Um estudo recente da Mitchell, empresa líder em software de gestão de colisões, revelou que os sinistros envolvendo veículos elétricos (EV) aumentaram 38% nos EUA em 2024, em comparação com o ano anterior. Esse crescimento reflete nada mais do que a popularidade crescente dos elétricos naquele mercado, mas também destaca um desafio significativo: os custos de reparação desses veículos continuam mais altos do que os dos carros tradicionais a combustão interna (ICE).
Porquê? Segundo o estudo, há várias razões que o explicam.
-Tecnologia avançada e componentes especializados:
os EV possuem sistemas eletrónicos complexos, como baterias de alta voltagem, motores elétricos e sistemas de gestão de energia. Esses componentes são caros de substituir ou reparar.
A bateria, em particular, é um dos itens mais caros num EV. Se danificada, pode custar milhares de euros para substituir.
-Mão de obra especializada:
Reparar um EV requer técnicos com formação específica e certificações para lidar com sistemas de alta voltagem. Isso aumenta o custo da mão de obra.
Além disso, muitas oficinas ainda não estão equipadas para lidar com EVs, o que limita a concorrência e mantém os preços altos.
-Estrutura do veículo:
Os EVs são frequentemente construídos com materiais leves, como alumínio e fibra de carbono, para compensar o peso da bateria. Esses materiais são mais caros de reparar do que o aço usado em carros tradicionais.
A estrutura dos EVs também é projetada para proteger a bateria, o que pode tornar os reparos mais complexos após colisões.
-Disponibilidade de peças:
Como os EV ainda são relativamente novos no mercado, a cadeia de suprimentos para peças de reposição não é tão estabelecida quanto a dos carros ICE. Isso pode levar a atrasos e custos mais altos.
O estudo da Mitchell mostrou que o custo médio de reparação de um EV nos EUA foi de 6,236 dólares, enquanto um carro ICE custa em média 5.066 dólares.
Também um estudo recente da AAA (American Automobile Association) concluiu que os custos de reparação dos EV podem ser 10% a 20% mais altos do que os de carros tradicionais, principalmente devido à complexidade dos sistemas elétricos e à necessidade de mão de obra especializada.
Conclusões que a Thatcham Research, uma organização especializada em segurança automóvel, destacou em 2023, justificando que os custos de reparação mais altos eram essencialmente devidos ao uso de materiais leves e à necessidade de substituir componentes inteiros (em vez de repará-los) após colisões.