O Rali Dakar é uma das provas mais exigentes do desporto motorizado e uma nova aventura para a Audi Sport no mundo da competição. É a terceira vez que o evento será realizado nos desertos da Arábia Saudita, a partir do próximo dia 1 de janeiro.
As equipas terão de superar mais de 8.000 quilómetros, sendo a novidade os três novos Audi RS Q e-tron. A marca dos quatro anéis é o primeiro construtor a enfrentar o Dakar com um conceito de transmissão alternativo que combina uma transmissão elétrica com uma bateria de alta voltagem e um conversor de energia altamente eficiente.
Pouco mais de um ano após a ideia inicial do conceito do RS Q e-tron desenvolvido em tempo recorde, a Audi Sport assumirá um dos maiores desafios que existem no mundo da competição: o Rali Dakar. E chega de uma forma inovadora com um conceito totalmente novo. A aposta recaiu no RS Q e-tron para enfrentar o deserto e a areia escaldante da Arábia Saudita. Se o nome RS Q e-tron sugere que é um veículo 100% elétrico, não é. É, sim, um veículo híbrido.
O novo Audi RS Q e-tron utiliza três motores elétricos (Audi MGU05, um para cada eixo herdado do FE-07 da Fórmula E da última temporada e uma parte do sistema de conversão) com uma potência total de 680 cv (500 kW). Isso permite uma aceleração dos 0-100 km/h em 4,5 segundos quando circula em terreno de baixa aderência, enquanto a velocidade máxima é de 170 km/h (limitado pelos regulamentos do Dakar).Um terceiro MGU, de conceção idêntica, faz parte do conversor de energia, e serve para recarregar a bateria enquanto se conduz. Além disso, a energia é recuperada durante a travagem.
A bateria tem capacidade de 52 kWh com um peso total de 370 kg. Os sistemas de energia elétrica funcionam então com três tensões diferentes: 12V, 48V e 800V. A cablagem instalada dentro Audi RS Q e-tron tem um comprimento total de 4 km, enquanto o carro inteiro é composto por mais de 6.000 componentes diferentes.
Por ser uma prova extremamente complexa e longa, sem paragens intermediárias durante cada troço cronometrado (algumas etapas chegam a ter mais de 800 km num só dia), foi necessário integrar um motor de combustão interna TFSI para fornecer energia para bateria. É um motor turbo a gasolina de quatro cilindros e 2 litros derivado do R5 campeão no DTM em 2020. A rotação varia de 4500 rpm a 6000 rpm, onde se consegue a gama mais eficiente de binário e potência. Parte da energia para recarregar as baterias é recuperada durante a travagem de forma a aumentar ainda mais a autonomia.
O conjunto das baterias tem 50 kWh de capacidade e pesa 370 kg (o RS Q e-tron tem um peso inferior a 2000 kg). Este sistema garante menos de 200 g/km emissões de CO2. Os dois eixos não possuem nenhuma ligação mecânica entre si, mas o “software” de distribuição de binário assume o mesmo papel de um diferencial central convencional. O depósito de combustível com 295 litros de capacidade está posicionado 1,1 metros atrás do eixo dianteiro, a altura ao solo é de 300 mm, cada roda pesa 44,7 kg (jante e pneu), e em cada dia são gerados 50 GB de dados.
No total, o RS Q e-tron possui 6.000 peças. O Audi RS Q e-tron prescinde de uma caixa de velocidades convencional — conta apenas com uma caixa redutora de uma relação. O software desenvolvido pela Audi assume a distribuição do binário entre os eixos e cria assim um diferencial central virtual e livremente configurável, que tem o efeito secundário positivo de poder poupar o peso e o espaço que foram requeridos pelos veios de transmissão e por um diferencial mecânico.