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Eis duas opções muito racionais para o dia-a-dia, tão ideais para levar os miúdos à escola como para viagens mais longas em família. O Golf, aqui com o motor 1.0 TSI de 110 CV, é uma das referências do segmento, enquanto o i30, também 1.0 turbo, foi alvo de um recente restyling. Terá o coreano “forças” para levar de vencido o alemão?

Aproveitando a chegada de um renovado Hyundai i30, alvo de um pequeno restyling que assentou essencialmente no novo painel de instrumentos e pouco mais, nada melhor que o colocar frente a frente como uma das referências do segmento, o quase eterno Volkswagen Golf.
Depois dos motores Diesel terem perdido protagonismo, cabe aos gasolina assumirem esse papel, principalmente os de menor cilindrada com um nível de potência razoável. Assim, apresentamos-lhe o i30 1.0 TGD-i de 120 CV e o Golf 1.0 TSI de 110 CV, ambos propulsores de três cilindros e acoplados a caixas manuais de seis velocidades.


Bem seguros

Começando pela segurança, os dois modelos incorporam de série os cada vez mais comuns travagem autónoma de emergência, saída involuntária de faixa de rodagem, controlo de arranque em subida, entre outros. Contudo, o Hyundai acaba por suplantar o VW pelo facto de acrescentar o assistente de máximos, a câmara de auxílio ao estacionamento traseira e o alerta de arranque do veículo dianteiro.
Por dentro, existem diferenças na qualidade de construção, nomeadamente no tipo de material usado na conceção do tablier. O i30 recorre a materiais maleáveis de boa qualidade, sendo praticamente uma peça única, o que dá uma boa sensação de solidez. Ainda assim existem alguns plásticos menos suaves nas zonas mais recônditas, felizmente sempre com um aspeto muito robusto e pouco passível a ruídos. Porém, o Golf consegue destacar-se. O representante de Wolfsburgo desde sempre beneficiou de uma boa reputação neste capítulo e a oitava geração não desilude, sobressaindo pelo revestimento esponjoso que percorre todo o tablier, bem como pelos plásticos mais rijos utilizados nas zonas inferiores, que são aceitáveis e pouco ásperos ao toque. A montagem revela cuidado na ligação dos painéis, atenuando preocupações quanto a potenciais ruídos parasitas.

Para a família

Conforto e espaço são dois conceitos que andam de mão dada e, no que toca à liberdade de movimentos, os nossos protagonistas estão muito aproximados. Nos lugares traseiros, o espaço para as pernas é razoável, sendo que no Golf os pés vão um pouco mais apertados, um pormenor que não justifica diferença de avaliação. Já no que concerne à bagageira, o modelo coreano reclama mais 15 litros (395 contra 380 litros do alemão), com a contrapartida do VW disponibilizar um duplo fundo que permite esconder um ou outro saco.

Uma tendência que se estende aos espaços de arrumação, praticamente idênticos. Se no Hyundai não existe carregador por indução, podendo aproveitar-se melhor a base da consola central, no VW as enormes bolsas das portas (totalmente forradas a tecido) são suficientes para colocar uma garrafa de 1,5 litros.

Apesar de i30 e Golf apresentarem-se neste trabalho nas suas especificações “base” (“Style” no primeiro e “Life” no segundo), o facto de as gamas serem cada vez mais reduzidas resulta num equipamento de série completo: volante multifunções em pele; retrovisores elétricos; ar condicionado, jantes em liga leve (de 16″ no Hyundai e de 17″ no “nosso” VW, ainda que estas sejam opcionais); faróis de nevoeiro; Apple CarPlay e Android Auto, cruise control, apenas para mencionar alguns.

Dinâmica “au point”

Chegado o momento de ir para estrada, detemo-nos alguns segundos para obter a posição de condução adequada. Neste particular nenhum merece críticas, ainda que o ajuste do volante no Golf tenha mais amplitude.

Em andamento, as diferenças de atitude começam a ser evidentes logo nos primeiros quilómetros. É verdade que o 1.0 TSI de 110 CV do VW é o menos potente, mas isso não desculpa alguma preguiça abaixo das 1.900 rpm, apesar de anunciar que os 200 Nm de binário chegam logo às 2.000 rpm. Ainda assim, ambos os motores são expeditos às solicitações do acelerador desde os baixos regimes, no entanto, à medida que a velocidade vai subindo, o germânico ganha alguma vantagem. Uma vantagem que se estende também ao nível das recuperações, porque o Hyundai obriga a um recurso mais frequente à caixa de velocidades quando se quer, por exemplo, realizar uma ultrapassagem.
Neste particular, a transmissão manual de seis velocidades do VW demonstra melhor escalonamento e precisão, o que contribui para o seu bom desempenho dinâmico. O comportamento em curva é muito eficaz e concilia na medida certa o conforto que oferece aos ocupantes.
A competência dinâmica do Hyundai é convincente, mas não é a mesma do Golf, embora seja mais do que suficiente para uma condução segura e sem sobressaltos. A suspensão trabalha bem e o eixo traseiro proporciona um correto compromisso entre conforto e eficácia. Contudo, a suspensão é mais branda e como os pneus são mais altos em curva o i30 acaba por adornar mais que o rival. Para compensar, a direção precisa equilibra o cenário, porque vai exatamente para onde a apontamos.


Economia alemã

Por último, os consumos. Com uma média a rondar os 6,2 l/100 km numa condução dita normal, o VW ganha vantagem sobre o adversário, que não consegue evitar rodar nos 7 litros. Mais, a velocidades elevadas, o Golf mantém valores aproximados, subindo para os 6,5 l/100 km, enquanto o i30 reflete o esforço e a os números aumentam para os 7,7 l/100 km.
Como compensação, o Hyundai leva claramente a melhor ao propor sete anos de garantia sem limite de quilómetros, enquanto o VW se fica pelo período obrigatório por lei.
Em suma, o Golf continua a fazer-se valer da supremacia da qualidade de construção e de um bom motor 1.0 TSI, sendo mais ágil e rápido apesar de ter menos 10 CV. O modelo coreano vale-se da lista de equipamento mais recheada, de um motor muito frugal e de um preço mais contido.

Texto Ricardo Carvalho
Fotos Paulo Calisto

FICHA TÉCNICA

HYUNDAI I30 1.0 TGD-I STYLE PLUS
TIPO DE MOTOR                     Gasolina, 3 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA                           998 cm3
POTÊNCIA                              120 CV às 6.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO                  172 Nm entre as 1.500 e as 4.000 rpm
TRANSMISSÃO                       Dianteira, caixa manual 6 velocidades
VELOCIDADE MÁXIMA 196 km/h
ACELERAÇÃO                         11,2 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP)                 6,1 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP)           137 g/km (misto)
DIMENSÕES (C/L/A)               4.340 / 1.795 / 1.455 mm
PNEUS                                    205/55 R16
PESO                                       1.295 kg
BAGAGEIRA                           395.1.301 l
PREÇO                                    25.790 €
GAMA DESDE                         25.790 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC)               108,32 €
LANÇAMENTO                       Janeiro de 2023

FICHA TÉCNICA

VOLKSWAGEN GOLF 1.0 TSI LIFE
TIPO DE MOTOR                     Gasolina, 3 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA                           999 cm3
POTÊNCIA                              110 CV às 5.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO                  200 Nm entre as 2.000 e as 3.000 rpm
TRANSMISSÃO                       Dianteira, caixa manual 6 velocidades
VELOCIDADE MÁXIMA       202 km/h
ACELERAÇÃO                         10,3 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP)                 5,4 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP)           122 g/km (misto)
DIMENSÕES (C/L/A)               4.284 / 1.789 / 1.456 mm
PNEUS                                    205/55 R16
PESO                                       1.264 kg
BAGAGEIRA                           380 l
PREÇO                                    29.434 €
GAMA DESDE                         29.434 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC)               108,32 €
LANÇAMENTO                        Março de 2022

Ricardo Carvalho

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