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Quando se fala do Bugatti Chiron e dos seus derivados próximos ou relacionados, como o Divo, Centodieci, Bolide e Mistral, muita da atenção centra-se no colossal motor W16 de 8,0 litros com quatro turbos, que, dependendo da aplicação, pode fornecer “quilos” de potência que se aproximam dos 2.000 CV.

No entanto, há mais nestes hipercarros do que apenas potência bruta. Veja-se o Bugatti Bolide, por exemplo. Este modelo único coloca um W16 trabalhado para fornecer até 1.825 CV quando funciona com combustível de corrida de 110 octanas, num monocoque personalizado que é ainda mais forte e rígido do que o do Chiron. Aqui, tudo se resume ao desempenho em pista, necessitando de travões maciços para domar a imensa potência e peso do motor.

Escondidos por detrás das rodas dianteiras do Bolide, a Bugatti afirma ter instalado os maiores travões de carbono alguma vez instalados num hipercarro de pista. Desenvolvidas pela Brembo, as pinças dianteiras possuem oito pistões para fixar quatro pastilhas de 25 mm nos rotores de carbono de 390×37,5 mm do automóvel. Os travões traseiros utilizam pinças de seis pistões e também têm quatro pastilhas, fixadas em rotores de carbono de 390 x 43 mm.


Não só são enormes, como a Bugatti afirma que todo o sistema de travagem está à altura dos padrões das classes mais elevadas das corridas, como a dos hipercarros de Le Mans e Fórmula 1. E graças à sua construção em carbono, cada disco pesa apenas 3,175 kg.

“Desenvolver o sistema de travagem para o Bugatti Bolide foi um desafio único e muito emocionante para a Divisão Performance da Brembo – e estamos orgulhosos do que conseguimos”, disse Mario Almondo, COO da Brembo Performance. “A utilização de compostos de carbono semelhantes aos da Fórmula 1 significou que, apesar do tamanho e da potência do Bolide, fomos capazes de produzir o design mais leve possível.”

Para manter os travões frescos, a Bugatti passou muito tempo a considerar a forma como o ar se move sobre o carro. A força descendente foi obviamente tida em conta, mas o fabricante também concebeu condutas de arrefecimento para alimentar os travões com ar, de modo a evitar o sobreaquecimento dos mesmos.

Além disso, os travões foram concebidos para funcionar com condutores de vários níveis de experiência, apresentando um modo de condução “WET” que permite aos computadores do Bolide fazer ajustes ao sistema de controlo para induzir a subviragem. Pode ver os resultados impressionantes desse trabalho no vídeo abaixo.

“Em colaboração com a Brembo, concebemos um sistema de travagem que não só satisfaz como ultrapassa as exigências extraordinárias do Bolide”, afirmou Emilio Scervo, CTO da Bugatti Rimac. “A nossa parceria deu origem a uma obra-prima – a sua tecnologia inovadora alinha-se perfeitamente com a nossa visão, para garantir que o sistema de travagem do Bolide é uma parte fundamental de outro pináculo no legado histórico da Bugatti.”
A Bugatti apenas produzirá 40 exemplares do Bolide, todos eles já vendidos a um preço de cerca de 4 milhões de dólares cada.

Ricardo Carvalho

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