O novo Renault Kangoo E-Tech é a versão elétrica da mais recente geração do Kangoo Van. Com motor de 90 kW e uma autonomia real de quase 300 km, o sucessor do Kangoo ZE tem argumentos para convencer uma boa dose de profissionais.
Chamava-se Renault Kangoo ZE e foi pioneiro. Em 2011, ano do seu nascimento, assumiu-se como o primeiro furgão compacto totalmente elétrico produzido em série e em larga escala. Alcançou um grande sucesso comercial, vendendo até 2021 qualquer coisa como 75 mil unidades no total.
Pouco mais de 10 anos depois, o ZE sai de cena e dá lugar ao Renault Kangoo Van E-Tech Eletric. A verdade é que os tempos mudaram e esta versão do furgão da Renault já não está (quase) sozinha no mercado, e a concorrência é forte, principalmente com o leque de modelos de bandeira Stellantis. A ideia é posicionar-se acima destes, não só pela maior autonomia, mas também pelas várias soluções de versatilidade propostas.
Feita na mesma base da versão térmica, a elétrica retoma boa parte das suas características. A mesma cabina e o mesmo tablier, linhas sem alteração e a quase manutenção das capacidades e funcionalidades. Disponível apenas na versão standard (a versão longa e a de passageiros chegarão no final do ano), possui volume útil de 3,3 m³, carga útil de 600 kg e capacidade de reboque de 1.500 kg.
A bateria que o equipa tem 45 kWh de capacidade, proporcionando uma autonomia de 290 km em ciclo WLTP, posicionando-o no topo do segmento. O motor de 90 kW (mais ou menos 120 CV) e binário máximo de 245 Nm permitem anunciar uma velocidade máxima limitada de 130 km/h. Propõe dois tipos de carregador, um de 11 kW e um de 22 kW, sendo que este último pode ser associado, como opção, ao carregador rápido de 80 kW em corrente contínua, que permite recuperar 170 km de autonomia em 30 minutos.
Lesto e Seguro
Os 90 kW ou 120 CV mencionados anteriormente proporcionam flexibilidade de utilização em todas as circunstâncias. As acelerações são céleres e eficientes, o aumento da velocidade é tão rápido que se atinge em “menos de nada” os 130 km/h. É fácil ultrapassar, desenvencilhar-se no trânsito e deixar um ou outro desportivo plantado no semáforo, mesmo quando está carregado. Conta com dois modos de condução, Standard e Eco. O primeiro é o que está ativo por defeito, logo assim que se liga o carro e o segundo pode ser acionado a partir de um botão colocado em posição central, no tablier debaixo do ecrã. Este modo Eco limita a potência, passando para 52 kW (70 CV), mas mantém o mesmo valor de binário, reduzindo também a velocidade máxima para os 110 km/h.
Propõe também três modos de regeneração distintos, selecionados a partir da alavanca da caixa de velocidades. A partir do modo “B” é possível escolher entre B1, B2 e B3. O primeiro, o B1, praticamente não se sente qualquer efeito de travagem. O B2 é um modo padrão que funciona como um travão motor num veículo térmico. Já o B3, trava literalmente o carro, ou seja, uma espécie de e-Pedal da Nissan e que permite que se conduza praticamente sem colocar o pé no travão.
Estabilidade exemplar
O peso da bateria, a rondar os 300 kg, posicionados debaixo do piso do veículo equilibra o centro de gravidade e colam literalmente o Kangoo à estrada. É sólido, as curvas são “engolidas” sem rolamento e a trajetória mantém-se inalterada desde o início da curva. A suspensão, mais firme do que na versão térmica, contribui para este comportamento eficaz. No pequeno percurso que realizámos nos arredores de Paris, em Chantilly, precisamente num ambiente onde este Kangoo será utilizado, conseguimos uma média de consumo de 14,5 kWh, um valor muito competitivo para este tipo de modelo e que promete ser líder e difícil de bater.
A unidade de teste estava equipada com a solução “Open Sesame”, ou seja, um sistema que reforça a versatilidade ou não precisar de pilar A, entre o habitáculo e a caixa de carga, reforçando generosamente o acesso à caixa de carga para carregar objetos de praticamente qualquer dimensão. É uma opção, muito prática e funcional, mas a verdade é que se trata de uma verdadeira fonte de ruído. Num automóvel que se quer silencioso e sereno, o Open Sesame não o permite. O andamento é feito sempre ao som do tilintar de ferro, do ranger de dobradiças… um inconveniente que não está na ementa do Kangoo com uma antepara normal e sólida… e assim teremos de volta o prazer de condução de um veículo elétrico… o silêncio.
Novidade é também a bomba de calor, que permite garantir a maior autonomia em todas as estações: o ar condicionado é regulado com uma bomba de calor, o que permite o aquecimento no inverno e o arrefecimento no verão, operando com base no princípio do ar condicionado reversível. O aquecimento abastece o habitáculo com as calorias recuperadas do exterior, enquanto o ar condicionado extrai as calorias do habitáculo para as descarregar no exterior do veículo. O seu desempenho ótimo está entre os -15 e +15°C. Esta característica permite preservar, adicionalmente, até 85 quilómetros de autonomia em ciclo WLTP.
Gama e preços
O novo Renault Kangoo Van E-Tech Eletric já se encontra à venda em Portugal com preços que começam nos 40 036 euros da versão Advance, de entrada de gama, passa pelos 42 988 euros do Extra, seguindo depois para as versões, seguindo depois para as versões com o Open Sesame que custa mais cerca de 1000 euros.
FICHA TÉCNICA
Renault Kangoo Van E-Tech Elétrico
TIPO DE MOTOR Um motor: dianteiro e síncrono
POTÊNCIA 90 kW (120 CV)
BINÁRIO MÁXIMO 245 Nm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa de 1 velocidade
BATERIA Iões de lítio, 45 kWh
TEMPO DE CARGA 6h a 7,4 kW (100%)
3,8h a 11 kW (100%)
AUTONOMIA (WLTP) 290/300 km
VELOCIDADE MÁXIMA 130 km/h (limitada)
ACELERAÇÃO n.d.
CONSUMO (WLTP) n.d.
EMISSÕES CO2 (WLTP) 0 g/km
DIMENSÕES (C/L/A) 4.486 / 1.860 / 1.808 mm
PNEUS 195/65 R15
PESO n.d.
CAIXA DE CARGA 3,3 m3
PREÇO n.d.
GAMA DESDE 40 036 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 0 €
LANÇAMENTO julho de 2022