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Alguns dos carros mais carismáticos do século XX

São frequentemente discutidos e debatidos, mas a verdade é que foram muitos os automóveis icónicos produzidos ao longo do século passado que deixaram uma marca indelével na história automóvel.

Ao olharmos para o século XX, é fascinante ver quais os carros que tiveram o maior impacto e porquê. Aqui estão alguns dos melhores carros do século passado escolhidos pela Carros & Motores. Haverá muitos mais, mas estes são históricos e inesquecíveis.

O Volkswagen Beetle (Carocha para nós, portugueses) foi produzido pela primeira vez em 1938 e rapidamente se tornou um fenómeno mundial. Era um dos carros mais acessíveis disponíveis na sua época e o seu design único sobressaía em relação dos outros veículos da sua época. O Carocha foi sempre tão popular que foram vendidos mais de 21 milhões de unidades durante todo o tempo que se manteve em comercialização. Desde sempre assumiu um lugar na cultura popular, uma vez que foi estrela em vários filmes e programas de televisão ao longo dos anos.

O Ford Model T é outro carro clássico do início do século XX que ajudou a revolucionar os métodos de produção em massa de automóveis na América. O facto de ser produzido numa linha de montagem permitiu aos consumidores adquirir um veículo por um preço acessível e com elevados padrões de qualidade. Este Ford tinha também um motor refrigerado a ar, situação que exigia menos manutenção do que outros motores da época, sendo um opção de transporte muito mais fiável.

O Chevrolet Corvette foi um dos desportivos mais icónicos da América e cuja produção arrancou em 1953. Este automóvel de dois lugares, ofereceu aos condutores um desempenho poderoso juntamente com um estilo elegante, que rapidamente o tornou um dos favoritos entre os entusiastas de todo o mundo! O Corvette continuou a evoluir ao longo de várias gerações, mas conserva muito do seu encanto original, tornando-o num dos desportivos preferidos dos EUA mais de sessenta anos depois!

Outro carro clássico de meados do século passado não é outro senão o Ferrari de 250 GTO, que se estreou em 1962. Este luxuoso grand tourer combinou um estilo intemporal com capacidades de desempenho excecionais, tornando-o numa das melhores máquinas italianas alguma vez produzidas! Apesar de ser incrivelmente caro em novo (com preços que hoje chegam a atingir mais de 17 milhões de euros!), foram apenas produzidas 36 unidades, transformando-o num modelo muito procurado por colecionadores mundiais. Utilizava um motor V12.

Não se pode falar de luxo clássico sem mencionar o Rolls Royce Silver Ghost que surgiu pela primeira vez nas estradas em 1906! Esta elegante limusina britânica estabeleceu novos padrões de conforto e opulência com caraterísticas como painéis de madeira polidos no interior, bem como os bancos em couro- para não mencionar o facto de ser locomovido por um motor maciço de 7 litros com… 40 CV de potência (impressionante naquela época). Em 1912, este modelo bateu recordes ao percorrer 14 mil quilómetros sem quaisquer problemas mecânicos, uma prova de que há 100 anos já se construíam carros de qualidade.

A Série 3 da BMW foi lançado em 1975, altura em que começou a ser produzido, tornando-se no modelo mais vendido da marca alemã ao longo dos tempos devido à combinação de uma dinâmica apurada com o espaço e com uma vertente familiar de nível, conseguindo destacar-se de modelos concorrentes da Mercedes-Benz ou da Audi. Continua a ser popular hoje em dia devido à evolução das várias geração que têm vindo a ser lançadas desde então. As versões desportivas M são das mais apelativas e procuradas e em breve terá uma versão elétrica, pelo menos na China.

O Honda Civic chegou à estradas no decorrer do ano de 1972, propondo aos clientes um transporte fiável a preços muito acessíveis, algo que os construtores japoneses sabiam fazer muito bem. Durante os anos 80, a Honda redesenhou o Civic acrescentando diversas caraterísticas que normalmente se encontravam em veículos de gama mais alta, como o aspeto desportivo e uma dinâmica de excelência, permitindo-lhe concorrer com algumas marcas premium. Desde o seu lançamento, foram comercializados cerca de 35 milhões de Civic, transformando-se num dos modelos mais vendidos do mundo.

O Porsche 911 estreou-se em 1963, tornando-se instantaneamente o carro de sonho dos entusiastas de automóveis desportivos, graças a um comportamento dinâmico de exceção em conjunto com um potente de seis cilindros, uma configuração utilizada praticamente até aos dias de hoje. Este desportivo de sucesso vai ter para sempre um lugar de destaque no seio do construtor de Zuffenhausen.

A Toyota lançou o Corolla em 1968, modelo que 12 gerações depois se transformaria no modelo mais vendido em todo o mundo. O modelo é conhecido principalmente por oferecer uma opção de transporte económica e fiável. Atualmente, o Corolla é híbrido, oferece quatro carroçarias distintas, berlina, sedan, carrinha e SUV e promete continuar a ser o sucesso que tem sido desde sempre.

O Mercedes-Benz Classe S surgiu pela primeira vez no mercado em 1973, transformando-se de imediato numa referência dentro do segmento que tão bem representa. Na época já propunha suspensão adaptativa automática, cruise control, entre outros sistemas e dispositivos. O S tem sabido sobreviver num mundo automóvel em constante mudança e tem evoluído à medida que cada nova geração vai sendo lançada, sempre mais sofisticada e luxuosa que a anterior. A mais recente geração ressuscitou a Maybach e pode ter motor a gasolina, a gasóleo ou PHEV. Já conheceu seis gerações e inclui ainda, em algumas delas, versões coupé de duas portas.

O Subaru Legacy (vendeu-se em Portugal durante pouco tempo) foi lançado em 1989 em substituição do modelo Leone anteriormente disponível no Japão, propondo ao mercado opções de tração às quatro rodas e fiabilidade. O Legacy redefiniu o conceito de praticidade, generalizando a tração integral, permitindo um fácil acesso a atividades ao ar livre e até a terrenos mais acidentados. Também conheceu os motores Diesel num período de menor sucesso, até porque é a gasolina que o mercado o prefere. A versão Outback, de aspeto mais SUV, acaba por ser um das preferidas para atividade laborais em terreno menos planos.

O Ford Mustang amplamente considerado o verdadeiro “muscle car” americano viu a luz do dia em 1964 e acabou por ser estrelas de alguns filmes, como o “Bullit” ou “Gone in 60 seconds”. Devemos-lhe a globalização a utilização dos motores V8, permitindo que qualquer um de nós desfrute de um valor de potência normalmente reservado para as pistas. Já se vende na Europa, já existem versões elétricas e também é vendido em carroçaria cabrio. Um verdadeiro ícone do mundo automóvel.

A Mitsubishi Lancer Evolution viu a luz do dia em 1992 e foi um sucesso pelo facto de trazer para as estradas a herança dos ralies, ao mesmo tempo que tornava mais apetecíveis os motores Turbo e os sistemas de tração integral 4WD. O Evo, como era conhecido, ganhou estatuto de culto devido ao incrível potencial dinâmico, aos mais de 200 km/h de velocidade máxima e aos menos de 5 segundos para acelerar dos 0 aos 100 km/h.

Quando foi lançado, em 1978, o Mazda RX-7 trouxe para a ribalta a tecnologia dos motores rotativos Wankel, um motor que, ao que parece, vai ressurgir agora sob a forma de outro Maxda, o MX-30. O motor Wankel dispensa os tradicionais pistões, árvores de cames, cambota, etc. Este tipo de motor tem muito menos componentes, mas possui uma potência específica superior. Tem como desvantagem o elevado desgaste do motor, consumos altos e pouco binário a regimes mais baixos. Destaque para o seu sucesso, o RX-8, que também manteve o motor Wankel.

Nissan Skyline GT-R inicialmente lançado em 1969 conheceu a sua última reencarnação em 1989. Nesta época utilizava um motor com dois turbos de 2,6 litros em linha que debitava 276 CV, permitindo uma aceleração do 0 aos 100 km/h em menos de 5 segundos. O futuro do Skyline chama-se GT-R e foi lançado em 2007, chegando a Portugal em 2009. Esta geração, quase que é um segundo ícone, possui motor 3.8 V6 também biturbo que começou por debitar 485 CV e surgia acoplado a uma caixa de dupla embraiagem de seis velocidades e sistema de tração AWD ATTESA E-TS. A partir daqui, o GT-R foi subindo em potência, sempre a partir do mesmo motor, chegando aos 600 CV da versão Nismo. O GT-R carrega a cultura japonesa desde seu projeto inicial sendo o seu design inspirado nos robôs Gundam.



O Jeep Wrangler é uma gama de verdadeiros jipes compactos de tamanho médio lançada pela marca americana (que agora pertence à Stellantis) em 1986. Atualmente vai na quarta geração. A mais recente foi apresentada em 2009, sendo que daí até aos dias de hoje o modelo foi sendo alvo de melhorias. Trata-se de uma evolução direta do Jeep muito popular na segunda guerra mundial, o CJ (Civilian Jeeps) produzido pela Willys (AMC) na década de 1940 até 1980. Embora nem a AMC nem a Chrysler (após a compra da AMC em 1987) tenham afirmado que o Wrangler era um descendente direto do modelo militar original, a verdade é que se percebem semelhanças, através dos seus eixos sólidos e capota aberta. O Jeep é tão icónico para a identidade da marca Jeep, quanto o 911 é para a Porsche.
Todos os Jeep continuam a possuir travessas e longarinas, à antiga, e eixos rígidos. O para-brisas é dobrável e pode ser conduzido sem portas. Conta com tração integral e redutoras, fazendo deste um jipe puro e duro capaz de bpns momentos em fora de estrada. Atualmente, já existe uma versão PHEV de ligar à concorrente, que anuncia 30 km de autonomia elétrica.

O BMW M3 foi lançado em 1985 e é um dos desportivos mais míticos do mercado. Tem por base a gama Série 3 convencional da BMW e a partir daí parte para um automóvel capaz de correr em pista com um à vontade tremendo. Já vai na quinta geração, E30, E36, E46, F80 e G80. A primeira geração debita 200 CV… a atual chega aos 510 CV na versão Competition e mais uns pózinhos no CS, versão mais leve e ainda mais dinâmica. É um automóvel no imaginário de muitos de nós que, nesta última geração G80, ganhou uma carroçaria carrinha.

Outro alemão que merece todos os créditos de estar nesta lista foi o Volkswagen Golf. Já na sua oitava geração, chegou ao mercado em 1974, onde fez furor no segmento dos pequenos familiares e uma prova que na Alemanha se conseguem fazer dos melhores automóveis do mundo. A versatilidade do modelo permitiu alcançar níveis de fiabilidade elevados e chegar a ter diversos tipos de carroçaria, desde carrinha a descapotável, versões desportivas (GTI e R) e por aí fora. É um verdadeiro sucesso de vendas e um modelo que terá sempre uma palavra a dizer na hora de comprar um carro.

O Toyota Supra também merece estar nesta lista. É um desportivo grand tourer japonês produzido pela Toyota Motor Corporation desde 1978. A designação Supra deriva do Latim e significa “acima de”, “ultrapassar”, “ir mais além”. As primeira quatro gerações do Supra foram produzidas entre 1978 e 2002. A quinta e mais recente geração foi lançada em 2019 e tem um estilo que deriva do Toyota Celica. É produzida em parceria com a BMW, uma vez que este Supra é feito “por cima” do BMW Z4 na fábrica austríaca da Magna Steyr. Começou por se chamar Celica Supra, mas em 1986 o modelo acabou por se separar da gama Celica (geração A70), passando a chamar-se só Supra. Foi buscar muita da sua inspiração ao modelo 2000GT, um dos Toyota mais mediáticos de todos os tempos.

Estava também definido que o novo para o povo teria cerca de 600 cm3 e 20 CV de potência e herdaria uma boa parte da mecânica do 4CV, contudo a trçaão deveria ser obrigatoriamente dianteira. A 3 de Agosto de 1961era apresentado o Renault 4L, mas ficaria para sempre apelidado como R4. O seu primeiro motor tinha quatro cilindros, caixa de três velocidades e 603 cm3. A potência de 20 CV às 4.700 rpm permitia uma velocidade máxima de 95 km/h. O capô abria-se de trás para a frente e a suspensão era independente às quatro rodas, com barras de torção em ambos os eixos. Tinha o primeiro sistema de refrigeração selado do mundo, que evitava a perda e consequente reposição do líquido de refrigeração. Uma peculiaridade do novo Renault 4L era a distância entre eixos maior no lado direito, 2,45 contra 2,40 metros, uma imposição do tipo de suspensão traseira. Por dentro, era extremamente simples. Acomodava bem quatro passageiros em bancos muito simples, que só tinham forro, sendo que a estrutura era visível por trás e de lado. O espaço para bagagem também era razoável, podendo chegar a 950 litros sem bancos. À frente do volante de três raios ficavam apenas o velocímetro e o indicador do combustível, e o retrovisor no centro do painel do habitáculo. Deixou de ser produzido em 1994.

O Citroën 2CV (dois cavalos para os amigos) é um modelo de baixo custo da marca francesa produzido entre 1948 e 1990. Foi um dos Citroën mais populares de sempre alcançando as 5 114 969 unidades produzidas. A sigla CV que faz parte da denominação deste modelo, vem de “cheval fiscal” ou potência fiscal, uma unidade usada para taxar o veículo. A criação do 2CV deve-se ao engenheiro francês Pierre Jules Boulanger que foi presidente da marca em 1934, quando a família Michelin assumiu o comando da empresa.
Com versões de cinco lugares e furgão, o 2CV foi um dos modelos mais mediáticos do século e um dos que colocou a marca francesa na rota do sucesso.

O Mini, mais um dos populares do século XX, era um pequeno carro muito económico produzido pela BMC (British Motor Corporation). O primeiro de todos, da década de 1960, altura do lançamento, foi desenvolvido pelo engenheiro inglês Sir Alec Issignonis. O sistema de tração e a disposição do motor permitiram um design da mecânica muito compacto, permitindo que 80% da área do piso do modelo esteja livre para ocupantes e bagagem. Influenciou uma geração de modelos e foi reeditado em 2001 já pela BMW.

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