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Ainda que praticamente decalcado do ‘primo” Renault Clio, o novo Colt conta com argumentos próprios para se destacar, como é o caso desta motorização 1.0 atmosférica de apenas 65 CV de potência, mais orientada para a acessibilidade e economia de utilização.

Ao abrigo da parceria estratégica estabelecida entre a Renault e a Mitsubishi que permitiu a esta última manter-se cm maior efetividade na Europa, a designação Colt foi escolhida para agraciar uma variante ‘nipónica’ do Clio, mantendo praticamente todos os seus pontos fortes e características, mas sob a égide dos ‘três diamantes’. No entanto, tem um atributo que é exclusivo, na forma de uma motorização 1.0 MPI de três cilindros atmosférica, a qual não se encontra na gama do ‘primo’ francês. Com isso, a Mitsubishi consegue posicionar o Colt como um modelo com algo de único entre os demais.

Prestações ajustadas

Acenando com premissas como o custo de entrada mais baixo (18.490 € de base) e também maior economia, este motor disponibiliza 65 CV e 95 Nm de binário máximo, valores modestos que, no entanto, sublinham competências mais amplas para trajetos urbanos ou em cenários de condução de baixa exigência em termos de prestações. Efetivamente, beneficiando de caixa de velocidades de cinco velocidades em que as três primeiras relações têm escalonamento curto, o Colt 1.0 MPI mexe-se muito bem em cidade, com respostas vincadas mesmo em baixos regimes e suavidade bem-vinda no pára-arranca.

Fora da cidade, este bloco exige maior paciência para ganhar ritmo nalgumas situações, por exemplo na concretização de uma ultrapassagem ou na entrada de uma autoestrada, obrigando ao recurso da caixa de velocidades para compensar a menor energia. Por outro lado, o propulsor 1.0 MPI revela uma credencial que pode ser bastante prezada, que é a da frugalidade nos consumos: mesmo sem grandes cuidados, é fácil registar consumos na casa dos 5 l/100 km, como atesta o valor obtido no final do teste, de 5,5 l/100 km.
Em suma, analisando o desempenho deste bloco atmosférico, importa salientar o desempenho ajustado e convincente, mesmo que sem ambições a grandes correrias.

Outro aspeto em que o Colt sobressai pela positiva é no comportamento (tal como o Clio): o chassis muito bem calibrado – tanto na direção, como no amortecimento – faz com que ofereça agilidade em cidade, enquanto fora dela dá ao condutor elevada sensação de estabilidade e segurança em curva. Mas é o conforto que mais se destaca, mesmo em piso mais ‘rude’, valendo-se ainda de pneus de 15 polegadas, os quais asseguram maior suavidade de rolamento.

Ares de família

Se o exterior não esconde as suas semelhanças com o Renault Clio, podendo até gerar confusões aos mais desatentos (o escudo dianteiro ‘Dynamic Shield’ serve como maior elemento diferenciador), o interior segue o mesmo caminho, com formas e tecnologias provenientes do modelo gaulês. O que não traz desvantagens, antes pelo contrário.

Com construção muito conseguida (não obstante o predomínio de plásticos duros) e ergonomia acertada, exibe bons atributos tecnológicos, mesmo nesta versão Kyoto de base, como o painel de instrumentos digital de 7”, de fácil leitura e completo na informação, ou o ecrã tátil central de igual medida, com sistema de infoentretenimento também ‘familiar’, oriundo da Renault. A conexão aos sistemas Android Auto e Apple CarPlay sem fios é bem-vinda, assim como o carregador sem fios para smartphone. De resto, a posição de condução é bastante boa e todos os comandos estão ao fácil alcance do condutor.

A habitabilidade também é convincente, com espaço mais do que suficiente para quatro adultos, graças a lugares traseiros com boa amplitude, tanto para as pernas, como em altura, sendo a largura o seu atributo menos conseguido. Neste aspeto, o utilitário da Mitsubishi coloca-se a bom nível no segmento em questão, até pela capacidade da bagageira, com 391 litros, uma das referências da classe.

Na versão base Kyoto, o Colt evidencia já um nível de equipamento bem completo, como o acesso e arranque sem chave, os referidos ecrãs digitais de 7”, ar condicionado automático, câmara traseira ou faróis Full LED, indo ao encontro das expectativas do cliente-tipo de segmento B.

Texto Miguel Silva
Fotos Paulo Calisto

CONCLUSÃO

Os desenhos exterior e interior sobressaem pela qualidade elevada, não variando face aos do Clio. Mas o motor MPI permite ao Colt assumir uma oferta exclusiva. Com 65 CV, não são de esperar respostas extremamente velozes, mas também não desapontam na larga maioria das situações, com o benefício associado da economia – na aquisição e na utilização. Um argumento que pode jogar a seu favor.

FICHA TÉCNICA
MITSUBISHI COLT 1.0 MPI KYOTO

TIPO DE MOTOR                        Gasolina, 3 cilindros em linha, injeção indireta

CILINDRADA                                999 cm3

POTÊNCIA                                     65 CV às 6.250 rpm

BINÁRIO MÁXIMO                     95 Nm às 3.600 rpm

TRANSMISSÃO                            Dianteira, caixa manual 5 velocidades

VELOCIDADE MÁXIMA             160 km/h

ACELERAÇÃO                              17,1 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                    5,2 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)             118 g/km (misto)

DIMENSÕES (C/L/A)                  4.053 / 1.798 / 1.439 mm

PNEUS                                           185/65 R15

PESO                                              1.194 kg

BAGAGEIRA                                 391-1.069 l

PREÇO                                           18.490 €

GAMA DESDE                              18.490 €

IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO (IUC) 111,46 €

LANÇAMENTO                            Novembro de 2023

Ricardo Carvalho

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