A terceira geração do Classe B está pronta e vai chegar ao mercado nacional já em fevereiro. As mudanças face à geração anterior são gritantes, aproximando-se em aspeto e conceito ao novo Classe A. Um monovolume com um “ar” mais desportivo que não perde o pendor familiar.
Apresentado em 2005, o Mercedes-Benz Classe B chegou à Europa em plena época de ouro dos monovolumes compactos. Treze anos depois, a terceira geração está pronta e preparada para se transformar num dos mais apetecíveis monovolumes compactos premium que ainda existem no mercado
O novo Classe B tem 4,41 metros de comprimento, 1,79 m de largura e 1,56 m de altura, ou seja, é dono de dimensões muito idênticas às da geração que substitui. Mas, há uma nuance. Para a marca alemã, o Classe B não é um monovolume puro, mas sim um modelo que fica a meio caminho entre um MPV e uma berlina de cinco portas. As semelhanças com o Classe A são evidentes, pois, não só, utiliza a mesma plataforma, como partilha grande parte das linhas. A grande diferença está na altura, medição em que o Classe B ganha 12 centímetros face ao irmão.
Um A mais espaçoso
O primeiro aspeto que chama a atenção quando acedemos ao habitáculo do Classe B é o facto de parecer diretamente importado do A, o que não deixa de ser uma boa notícia. Conserva a boa qualidade dos materiais, a montagem de bom nível e os ajustes bem definidos. O segundo aspeto que desvia o olhar do utilizador são os dois ecrãs do tablier montados de forma contígua, o da esquerda funciona como painel de instrumentos e o da direita transmite todas as informações do sistema de infoentretenimento.
Toda a zona digital pode ter três configurações e combinações de acordo com o nível de equipamento. A combinação mais básica combina dois ecrãs de 7 polegadas. A intermédia um ecrã de 7″ acompanhado por um de 10,2″ e a terceira, e mais cara, dois ecrãs de 10,2″. Neste último, a resolução gráfica é excelente e o sistema multimédia, conhecido por MBUX, é intuitivo, rápido e fácil de operar. Responde a ordens vocais para quase todas as funções elementares, desde o rádio à navegação, passando pela climatização.
Passando para a posição de condução, esta beneficia, em termos de visibilidade, do facto de o banco estar colocado 8 cm mais elevado do que num Classe A. No capítulo da habitabilidade está dentro daquilo que o segmento oferece. As cotas interiores são boas, mas não são muito diferentes das apresentadas por um BMW Série 2 Active Tourer, por exemplo. Logo, dois adultos viajam com conforto atrás; enquanto o terceiro ocupante “sofre” de algumas limitações provocadas pela intrusão do túnel central. A bagageira tem um formato totalmente aproveitável com 455 litros de volume.
Dinâmica apurada
No que diz respeito ao comportamento dinâmico, o novo Classe B melhora drasticamente face ao antecessor. É mais ágil, mais ligeiro, dando a perceção geral de estar muito mais próximo de uma berlina do que de um monovolume. A sensação de aderência e estabilidade em curva é superior, e a suspensão mitiga com eficácia as oscilações da carroçaria. Neste particular, convém frisar que existem dois tipos de suspensão e três classes de amortecimento. A suspensão é sempre McPherson à frente, enquanto atrás tem eixo de torção em todas as versões, exceto nos dois Diesel mais potentes, onde surge um esquema multibraços que melhora o comportamento do veículo. Os amortecedores podem ser normais ou combinados com molas 15 mm mais baixas. Por último, há ainda a suspensão ativa, que permite variar a firmeza dos amortecedores.
Continuando na vertente dinâmica, destaque para a melhoria da insonorização dos motores Diesel. A direção parece ser menos direta que no Classe A, mas é precisa e tem bom “feeling”. O conforto de rolamento é elevado e a serenidade a bordo uma constante.
Em suma, uma boa opção familiar, com espaço e conforto, sem ter o aspeto de um verdadeiro monovolume, carroçaria que já passou de moda.
A gama de motores para Portugal é composta por cinco opções: os gasolina B 180 (chega mais tarde) e B 200 de 163 CV, e os turbodiesel B 180d de 116 CV, B 200d de 150 e B 220d de 190, estes dois últimos com motor de 2.0 litros. As três unidades Diesel vão estar disponíveis apenas com uma nova caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades no 180d e de oito no 200d e 220d.
Quanto a preços, o B 180d e o B 200 custam entre 33.000 e 35.000 euros, enquanto o B 200d vai estar disponível entre os 39.000 e os 41.000 € e o B 220d entre os 45.000 e 47.000 €.
Texto Ricardo Carvalho
Caixa
Um casulo de segurança
O arsenal de sistemas de assistência à condução do novo Classe B é vasto, incluindo desde o dispositivo de travagem de emergência em cidade até ao alerta de trânsito cruzado traseiro ou a deteção de peões e ciclistas. Durante os testes que realizámos na apresentação, apercebemo-nos de que alguns destes dispositivos são demasiado intrusivos, como o sistema de manutenção na faixa de rodagem, que realiza uma manobra de travagem demasiado brusca quando se pisa uma linha contínua sem acionar o indicador de mudança de direção. Porém, e como acontece na maioria dos automóveis, a maior parte destes sistemas podem ser desligados.
FICHA TÉCNICA
MERCEDES-BENZ B 180D
TIPO DE MOTOR Diesel, 4 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.461 cm3
POTÊNCIA 116 CV às 4.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 260 Nm entre as 1.750 e as 2.750 rpm
V. MÁXIMA 200 km/h
ACELERAÇÃO 10,7 s (0 a 100 km/h)
CONSUMOS 4,1 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 109 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.419 / 1.796 / 1.562 mm
PNEUS 205/60 R16
PESO 1.485 kg
BAGAGEIRA 455 l
PREÇO Entre 33.000 e 35.000 €
LANÇAMENTO Fevereiro de 2019
FICHA TÉCNICA
MERCEDES-BENZ B 200D
TIPO DE MOTOR Diesel, 4 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.950 cm3
POTÊNCIA 150 CV entre as 3.400 e as 4.400 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 320 Nm entre as 1.400 e as 3.200 rpm
V. MÁXIMA 219 km/h
ACELERAÇÃO 8,3 s (0 a 100 km/h)
CONSUMOS 4,2 l/100 km (misto)
EMISSÕES 112 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.419 / 1.796 / 1.562 mm
PNEUS 205/60 R16
PESO 1.535 kg
BAGAGEIRA 455 l
PREÇO Entre 39.000 e 41.000 €
LANÇAMENTO Fevereiro de 2019