Ao falarmos de condutores ou de automóveis americanos, é imediata a associação a caixas automáticas e o recurso a apenas dois pedais para o exercício da condução. Porém, de acordo com dados recentes relativos ao mercado automóvel dos Estados Unidos da América, os números indicam uma mudança, ainda que ligeira, de paradigma.
As vendas de veículos com transmissão manual registaram um aumento discreto nos últimos anos. Em 2023, representam apenas 1,7% de todas as vendas de automóveis novos, mas em 2021 não atingiam sequer 1%. Embora este crescimento não constitua um fenómeno de ressurgimento da caixa manual num mercado onde é indiscutível a liderança das transmissões automáticas, destaca uma interessante mudança no comportamento do consumidor.
De acordo com a J.D. Power, as vendas de automóveis com transmissão manual atingiram um mínimo de 0,9% em 2021, antes da retoma em 2022 e novamente em 2023. A CarMax, a maior rede de automóveis usados dos EUA, regista um aumento semelhante. Após um mínimo de 2,4 % em 2020, as vendas de automóveis equipados com caixa manual aumentaram para 2,8% em 2021 e 2,9% em 2022.
Porém, a compra de um automóvel com caixa manual não tem no menor custo a sua principal justificação. De acordo com os especialistas, este crescimento deve-se a fatores como a nostalgia e o desejo de viver uma experiência mais tradicional.
As propostas equipadas com caixa manual não são, naquele mercado, abundantes, mas existe um pequeno nicho apontado aos entusiastas. Existem até clientes que optam por automóveis com caixa manual para os seus filhos de forma a evitar a utilização do smartphone enquanto conduzem, uma vez que é necessário utilizar as duas mãos.
Os modelos com transmissão manual mais vendidos atualmente nos Estados Unidos da América são os mais desportivos. No topo da lista está o Honda Civic, seguido do Ford Mustang, Subaru Impreza WRX e Jeep Wrangler. Também os modelos Volkswagen de elevada performance com caixa manual, como o Golf R, deixam rapidamente os concessionários devido à elevada procura.