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Clio E-TECH inova na caixa de velocidades – Como funciona o novo híbrido da Renault

Como funciona o novo Renault Clio E-TECH? É precisamente isso que este texto lhe vai explicar. Não deixe de o ler.


A busca incessante pela inovação está inscrita no ADN da Renault desde a sua fundação. Se a esta predisposição associarmos os 10 anos de experiência e de conhecimento nos automóveis elétricos – aplicados na criação do inovador motor híbrido E-TECH, com mais de 150 patentes – bem como as décadas de envolvência na F1, é fácil compreender o know how da marca no desenvolvimento de soluções verdadeiramente disruptivas como a transmissão multimodo que equipa o novo Clio E-TECH.
Antes de entrarmos nos detalhes mais técnicos, alguns retirados diretamente da Fórmula 1, esta inovadora solução tecnológica visa um fim bem mais prosaico: assegurar o máximo de eficiência e de prazer de condução em cidade ou fora dela, com um custo o mais baixo possível para o cliente.

Um motor a gasolina e dois elétricos para 140 cavalos de potência combinada

O conceito parece simples no papel. Combinar um fiável motor de combustão com dois motores elétricos e um pack de baterias de 1.2 kWh de capacidade colocado entre as rodas traseiras (não roubando espaço útil). No caso do Clio E-TECH, o motor a gasolina é um 1.6, de quatro cilindros, com 91 cavalos de potência e 144 Nm de binário. Uma unidade que foi otimizada no sentido de se tornar ainda mais eficiente e devidamente adaptada para ser utilizada num sistema híbrido em série, paralelo ou paralelo/série.
O motor térmico é complementado por dois motores elétricos, solução por si só inovadora no segmento. O primeiro, de maiores dimensões, disponibiliza 36 kW de potência (49 cavalos) e o segundo (HSG – motor/gerador de alta voltagem), bastante mais compacto, tem 20 cavalos de potência e está acoplado diretamente ao motor térmico.
A potência combinada do sistema híbrido é de 140 cavalos, suficientes para impulsionarem o Clio E-TECH dos 80 a 120 km/h em apenas 6,9 segundos, garantindo consumos médios combinados no ciclo WLTP de uns regrados 4,5 l/100 km*.
Mas a simplicidade deste sistema só é aparente para o utilizador, que não terá de se preocupar com nenhum dos detalhes do funcionamento enquanto conduz, sendo que as trocas entre modos de condução e as relações de caixa (15 combinações diferentes) são praticamente impercetíveis para o condutor.
A transmissão inteligente multimodo assume-se como a “chave” para a eficácia desta inovadora solução híbrida da Renault.
Na prática, no mesmo compartimento estão alojadas duas transmissões: uma caixa de velocidades de dentes direitos (uma solução utilizada em competição pela sua rapidez e precisão) que serve o motor de combustão, enquanto o motor elétrico principal possui duas desmultiplicações, uma para velocidades mais baixas e outra para velocidades elevadas, o que lhe permite funcionar e apoiar o motor de combustão ao longo de uma alargada faixa de utilização e a diferentes velocidades – uma solução única no segmento e só vista em híbridos topo-de-gama!
No arranque, o Clio E-TECH inicia a marcha no modo elétrico (EV), com a bateria a fornecer energia ao motor elétrico principal e mantendo o 1.6 desligado até ser necessário.
Mesmo que o sistema detete que a carga nas baterias não é suficiente para arrancar, recorrendo apenas à eletricidade armazenada, o motor de combustão só entra em funcionamento pelo tempo necessário para fornecer alguma energia às baterias e nunca para garantir, por si só, o andamento inicial, que continua a ser assegurado pelo motor elétrico (modo híbrido em série).
Com uma maior carga de acelerador ou à medida que a velocidade aumenta, o motor/gerador HSG assegura o arranque do motor de combustão e, mais importante ainda, sincroniza a caixa de quatro velocidades.
Já no modo híbrido paralelo, a bateria fornece energia ao motor elétrico principal que trabalha em parceria com o motor de combustão. Ambos transmitem potência às rodas e o motor/gerador elétrico encarrega-se de ir alternando as quatro relações da caixa mecânica disponíveis, de acordo com os diferentes parâmetros. Esta é a maneira mais eficiente de utilizar o Clio E-TECH, garantindo consumos baixos mesmo em situações de estrada aberta ou autoestrada.
Se precisar de uma capacidade de aceleração suplementar, os três motores trabalham em uníssono para garantir um “boost” de potência instantâneo.


No regenerar é que está o ganho

Para aumentar a energia armazenada nas baterias e potenciar o recurso aos motores elétricos, permitindo que possa utilizar o modo EV em 80% do tempo nas deslocações em meio urbano, o Clio E-TECH dispõe de um igualmente inovador sistema de regeneração de energia, também ele resultante da experiência da marca nos motores híbridos na Fórmula 1, que transforma a energia cinética das desacelerações e travagens em energia elétrica que é armazenada nas baterias.
Sempre que o condutor tira o pé do acelerador e o Clio E-TECH está no modo D (Drive), o motor elétrico principal passa a funcionar como gerador e recupera energia que é direcionada para as baterias. Se quiser potenciar esta função, aumentando a capacidade de regeneração de energia, pode selecionar o modo B (Brake) no seletor da caixa, que torna esta função muito mais evidente e o efeito de “travão” muito mais acentuado.
Quando o condutor pressiona o pedal de travão, o efeito de redução de velocidade é desencadeado eletricamente, com o auxílio do sistema hidráulico convencional (através do acionamento das maxilas) quando é necessário. Também neste caso, o motor elétrico oferece uma capacidade acrescida de travagem, com a vantagem de conseguir recuperar o excesso de energia gerada para a armazenar nas baterias, pelo menos até atingir o limite de capacidade das mesmas.
Todas as inovações, combinações improváveis e soluções desenvolvidas de raiz cumprem um objetivo comum: garantir que o novo Renault Clio E-TECH é tão eficiente, económico e ecológico, como divertido de conduzir.

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