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A BYD não está a conseguir fazer arrancar as suas vendas na Europa. Um mercado altamente competitivo que, atualmente, evita as marcas chinesas. O gigante decidiu, por isso, atuar na Alemanha.

Para já, não se pode dizer que a invasão chinesa na Europa esteja a dar os primeiros passos. De facto, os únicos automóveis chineses que se vendem realmente bem no Velho Continente são de uma marca britânica. Mas nem a BYD, nem a Nio, nem a Zeekr, nem a Xpeng fizeram ainda grandes incursões.

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No entanto, alguns já falam em comprar terrenos para construir uma fábrica aqui e servir diretamente o mercado europeu. O objetivo é também evitar políticas aduaneiras desfavoráveis e beneficiar de uma melhor pegada de carbono para poder usufruir de auxílios estatais. Mas, numa análise mais aprofundada, é verdade que, neste momento, não se vê a utilidade de uma grande fábrica na Europa, tendo em conta o nível de vendas relativamente baixo dos construtores chineses. Mesmo o gigante BYD, o maior de todos, não está a obter mais do que resultados anedóticos. Mas a estratégia da BYD não mudou: investir a longo prazo na Europa. E isso implica uma grande aquisição.

Já presente na Suécia com o gigante da distribuição automóvel Hedin, a BYD está a alargar a sua presença na Alemanha, o principal mercado europeu de veículos elétricos. De momento, o grupo chinês mantém-se discreto neste país, com uma quota de mercado de cerca de 0,1%. A aquisição da filial alemã do Hedin Mobility Group permitirá à BYD gerir mais diretamente a distribuição dos seus automóveis na Alemanha, bem como o fornecimento de peças sobressalentes, o que é fundamental para estas novas marcas, ainda confidenciais.

A BYD tem como objetivo vender 120.000 automóveis por ano na Alemanha até 2026. O grupo chinês dispõe ainda de 18 meses para atingir este objetivo. Em 2023, a BYD vendeu pouco mais de 15.000 veículos elétricos em toda a Europa.

Conseguir vender quase dez vezes esse número só no mercado alemão parece, de momento, muito ambicioso. Apesar do seu importante patrocínio do Euro 2024, a BYD continua a sofrer de um défice de imagem num mercado que se está a tornar altamente competitivo. A maior parte das marcas europeias históricas já contam com grandes gamas de veículos elétricos.

A única vantagem competitiva da BYD continua a ser o seu fácil acesso às baterias chinesas (a BYD é um fabricante de baterias), mas a investigação da UE sobre os subsídios chineses levou a um aumento das tarifas de importação. Produzir diretamente na Europa (mais precisamente na Turquia) é, portanto, uma boa solução, mas será ainda necessário vender o suficiente para tornar estes projetos rentáveis. Recorde-se que , em julho passado, a quota de todas as marcas chinesas no mercado europeu de veículos elétricos era de apenas 9,9%.

 

 

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Ricardo Carvalho

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