos importados – o Zoe é um dos elétricos que mais tem “sofrido” com este fenómeno), este utilitário de 4,01 m de comprimento ainda consegue ser um pilar da marca francesa. O seu preço de entrada é de 36 250 euros que correspondem à versão R110 de 110 CV, nivel de equipamento Equilibre e bateria de 40 kWh de capacidade bruta. A marca anuncia uma autonomia de 313 km em percurso misto. Admite carregamentos de até 50 kW em corrente contínua e de 22 em alterna, por um valor que ronda os 9 euros.
OPEL CORSA E
Foi o primeiro modelo da nova Opel (depois da sua integração na Stellantis) a propor uma versão 100% elétrica tecnicamente clonada do mais caro Peugeot e-208. Ao ser desenvolvido como elétrico a partir do zero, o design e as capacidade interiores não variam muito do resto da gama Corsa. Só muda o preço, que é superior. Não obstante, os 34 375 euros de entrada posicionam-no como um dos elétricos da nova geração mais competitivos e económicos do mercado. Neste Corsa elétrico ou Corsa-e, só existe uma opção mecânica de 136 CV que se alimentam a partir de uma bateria de 50 kWh de capacidade bruta, com a qual poderá percorrer, eventualmente, até 361 km WLTP. Admite carregamentos em corrente contínua de até 100 kW, valor com o qual precisa apenas de meia hora para uma carga completa. Diz a Opel que uma das vantagens fase ao Corsa ICE equiparável a gasolina, no caso com 130 CV e caixa automática, é o custo para percorrer 100 km: 2,65 euros para o elétrico e 8,60 euros para o de combustão, considerando o valor de 0,17 euros/kWh da eletricidade e 1,63 euros/litro da gasolina 95, respetivamente. Esta versão de entrada corresponde ao Corsa-e Edition.
BYD Dolphin
Com a BYD, marca chinesa de grande peso no mercado daquele país, o mercado português vai ganhar mais alternativas de carros elétricos. A marca iniciou a sua carreira comercial em Portugal no mês de maio pelas mãos da Caetano Tech com três modelos, todavia, aquele que será o mais barato ainda vai chegar no decorrer de 2023. Chama-se Dolphin, e é um B-SUV, rival direto do Peugeot e-2008, que vai chegar a Portugal no último trimestre do ano. Este Dolphin será o quarto modelo da marca, mas talvez seja o mais importante. A frente é convencional e a traseira tem um desenho de luzes que se tornou comum, com ambas unidas por um friso transversal. A mala anuncia 345 litros de capacidade. Por dentro, o Dolphin oferece um tablier a fazer lembrar as ondas do oceano. Mais óbvio é o formato dos fechos das portas inspirados nas barbatanas verticais do animal que dá nome ao modelo da BYD. Utiliza uma variante da plataforma e-Platform 3.0 da marca, feita a pensar em veículos elétricos. A bateria é um paralelepípedo esguio, colocado sob o habitáculo e usa uma tecnologia de lâminas, em vez de células cilíndricas, fabricada pela própria BYD. Os modelos de lançamento terão uma bateria de 63 kWh de capacidade, mais tarde estará disponível uma bateria mais pequena. Para já, a autonomia indicada é de 427 km podendo a bateria ser carregada em postos rápidos até 100 kW, onde demora 29 minutos para ir dos 30 aos 80% de carga. Também pode ser carregada a 11 kW AC.
O motor debita 150 kW (204 CV) e 290 Nm, sendo a aceleração 0-100 km/h anunciada em 7,0 segundos, com 160 km/h de velocidade máxima. A marca diz que o preço de entrada não deverá ultrapassar os 30 mil euros.