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Na Toyota, acredita-se que enfrentar o desafio de alcançar a neutralidade carbónica é fundamental para garantir um futuro próspero para o nosso planeta.

Como líder no campo da eletrificação há 25 anos, a marca tem demonstrado, desde sempre, um compromisso extraordinário em imaginar e desenvolver o que é necessário para ter sucesso neste desafio. Tudo isto através da sua contribuição constante para a realização de uma sociedade sustentável e inclusiva, graças a soluções de mobilidade inovadoras e eletrificadas e a novos serviços, para permitir que todos se desloquem sem barreiras e limitações, em total segurança e respeito pelo ambiente, sem deixar ninguém para trás.


A marca japonesa definiu um roteiro para a Europa que inclui o objetivo de uma redução de 100 por cento das emissões de todos os veículos novos até 2035, desde que, no entanto, estejam disponíveis até essa data infra-estruturas suficientes para o recarregamento elétrico e o reabastecimento de hidrogénio, bem como uma maior capacidade de energia renovável.
O objetivo de emissões zero também diz respeito às instalações industriais, para as quais o objetivo é a neutralidade carbónica até 2030, bem como a toda a cadeia de abastecimento, logística e serviços (até 2040).
Mas tudo isto arranca passo a passo. A marca japonesa pretende ter em circulação no Japão cerca de 200 mil veículos a pulha de combustível em 2025 e 800 mil em 2030. Os dados da Toyota falam em 160 postos de abastecimento de hidrogénio em território japonês, 320 em 2025 e até 900 para o horizonte de 2030. Todavia, a Toyota, e o próprio Japão, parecem estar sozinhos nesta cruzada do hidrogénio para a indústria automóvel. Mas, na verdade, a marca japonesa não vai conseguir fazê-lo sozinha. São precisos sócios e eles têm aparecido.

Mas os japoneses querem mais. Para além dos vários parceiros que tentam passar para hidrogénio os mais variados tipos de veículos, desde carros ligeiros de passageiros até camiões, a marca japonesa tem na sua estratégia a construção de uma fábrica para produção do dito combustível, sempre em parceria com marcas de primeiro equipamento.

A Toyota tem um historial de relevo no hidrogénio. A saga começou em 1992, quando a marca começou a produzir veículos fuel cell. Desde 1992 a marca já produziu 12 mil veículos a hidrogénio e já percorreu mais de 500 milhões de quilómetros. Mas é desde 2021, que a tecnologia se tem diversificado e tem servido para alimentar autocarros, camiões e também motores marinhos, trabalhos pesados e por aí fora.

A segunda geração do Fuel Cell, que a Toyota pretende estar a vender em 2026, foi estreado na atual geração do Mirai, modelo que se vende em Portugal. Convém ainda lembrar que a Toyota já fabrica em Portugal autocarros elétricos a célula de combustível a hidrogénio (em Gaia, pela Caetano Bus), veículos que têm de ser recarregados a partir de garrafas pressurizadas, como se estivéssemos num país do terceiro mundo. A marca já pensa na terceira geração de Fuel Cell que terá módulos de células que podem ser mais ou menos de acordo com o tamanho do veículo. Os depósitos também serão totalmente adaptáveis a qualquer veículo e modelo, por isso a tendência é para evoluir.
O mais importante para melhorar e fazer crescer a infraestrutura de abastecimento tem a ver com o aumento das vendas dos veículos a hidrogénio sejam eles ligeiros, camiões ou autocarros, mais a existência de um Eco Cluster.

Entretanto, a marca tem mostrado vários veículos ainda concept alimentados a hidrogénio, como um GR Yaris, uma Toyota Hilux, mas importante é a parceria com a LDV para o desenvolvimento de camiões locomovidos a hidrogénio. Este projeto complementa as iniciativas da Toyota para descarbonizar a logística e apoiar o seu objetivo a longo prazo de se tornar totalmente neutra em termos de carbono até 2040. Para além da eletrificação dos automóveis de passageiros, a empresa vê grande valor na colaboração com múltiplos parceiros para acelerar a transição para uma economia sustentável e acessível de hidrogénio com emissões zero. Por conseguinte, está a estabelecer parcerias com empresas de todos os stores da mobilidade e com diferentes competências, a fim de testar e fornecer soluções fiáveis e eficientes.

E a fábrica de hidrogénio?
O âmbito da fábrica de hidrogénio estende-se para além do Japão, uma vez que a Toyota planeia estabelecer bases locais nos principais mercados de hidrogénio da Europa, China e América do Norte. Estas bases irão impulsionar as atividades de investigação, desenvolvimento e produção, ao mesmo tempo que promovem colaborações com parceiros existentes para garantir o fornecimento de pilhas de combustível a preços acessíveis. O diretor técnico da Toyota, Hiroki Nakajima, sublinha a importância de atingir quantidades mais elevadas para obter reduções de custos. Atualmente, a Toyota já fornece a tecnologia de células de combustível do seu modelo Mirai a clientes externos, incluindo a BMW com o seu modelo iX5 Hydrogen.


O realinhamento interno da Fábrica de Hidrogénio centra-se em três objetivos principais. Em primeiro lugar, a Toyota pretende aumentar a competitividade e a tecnologia através do desenvolvimento de novas tecnologias de pilhas de combustível. A empresa prevê reduções de custos significativas, com Nakajima a destacar uma redução de custos projetada de 37% para a próxima geração de células de combustível. Embora as pilhas de combustível de hidrogénio ainda sejam relativamente caras em comparação com as baterias, a Toyota planeia produzir aproximadamente 200.000 pilhas de combustível até 2030 para atingir a paridade de custos.

Para além dos seus próprios veículos, a Toyota vê potencial no fornecimento de veículos comerciais ligeiros e pesados de outros fabricantes. Anunciou planos para uma nova variante da sua tecnologia de células de combustível até 2026, oferecendo maior durabilidade e menores custos de manutenção em comparação com motores a gasóleo de potência semelhante. De facto, os veículos comerciais equipados com a tecnologia de pilha de combustível da Toyota poderiam atingir uma autonomia 20% superior à dos modelos atuais, tornando-os altamente eficientes e económicos.

 

 

Ricardo Carvalho

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